30.9.13

aquele momento #20

Em que estou a ver um episódio da sétima temporada de Dexter e aparece uma personagem com um apelido parecido ao meu. O mais engraçado é que a sonoridade do mesmo faz com que seja praticamente igual ao meu. Por momentos parece que o serial killer está a falar para mim. Ele e quase todos os personagens da série. Graças a Dexter, já sei como é que o meu apelido será pronunciado quando for aos Estados Unidos da América.

uma vez porn star. para sempre porn star

Há profissões que ficam para a vida. Uma stripper será sempre uma stripper. Mesmo que se forme na melhor universidade do mundo. Uma acompanhante de luxo será sempre uma acompanhante de luxo, mesmo que seja a melhor médica do mundo. E uma porn star será sempre uma porn star. E isto aplica-se a muitas outras coisas da vida. Um toxicodependente será sempre um drogado. E um ladrão de ocasião será sempre um bandido. São daquelas coisas que nunca se apagam da nossa vida e cujos rótulos duram uma eternidade.

Sasha Grey passou por Portugal para promover o seu primeiro livro. Este nome será certamente desconhecido para muitas pessoas. Pois bem, Sasha Grey é uma jovem de apenas 25 anos que ganhou fama a fazer filmes pornográficos. Algo que fez dos 18 aos 21 anos. Este período de tempo foi mais do que suficiente para se tornar numa referência na indústria de filmes para adultos. Porém, ao longo dos últimos anos, Sasha Grey tem fetio outras coisas. Fez parte da série Entourage, tem outros projectos cinematográficos em mãos e vê o seu primeiro livro - Juliette Society - ser editado em vinte países, tendo já vendido os direitos do mesmo a Hollywood.

Na sexta-feira estive à conversa com Sasha. Que de actriz porno tem muito pouco. Aliás, se não conhecesse o seu passado, não o imaginaria. Conhecendo, não a censuro nem tão pouco a reduzo a alguém que ganhou muito dinheiro em filmes para adultos. Sasha teve ainda o mérito de lotar o auditório da Fnac, onde Juliette Society foi apresentado. Faço um parêntesis para dizer que já estive no mesmo local para apresentação de outras obras e encontrei a sala despida de gente. Enalteço ainda o facto de que os fãs de Sasha não são apenas homens depravados, uma imagem criada por muitos. Na sala estavam muitas mulheres e muitos casais que aproveitaram para trocar dois dedos de conversa com Sasha Grey.

Porém, é notório que a imagem de actriz porno irá sempre acompanhar Sasha Grey, Isso está patente nas perguntas, que rondam quase sempre o sexo. Felizmente, isso não incomoda Sasha. Que não esconde essa faceta, ao mesmo tempo que aproveita o mediatismo dessa vertente de forma bastante inteligente e sem qualquer pudor. Aliás, acredito que este seja um dos grandes trunfos delas. Sabe usar o passado de modo a que não existam tabus no futuro. Quanto ao livro, que a autora (considerada a nova E.L. James) não hesitou em comparar com pornografia, acho que é daqueles que devem ser lidos por todas as pessoas, sobretudo pelas mentes mais reservadas. E deixo aqui a primeira página, que aguçou o meu apetite pela obra.




e a casa dos segredos?

Numa decisão moralmente questionável mas brilhante do ponto de vista das audiências a TVI interrompeu a emissão especial das autárquicas (passou a ser emitida no canal informativo da estação de Queluz) para dar início a mais uma edição da Casa dos Segredos. Sobre o programa, que fui espreitando ao longo da noite, tenho a dizer que não fiquei surpreendido. A começar pelo casting.

Costuma dizer-se que se inscrevem milhares e milhares de pessoas. Algo que dá que pensar quando se chega à selecção final. Em 18 concorrentes existem triângulos amorosos. Existem ex-casais. Existe o irmão de um concorrente do primeiro reality show português. E o ex-namorado de uma concorrente da Casa dos Segredos. Ou seja, parece uma grande família que se junta para uns meses de férias.

Quanto aos concorrentes, nada de novo. Elas, carregadas de maquilhagem e com ar artificial. Eles dividem-se entre os músculos e o suposto gingar de ancas que atrai mulheres para a cama. Em comum, todos defendem ser as pessoas mais sérias e justas do planeta. Aposto que vão existir muitas gargalhadas. Muitas lágrimas. Que os primeiros dias vão ser fantásticos. Que daqui a uns tempos quase todos falam mal de todos. Que vão existir discussões. Que elas se vão despir. Que vai haver sexo. E que as audiências estão garantidas. A receita é a mesma. Os ingredientes não mudam. Tal como o resultado final. Liderança naquele horário.

ainda as eleições

A noite foi longa. Com o avançar das horas chegaram números históricos para o Partido Socialista, um dos grandes vencedores da noite. O mérito da vitória do partido liderado por António José Seguro está associado ao facto dos portugueses mostrarem estar fartos das políticas de direita. Sendo que, acredito eu, com um líder mais carismático (por exemplo António Costa) a vitória teria sido ainda mais histórica. Na extremidade oposta está o Partido Social Democrata. O partido liderado por Pedro Passos Coelho teve a pior derrota de sempre em eleições autárquicas. Pedro Passos Coelho assumiu a derrota mas sacudiu a água do seu capote. Quero acreditar que se trata de uma questão de orgulho pois é óbvio que tem culpa destes resultados. Nem que seja porque se associou de forma errada ao período de campanha. É também notório que o partido falhou ao escolher os candidatos às principais autarquias nacionais. E muito burro será Pedro Passos Coelho se não fizer nenhuma leitura da noite de ontem.

Ainda no lado dos vitoriosos está a CDU. O partido manteve várias câmaras e recuperou mais algumas, conseguindo ter várias capitais de distrito, algo que não acontecia desde 1982. Quanto ao CDS, acho que não fez nada de especial, apesar de Paulo Portas rejubilar com aquilo que entende ser uma grande conquista. Acho ainda de muito mau tom que o partido queira ter mérito na vitória de Rui Moreira. O mérito é do candidato e do seu principal apoiante, Rui Rio. Falando de Rui Moreira, é a surpresa da noite. A grande surpresa. E o principal reflexo da força do povo. António Costa, num resultado que já esperava, é outro dos grande vencedores da noite. O candidato do PS dizimou a concorrência, sobretudo Fernando Seara. Lamento apenas que numa noite histórica, António José Seguro não tenha festejado os resultados junto de António Costa. Seria algo lógico e algo que Costa merecia.

É impossível não falar da Madeira. O Jardinismo chegou (finalmente) ao fim. Recordo-me de visitar a Madeira em adolescente. Dessa viagem recordo o medo que as pessoas sentiam de Alberto João Jardim. Falavam dele apenas às escondidas. Esse medo perdeu-se com o tempo. Alberto João Jardim culpa o PSD do continente pela derrota. Aceito, em parte, esse argumento mas acho que também tem muita culpa nesta derrota.

E o futuro? Acho que estes resultados mostram aquilo que irá acontecer no momento de eleger um novo Primeiro-ministro. O PSD terá uma derrota bastante pesada. E o PS pode concorrer com Seguro ou com outro candidato qualquer. Estou ainda curioso para saber se António Costa irá cumprir o mandato ou se irá voar mais alto antes do final do mesmo. Pessoalmente, gostava de o ver noutras funções. Porque é um dos poucos políticos (grupo onde também incluo Rui Rio) que ainda me cativam. Por fim, ficou patente que o povo não é tão burro como alguns políticos julgam. E que tem mais força do que algumas pessoas entendem.  

29.9.13

autárquicas. primeira análise

Numa primeira análise fica evidente que os portugueses estão fartos das políticas de direita que nos governam. Com um claro cartão vermelho ao PSD, os portugueses voltaram-se mais para a esquerda. Fica também bem patente a escolha errada dos candidatos laranja para as principais câmaras nacionais.

O PSD é o partido que sai mais frágil destas eleições. O PS ganha força num sinal (acredito eu) do que será o futuro político nacional. A CDU supera as expectativas e tem uma vitória estrondosa ao recuperar diversas câmaras, tendo várias capitais de distrito. Rui Moreira é o herói "improvável" desta noite de eleições.

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fazer a diferença

Hoje é dia de fazer a diferença. Votando em quem já ocupa a cadeira porque se acredita no trabalho dessas pessoas. Votando em quem faz oposição porque é hora de mudança. Votando em branco porque não se acredita em nada nem em ninguém. Ou não votando porque se acha que não vale a pena. Pessoalmente, acredito que é na mesa de voto que somos mais fortes. E que mostramos o rumo que queremos. É por isso que apelo ao voto de quem passa por aqui.

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28.9.13

o que será pior?

Não sei o que será pior. Trabalhar num Sábado? Trabalhar num dia de chuva? Trabalhar num dia de muito vento? Trabalhar num local pouco abrigado de chuva e vento? Ou trabalhar num dia que reúne tudo aquilo que já escrevi?

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27.9.13

pensamento da semana #5


Basicamente é isto. Esta é uma daquelas frases que quase não necessita de qualquer explicação adicional. Se alguém quer ser feliz tem obrigatoriamente aprender a ignorar muitas coisas. E talvez pessoas. Acrescento apenas que, se alguém quer ser feliz, tem de aprender a não ter ouvidos. E seguir o seu caminho, esquecendo tudo aquilo que apenas atrapalha.

tenho medo de te perder

Tenho medo de perder a mulher que amo. Não pelo que sou. Muito menos pelo que ela é. Mas, pelo simples facto de que não assumo nada como garantido. Não sou daqueles homens que acham que a mulher com quem dividem a vida estará lá sempre para eles. E que se preocupam pouco com isso. Sou daqueles que se preocupam. E que acreditam que que uma relação precisa de uma constante alimentação que se baseia na conquista diária.

Mas não penso assim apenas em relação à minha mulher. Sinto o mesmo em relação aos meus amigos e a todas as pessoas de quem gosto. Tal como uma relação amorosa, as de amizade também precisam de ser alimentadas com gestos de conquista. Com pequenas atitudes que mostram que nos preocupados com alguém. E que fazem com que essas pessoas sintam que são importantes para nós. Como um simples telefonema ou uma mensagem escrita. Esta é a forma como vejo a vida.

No dia em que achar que todas as pessoas de quem gosto são dependentes de mim sei que irei perde-las. Uma a uma. Num processo lento ou rápido. Provavelmente irreversível. Não sou pessoa de grandes medos. Mas espero viver sempre com este. Espero que este receio de perder quem mais gosto me inquiete diariamente.   

vocês é que perguntaram... ser sexy para mim

Neste texto, referi que discordava com a escolha de Cristina Ferreira para mulher mais sexy portuguesa. Na minha opinião, nesta eleição confundiu-se a presença mediática com o ser sexy. Para mim, uma mulher sexy tem de ter um ar misterioso. Um lado sedutor que nos leva para uma “atracção" sexual. Ou seja, tem de existir uma grande carga de sedução e de erotismo nessas mulheres. E isto não tem de ser descarado. Aliás, se for algo bastante subtil e discreto, ainda melhor. Como perguntaram a minha opinião, deixo aqui aquelas que seriam as minhas escolhas, caso fosse convidado a votar.

Luísa Beirão. Não há muito a dizer! Simplesmente Luísa. Esta morena transpira e respira sensualidade. Acho que é daquelas que mexe com qualquer homem.

Lúcia Custódio. Uma das meninas do Preço Certo. É capaz de me fazer ver o programa, mesmo que não o deseje ver.

Sara Sampaio. Ficou em segundo lugar na votação Sexy Teen. Para mim, é uma das mulheres mais bonitas da actualidade. Acredito que irá dar muito que falar na moda internacional. E é sexy que dói.

Victoria Guerra. Acho que este bela actriz passa despercebida a muitas pessoas. Por mim, a Victoria Guerra ganhava concursos de elegância, bom gosto e sensualidade. Ficou em segundo lugar mas merecia o lugar de Cristina Ferreira.

Marta Leite Castro. Muitas pessoas dizem que é um pãozinho sem sal. Não sei explicar porquê mas sempre lhe achei piada. E acho que é bastante sexy.

Sónia Araújo. Aos 42 anos, consegue ser mais sexy que muitas meninas de vinte anos. Assim que abre a boca conquista quem fala consigo. E consegue ser bastante misteriosa, sedutora e sexy.

Para não dizerem que é só mulheres. Se fosse convidado a dar o meu voto no universo masculino, iria destacar estes três homens. A minha escolha foi feita com base nas diferentes áreas de cada uma e faixas etárias.

Ricardo Pereira

Mário Franco

Rogério Samora

é impressão minha?

Vento. Mais vento. E a soprar cada vez com mais força. Frio. E temperaturas cada vez mais baixas. Chuva. Mais chuva. Trânsito. Acidentes. E filas com mais de dez quilómetros de extensão. Casacos. Botas. E camisolas grossas. Rostos fechados. E pessoas com ar aborrecido. É impressão minha ou o Outono não apareceu e deu lugar ao Inverno?

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26.9.13

está quente? mete gelo!

Qualquer pessoa já viveu um momento quente. Um beijo aqui. Outro ali. Uma mão além. Um apalpão acolá. Em minutos despe-se uma camisola. E mais outra. Após um simples e rápido gesto está o soutien no chão. Tal como o cinto das calças dele. As próprias calças. E os boxers. O calor aumenta. O desejo também. Os cérebros deixam de funcionar. O controlo é do desejo carnal. “É impossível resistir aquele peito e rabo”, pensam eles. “Que abdominais. E o uso que ele dá à língua. Beija como nunca me beijaram”, pensam elas. Ambos cedem. Ganha o sexo.

Minutos depois da relação está tudo bem. “Valeu a pena. Bela cama. Fiz bem”, é o que passa pela cabeça de ambos. Até que acordam para a realidade. “Não usei preservativo. E agora? Será que a gaja toma a pílula? Se a engravido estrago a minha vida!”, é a dúvida dele. “Que parvalhão. Não usou preservativo. Será que o gajo tem doenças?”, é a dela. E passam dias nisto. Até fazerem exames que os acalmem. Ou então não ligam patavina a estas questões e seguem para outra aventura. E para mais uma. E ainda para mais outra.

Em Portugal, cerca de 49 por cento das gravidezes são indesejadas. Destas, 36 por cento acabam em aborto. Além disso, um quarto das mulheres portuguesas, com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos não utilizam qualquer método de contracepção na primeira relação sexual. Hoje comemora-se o dia mundial da contracepção e acho que muitas pessoas não têm noção do risco que correm quando cedem aos impulsos sexuais.

Sempre ouvi dizer que quando está quente devemos meter gelo. E é isso mesmo! Existem situações, por mais quentes que sejam, que exigem ponderação. E as relações sexuais casuais são uma dessas situações. Só com ponderação se evita o nascimento de uma criança indesejada por pai e mãe. Só assim se evita que meninas de quinze anos carreguem um filho na barriga. Só assim se evitam doenças sexualmente transmissíveis que podem destruir uma vida. Eu sei que falar é fácil. E que quando o momento chega é complicado pensar de forma correcta. Mas é aí que reside a diferença que pode mudar uma vida por completo.  

ser sexy é ser mediática?

Cristina Ferreira foi eleita pelos leitores do jornal Correio da Manhã, e pelo segundo ano consecutivo, a mulher mais sexy de Portugal, num concurso a que a publicação chama de Sexy 20. Para mim, quando produzida, que é assim que a conheço, Cristina Ferreira é uma mulher muito bonita. Com um sorriso lindo. E elegante. Apesar de não apreciar algumas das criações que usa em televisão de modo - e isto é apenas a minha opinião - a disfarçar as ancas.

Isto que referi é uma coisa. E ser sexy já é algo completamente diferente. Pelo menos para mim, que considero que uma mulher sexy tem obrigatoriamente de possuir um lado sedutor que resulta numa “atracção” sexual. Dito de outra maneira, é uma mulher cuja sedução chega mesmo a roçar o erotismo. Esta é a minha definição de mulher sexy. E isto é algo que não revejo em Cristina Ferreira.

Agora, se ser sexy é ser mediática, Cristina Ferreira mereceu o prémio pois nisso está acima de todas as outras. Acho que boa parte das pessoas que votam associam o ser sexy à quantidade de vezes que as pessoas aparecem na televisão. Olham para os participantes e pensam logo naquilo que fazem profissionalmente e na sua exposição mediática. Ou então acham que se vestem bem e que isso é sinónimo de ser sexy. Ou então estou a ver o filme ao contrário e a Cristina Ferreira é mesmo a mulher mais sexy de Portugal. Mesmo que para mim não o seja.

aquele momento #19

Em que um amigo me conta que a sua mãe diz às amigas, com orgulho, que o filho conduz um Sfoda Kabia, quando na realidade o que ele conduz é um Skoda Fabia. Mais, que a mãe não o faz por piada mas sim por acreditar que está certa quanto à marca e modelo da viatura.

25.9.13

is this love? (capítulo três)


Passaram vários dias desde que ele falou com ela. Mais especificamente 123 horas e 12 minutos desde que lhe disse que ainda a amava, que sempre a amou. E que ela saiu porta fora do café. Depois de todo este tempo, ele continua a achar que fez bem em não ir atrás dela. Tal como resistir ao desejo de lhe ligar ou enviar uma mensagem a revelar o desejo de dar continuidade à conversa. A única dúvida que mexe consigo é sobre se deveria ou não ter-lhe dito o que sentia. Em alguns casos acha que sim. Por norma, no silêncio da noite entende que errou. Que não deveria ter dito nada. Ao mesmo tempo que sente que poderia ter dito há mais tempo e de forma diferente.

Assim têm começado as noites dele. Todas. Com a mesma dúvida. Deveria ter dito ou não? É aquilo que questiona. Em segundos essa questão coloca em causa o seu modo de vida. As quecas casuais que se multiplicaram umas a seguir às outras, na esperança de encontrar uma mulher como ela. A deterioração pessoal, motivada pela ocultação do seu grande amor. De dúvida em dúvida chegou à certeza de que tinha de tentar falar com ela. A decisão estava tomada. Havia mais a dizer. Era aquilo em que acreditava piamente.

Na noite seguinte foi ao café do costume. Mas, nem sinal dela. Bebeu um café e uma água das pedras bem gelada. Como gosta. Enquanto via as horas passar acabou com o maço de SG Ventil que trazia no bolso. Em minutos fumou mais de cinco cigarros. E nem sinal dela. Na noite depois dessa, mais do mesmo. E assim foi durante mais algumas noites. Mentalizado de que a poderia ter afastado para sempre, recorreu ao telemóvel para entrar em contacto com ela. Num misto de embaraço com cobardia, optou por uma mensagem escrita. “Oi! Gostava de falar contigo. Acho que merecemos mais do que aquele final”, foi o que escreveu. Apesar do desejo em falar com ela, demorou quase dez minutos até enviar a mensagem.

Minutos depois ouviu o som que anuncia a chegava de uma mensagem ao seu telemóvel. “Oi! Hoje às 21h30 no café do costume”, foi a resposta dela. Sem as palavras simpáticas do costume. Sem o beijos e o smile que caracterizam as suas mensagens. “Isto não é bom sinal”, pensou. A tarde ainda ia a meio. Os nervos apoderaram-se dele até ao momento em que chegou no café. Faltavam dez minutos para a hora marcada. Ele ia a contar cumprir o ritual do costume. Porém, assim que entrou viu que ela já estava sentada na cadeira do costume, na mesa habitual.

Aproximou-se dela. Deu-lhe dois beijos e as boas noites. Sentiu um cheiro a tabaco vindo da boca dela. Mais um mau sinal pois para ela fumar é a última tentativa para se acalmar. “Tudo bem?”, perguntou-lhe. “Calculo que imagines que não”, respondeu ela. “Estás recordado de te ter dito que estava chateada com o meu namorado?”, acrescentou. Antes que ele pudesse responder, ela prosseguiu com a conversa. “O motivo da nossa zanga foste tu. Ele fartou-se de me chatear, dizendo que sentia que gostavas de mim. Pela forma que olhavas para mim quando estávamos juntos. E eu, feita parva, dizia-lhe que não. Que não havia qualquer lógica nisso. Que ele estava a ser ciumento em demasia. E afinal...” “Desculpa. Já pensei muito naquela noite. Estou contente por te ter dito o que sinto. Mas não sei se o deveria ter feito. Não por mim, mas por ti e pelo que construíste desde que me afastei de ti”, referiu.

“Eu queria-te tanto. E simplesmente afastaste-te de mim. Se doeu? Mais do que possas pensar. E o que achas que sentia quando aparecia aí com as tuas conquistas. Com aquelas pobres coitadas com quem fodias duas ou três vezes antes de apareceres com outra no café. Consegues imaginar o que isso provoca em alguém que julgou ser especial para ti?”, perguntou-lhe. “Mas tu és especial para mim. E sempre serás. Disso podes ter a certeza”, respondeu com convicção. “Quem me está a dizer isso? O menino lindo que cresceu comigo? Aquela sombra desse menino que costumava vir aqui ao café ou o arrependido que se quer justificar agora? Tens uma resposta?”

O silêncio apoderou-se deles. Ele tinha a resposta na ponta da língua mas não conseguia dizer-lhe nada. Enquanto olhava para ela sentia a raiva das suas palavras. Talvez não fosse raiva. Mas mágoa era certamente. E muita. Disso ele não tinha dúvidas. “Estou a ser o mais sincero que posso”, garantiu. “Não consigo acreditar em ti e nas tuas palavras. Aceitei vir aqui falar contigo. Por tudo o que vivemos juntos. Pelo nosso passado. Que me impede de te tratar como desejo. Mais do que vir aqui para te ouvir, vim para falar. E agora é a minha vez de ser sincera”, referiu ela.

O coração dele bateu mais forte. As centésimas de segundo até ela falar novamente pareceram horas. “Vou levantar-me e vou sair daqui. Não te vou dar beijos de despedida. Não vou olhar para trás. E comigo vou levar apenas uma coisa. A dúvida se quero ou não voltar a falar contigo. Sendo que neste momento espero que esta seja a última vez que olho para a tua cara. Nunca pensei dizer-te isto mas é o que sinto”, disse, antes de se levantar.

Cumprindo com o prometido, afastou-se dele. Sem beijos. Sem despedidas carinhosas. Sem sorrisos. Apenas palavras secas com uma grande ar de desprezo. Ele ficou na sua cadeira. Até que o empregado perguntou se queria o costume. “Só o café. Esquece a água e dá-me um whisky por favor.” Bebeu o café. E em segundos fez desaparecer o copo de JB. Enquanto passou a mão pela boca para a limpar pensou que a história deles não podia ficar por ali. E pediu mais um whisky.

badalhocas e galdérias

Gosto do César Mourão. Aprecio o seu humor. O talento. A versatilidade. E o modo fácil como consegue pegar em qualquer tema e dar-lhe uma nova roupagem fazendo com que seja uma boa piada. Num destes dias, vi o humorista dar vida ao dono de um parque temático, de seu nome Badalhoca Park. Esta piada foi feita em alusão ao Badoca Safari Park, que fica em Vila Nova de Santo André, no Alentejo.

Quem costuma ir para Porto Covo ou Vila Nova de Milfontes passa em frente a este parque. E aposto que quase todas as pessoas já olharam para a placa identificativa do parque e fizeram essa mesma piada, dizendo que se trata do badalhoca park. Com isto não pretendo tirar mérito ao trabalho de César Mourão. Nada disso. O que me leva a escrever este texto são as badalhocas do sketch do humorista.

No pequeno vídeo, os animais do parque são substituídos por quatro mulheres que se assumem como badalhocas (algo diferente de uma galdéria, como faz questão de explicar o personagem). Das quatro, apenas uma fala. Para dizer nada mais do que palavrões. Mas fala. As outras, limitam-se a fazer de badalhocas. Que estão em exposição como se fossem animais. E que têm comportamentos iguais aos de um qualquer cão que deseja uma festinha no lombo e que é alimentado por quem o vê.

Sei que o dinheiro compra tudo. Mas existem certos detalhes que ainda deveriam falar mais alto do que alguns euros. Aquelas mulheres (que não conheço de lado nenhum) aceitaram fazer um papel ridículo a troco de “meia dúzia” de euros. Para quê? O que advém daquela prestação? Mais trabalhos na representação? Isto caso se considere que foram actrizes a representar um papel. Reconhecimento profissional? Abriram-se portas no mundo da televisão? Duvido...

Já vi actrizes muito talentosas darem vida a “badalhocas e galdérias” Exibindo o corpo nu, entre muitas outras coisas menos comuns. Mas isto acontece num mundo completamente diferente. Tratam-se de filmes ou de séries com uma certa visibilidade que correspondem a uma aposta arrojada numa determinada etapa da carreira. São projectos que nada têm a ver com um sketch de um programa humorístico. Considero-me uma pessoa de mente aberta. Mas existem certos valores que ainda são importantes para mim. E vender tanto por tão pouco é algo que não me entra na cabeça. Mesmo que isso signifique aparecer na televisão, em horário nobre, durante cinco minutos. 

blá blá blá

"Pare de blá blá blá blá blá blá blá blá blá dizer que não me ama." E é só isto. Se conseguir parar de rir talvez escreva algo mais. Até lá, continuo a rir-me que nem um louco e talvez a dançar a coreografia em formato guilty pleasure. "Mexe, mexe ai ai ai." Obrigado João Claudio!

detesto-te. vai-te embora

Detesto estes primeiros dias de chuva. Que chegam depois de um dia de Sol. Sem qualquer aviso prévio. Ainda ontem, à tarde, estava no telhado, no ponto mais alto da praça de touros do Campo Pequeno, debaixo de um Sol abrasador. Hoje, tive de correr para não chegar ao trabalho com a roupa ensopada da chuva. E, agora, olho para a janela à espera que pare de chover para ir almoçar sem ter de correr.

Ainda ontem conduzi com os vidros abertos a cantarolar umas quantas músicas. Hoje, condução com vidros fechados e escovas limpa pára-brisas a dançar como se não houvesse amanhã. Ainda ontem o alcatrão estava seco e aparentemente seguro. Hoje, destaca-se a espuma branca que resulta da acumulação de óleos nas estradas. Ainda ontem estava tudo sorridente. Hoje, está tudo deprimido.

É por tudo isto que detesto este primeiros dias de chuva. Confesso que até gosto de chuva mas quando já estou mentalizado para a sua chegada e permanência. Não gosto desta entrada à bruta, como quem invade um castelo para o conquistar, perante o ar assustado dos habitantes. Por isso, vai-te lá embora chuva. Volta daqui a uns tempos, pode ser? Agradecido.

porquê?

Existem pessoas que só não levam o carro para o quarto e para dentro do escritório porque não podem. Perante esta impossibilidade, fazem o que conseguem para deixar a viatura a centímetros da porta de casa e do trabalho.

Mesmo que, para isso tenham que ocupar passeios, impedindo a circulação dos peões. Ou tapar passadeiras. Esta "doença" de nome falta de civismo até chega a alastrar-se aos olhos.

Com esta sede de deixar o carro a centímetros das portas ignoram lugares de estacionamento a cerca de cinco metros do local onde deixam os carros mal estacionados. A minha questão é apenas uma: porquê?

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24.9.13

verdade ou mito #31

Diz que 5% das pessoas passam o dia a pensar em sexo. Não importa onde estão nem com quem estão. A mente está quase sempre direccionada para o sexo. Isto será verdade? Existe uma pequena percentagem de pessoas que estão sempre a pensar em sexo? Ou será mito? Pois na realidade o sexo está constantemente na mente de uma percentagem muito maior de pessoas? Ou será mito porque as pessoas só pensam em sexo nos momentos quentes? Verdade ou mito?

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guerras. espadas. pilas e mamas.

Existem mil e uma maneiras diferentes de travar uma batalha e de vencer uma guerra. Por norma, cria-se a ideia de que o(a) vencedor(a) será aquele(a) com mais força. Como tal, antes do combate comparam os músculos com os do adversário de modo a prever o desfecho do duelo.

Quando os músculos são relegados para segundo plano, existem aqueles que comparam o tamanho da espada. Ou mesmo da pila. E que usam uma fita métrica para medir os bíceps. Depois, existem aquelas que comparam o seu rodar da baiana com o das adversárias. Ou o tamanho das mamas. Ou ainda a facilidade com que as agitam para derrubar alguém.

Tal como no amor, na guerra vale tudo. E cada qual escolhe a melhor estratégia para somar vitórias nos campos de batalha que pisa. O que me custa a compreender é a dificuldade que algumas pessoas têm em compreender que existem outras formas de ganhar batalhas.

Uma das melhores formas de ganhar batalhas passa por... não travar as mesmas. Isso é cobardia, podem dizer. Pessoalmente, considero um sinal de inteligência. Porque nem todas as batalhas têm de ser travadas. Nem todas vivem de espadas maiores, de mais uns centímetros de pila ou de um maior volume de mamas. Por incrível que pareça, a inteligência pode ser a melhor (e mais eficaz) arma a utilizar.

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passa a voar e mete-me medo

26 de Outubro de 2007. Por volta das dez da manhã andava de um lado para o outro nos corredores do hospital Garcia de Orta, em Almada. Os nervos tomavam conta de mim enquanto a minha irmã era submetida a uma cesariana que trazia ao mundo a minha primeira, e até agora única, sobrinha. Só descansei quando a médica surgiu perto de mim, dos meus pais e do meu cunhado com a pequena Beatriz nos braços.

Consigo descrever tudo o que aconteceu naquele dia como se tivesse sido há poucas horas. Mas a verdade é que não foi. Entretanto já passaram quase seis anos e a minha sobrinha já anda na escola. Já fala de namorados e do amor eterno que julga sentir por um antigo colega que refere sempre quando a temática é o amor. Já tem conversas de gente grande. Já lhe estão a cair os primeiros dentes, para sua alegria pois há muito que desejava ficar desdentada. Como seria de esperar, até já pede irmãos e sobrinhos.

É nestes momentos que me cai a ficha e percebo que o tempo passa a voar. Penso em algo que para mim aconteceu há relativamente pouco tempo. Até que faço as contas e percebo que não passaram minutos nem horas. Mas anos. Em muitos casos quase dez ou mesmo mais. Noto isso na minha sobrinha. Na minha vida pessoal. Na minha vida profissional onde consigo ser um dos jornalistas com mais tempo de casa. Ainda no outro dia vi uma foto do Pedro Teixeira numa revista. Na imagem, está o actor com a camisola do Amora. Perto dele, estou eu. Quando olhei para a data da fotografia, notei que já tinham passado catorze(!!!) anos.

Nunca tive nem tenho problemas com o passar dos anos. Mas assusta-me, e muito, esta velocidade alucinante do tempo. Sinto que o dia não tem 24 horas mas cerca de uma dezena. Acredito que isto signifique que a viagem está a ser boa. Mas, não nego que sinto medo. Em grande parte o receio prende-se com o deixar coisas por fazer. E que gostava de poder reduzir um pouco a velocidade, tal como faço quando retiro o pé do acelerador para admirar a paisagem que vejo da estrada.

as grávidas esquecem tudo

“Ela ainda não fez a transferência. Vou dar desconto porque é fim-de-semana e o dinheiro pode entrar apenas na segunda-feira. Mas ela está grávida e as grávidas esquecem-se de tudo”, disse um rapaz que estava ao meu lado num café. “Não sejas assim que ela já não está grávida”, referiu a rapariga que o acompanhava. “É a mesma coisa! Ficam assim e esquecem-se de tudo”, concluiu.

Ao longo dos tempos sempre ouvi dizer que as mulheres quando engravidam, pelo menos algumas delas, e sobretudo quando são mães, ficam com a memória, mais ou menos, afectada. Ou seja, tendem a esquecer mais facilmente alguns detalhes. É mesmo assim? Aplica-se a tudo? Ou este rapaz estava chateado com a falta do dinheiro e centrou a sua fúria na pessoa e no lado maternal dessa mesma pessoa?

23.9.13

emmys (já que perguntas, vou ser sincero)

A minha terceira (e última) selecção de roupas usadas nos Emmy Awards faz parte da categoria: “já que perguntas, vou ser sincero.” Aqui, incluí aquelas roupas que me captaram a atenção. Não por considerar que a roupa é feia, porque isso depende do gosto de cada um mas porque as criações se destacaram mais do que a pessoa. Aquilo que considero uma falha porque acho que os vestidos devem ser a extensão da mulher e das suas curvas e não o motivo de maior destaque Se estas mulheres fossem minhas amigas e pedissem a minha opinião, diria a todas que não estavam a ser favorecidas pelas escolhas. Por outro lado, se me dissessem que queriam ser faladas simplesmente pela roupa, para dar destaque a um estilista ou algo do género, diria que estavam perfeitas. Do grupo que escolhi, tenho de destacar a enigmática Heidi Klum. Gira. Sexy. Elegante. E com um corpo de sonho. Porém, que me recorde, nunca a vi com uma criação que potencie a sua silhueta num qualquer evento desta magnitude.

Alysson Hannigan

Amanda Peet

Betsy Brandt

Cat Deeley

Constance Zimmer

Gia Coppola

Heidi Klum

Jessica Lange

Jessica Paré

Judd Apatow

Julianne Hough

Julie Bowen

Kate Mara

Kiernan Shipka

Kristen Connolly

Lena Dunham

Lena Headey

Lily Rabe

Linda Cardellini

Malin Akerman

Mayim Bialik

Vera Farmiga

Zosia Mamet

emmys (não uso fatos mas até vestia estes)

Não sou de usar fatos. Poucas foram as vezes em que os usei. É certo que não me sinto mal quando os uso e até gosto de os ver. Porém, como não fazem parte de um dress code que tenha de respeitar com frequência, limito-me a usa-los em situações onde são indispensáveis. Do que vi nos Emmy Awards, abria uma excepção com estes modelos, que juntei numa segunda selecção, numa categoria a que chamei: “não uso fatos mas até vestia estes.”

Neil Patrick Harris

Al Pacino (mais pelos óculos do que pelo fato)

Aaron Paul

Blair Underwood

James Wolk

Kevin Spacey

Mario Lopez

Michael Douglas

Michael J. Fox

Zachary Quinto

emmys (és gira que dói e levava-te a jantar)

Realizou-se mais uma cerimónia dos Emmy Awards, considerados por muitos como os oscares da televisão. Depois de ter passado os olhos por mais de cem fotos da passadeira vermelha, revelo a minha primeira selecção, numa categoria a que chamei: “és gira que dói e levava-te a jantar.” Aqui, constam as mulheres que captaram a minha atenção. Quer seja pelo talento, beleza, sensualidade ou outra coisa qualquer. Resumindo, olhei para elas e achei que mereciam mais do que uma ida ao Nokia Theatre. E, a terem que ir jantar com alguém... que fosse comigo.

Sofia Vergara

Colbie Smulders

Zoey Deschanel

Julia Louis-Dreyfus

Ariel Winter

Rose Byrne

Kaley Cuoco

Maria Menounos

Morena Baccarin

Sarah Silverman