20.4.21

estudo associa menor actividade sexual e aumento da masturbação à pandemia

O laboratório da Universidade do Porto deu a conhecer os resultados preliminares de um estudo desenvolvido no âmbito do projecto internacional I-SHARE, do qual fazem parte 33 países dos cinco continentes. O trabalho, que contou com um inquérito online, tinha por objectivo perceber o impacto das medidas impostas pela pandemia de covid-19 na saúde e no bem-estar sexual e reprodutivo, planeamento familiar, acesso a contraceptivos, HIV, infecções sexualmente transmissíveis, violência de género e mutilação genital feminina. Os resultados mostram que existe uma diminuição da satisfação e actividade sexual e que a culpa é do novo coronavírus.  

No que a Portugal diz respeito, participaram 3322 pessoas no inquérito, estando estas distribuídas por Portugal Continental e ilhas da Madeira e Açores. De acordo com o SexLab, 47% dos inquiridos refere a redução da frequência da actividade sexual. 40% realça a diminuição da satisfação sexual como consequência da covid-19. 23% dos homens, bem como 24% das mulheres, salienta um menor número de comportamentos sexuais. Ainda que 17% e 14%, respetivamente, mencionem “um aumento na frequência da actividade com o parceiro”. 

 

47% dos inquiridos assume uma menor actividade sexual 

 

Por sua vez, 24% dos homens e 17% das mulheres confessam um “aumento da frequência” da masturbação, algo que dizem ser uma consequência da pandemia. Ainda assim, a maioria dos inquiridos refere não ter havido uma alteração no consumo de pornografia. Olhando para a temática da violência, 8% dos homens e 7% das mulheres confessam que sofreram “pelo menos um tipo de violência psicológica ou verbal por parte do parceiro”. Quanto à violência física, esta foi mencionada por uma “percentagem notoriamente menor de homens (2%) e de mulheres (1%). É salientado ainda que mais de metade das pessoas entrevistadas assume ter medo de ficar infetado com o novo coronavírus. 

 

Segue-se agora uma segunda fase do estudo. O objectivo passa por entender o “impacto das medidas impostas pela covid-19, um ano após o seu início e num período de novo confinamento, na saúde e bem-estar sexuais e reprodutivos”. O projeto I-SHARE é liderado pela Universidade de Ghent, a London School of Higiene and Tropical Medicine e a Rede Académica de Políticas de Saúde Sexual e Reprodutiva (ANSER). 

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