30.5.18

já fui bombeiro. agora sou rapper

Quem gosta da série "How I Met Your Mother" recorda-se do objectivo de grupo de amigos. Que passava por encontrar sósias de todos eles. Acho que isto pode ser transportado para a realidade e para as vidas de todos nós.

E sou a prova viva disso mesmo. Duas vezes, no mesmo sítio. Num dia estava a beber café quando reparo que uma senhora olha para mim fixamente. Desviava o olhar e voltava a olhar pouco tempo depois. Até que meteu conversa comigo.

"Desculpe estar a olhar para si, mas não é bombeiro?", perguntou-me. Respondi que não e fiquei a saber que sou parecido com o bombeiro que levava o marido da senhora para fazer radioterapia.

Ontem, no mesmo local. Estou a preparar-me para beber café quando um rapaz se aproxima de mim. "Peço desculpa, mas o senhor não fazia rap?", perguntou-me. Respondi que não. Ele não ficou convencido e perguntou se tinha a certeza. Respondi que não e concluiu que estava a confundir-me com alguém que conhecia.

Resumindo, todos temos pessoas bastante parecidas connosco. 

29.5.18

dietas malucas? não, obrigado

Tinha o objectivo de chegar ao dia do meu 37 aniversário a pesar 80 quilos. Estabeleci um objectivo impossível apenas para manter o foco. Sabia que era impossível porque implicava perder sete quilos em apenas um mês.

Isto porque não sou (e nunca serei) adepto de dietas malucas. Não deixo de comer aquilo de que gosto (mas nos horários e doses certas), recuso passar fome e não me alimento só de líquidos.

Com a alimentação certa e com exercício físico regular consegui perder quatro quilos. Algo que se consegue fazer sem qualquer esforço. Ouço muitas pessoas dizerem que são incapazes de cortar isto ou aquilo nos planos alimentares. E a verdade é que ninguém precisa de fazer isso.

Muitas pessoas mencionam o pão. Devo dizer que poucas pessoas devem gostar mais de pão do que eu. Só que gostar de pão não me leva a ter de comer pão o dia inteiro. E isto aplica-se a tudo. Basta que a pessoa queira mudar.

21.5.18

ideia errada em relação aos ginásios

Vivemos numa era em que se valoriza mais o papel de embrulho do que o presente em si. O que faz com que as pessoas valorizem o aspecto exterior em demasia. Com muito maior destaque do que em relação ao interior.

E poderia dar muitos exemplos mas vou falar apenas do desporto e do ginásio. Isto porque muitas pessoas olham para ambos como o caminho para ficar melhor de biquíni ou naquela roupa que deixou de servir.

Nada contra este objectivo. Apenas lamento que algumas pessoas fiquem de tal modo cegas por este desejo que acabam por se colocar em risco e por escolher treinos sem grande lógica.

Por isso é que aconselho que se valorize mais o conteúdo do que o papel de embrulho. Até porque caso o conteúdo seja bom, qualquer papel de embrulho fica bem.

16.5.18

o estado a que chegou o sporting

Quem me conhece e/ou acompanha o blogue há algum tempo sabe que sou do Benfica. Nunca escondi este facto no qual tenho muito orgulho. Mas não sou um adepto doente. Em condições "normais" estaria contente com o que está a acontecer ao Sporting. Que se transformou num clube que não precisa de nada nem de ninguém para se destruir. Não são necessários ataques do Benfica nem do Porto. Basta deixar que Bruno de Carvalho lidere à sua maneira, continuando a errar sempre em momentos chave para o clube que diz amar.

Clubismos à parte, quero acreditar que qualquer pessoa que gosta de futebol terá ficado chocada com o que aconteceu ontem em Alcochete. Ontem, não vi Jorge Jesus, treinador do Sporting. Vi um homem de 64 anos ser agredido a murro e cabeçada. Não vi um dos melhores avançados do campeonato, vi um homem de 28 anos a chorar com feridas na cabeça. Não vi um dos melhores jogadores deste campeonato, vi um jovem de 23 anos em pânico, como que a despedir-se dos colegas e mais tarde a ligar à família para fugir de Lisboa.

Isto não é futebol. Isto não honra em nada aqueles que são os campeões da Europa de selecções. Isto não mancha apenas o Sporting, mancha o futebol português e faz corar de vergonha o menino de nove anos que começou a jogar hoje no clube lá da terra e que sonha vir a ser o próximo craque do futebol português. Falando apenas de Sporting, isto pode ser apenas um grande passo na "destruição" do clube.

O Sporting arrisca perder os seus maiores activos a custo zero. Jogadores que podem vir a partir para uma rescisão unilateral (ou com justa causa), deixando o clube sem os milhões que poderia amealhar com as suas vendas. E ninguém pode criticar os jogadores que optem por este caminho. Basta que transponham esta situação para as suas vidas e rotinas. Gostariam de continuar a trabalhar num local onde o patrão está sempre a falar mal de vocês e onde são agredidos de forma bárbara? E é este o perigo de que alguns sportinguistas ainda não se aperceberam.

Fico feliz que os jogadores tenham decidido participar na final da Taça de Portugal, apesar de considerar que a festa já está estragada. E trata-se apenas do jogo mais bonito que o nosso País tem. E quem já foi ao Jamor sabe do que falo. Mas jogarem abre a porta a diversos cenários. Se ganharem e fizerem uma grande exibição, muitas vozes vão defender que valeu a pena a porrada. Se perderem e jogarem mal, muitas vozes vão defender que fizeram de propósito. Porque foi a isto que chegou o futebol português.

Ontem, ia percorrendo o mural do facebook e fiquei espantado com a quantidade de pessoas que acredita que aquilo que aconteceu é obra do Benfica. Que até teriam sido adeptos do Benfica a fazer-se passar por membros da claque do Sporting. Algo que a identificação de dois dos agressores já provou ser falso. Pois, por mais que custe a algumas pessoas, são mesmo adeptos do Sporting. É a minha opinião e vale o que vale. Mas Bruno de Carvalho tem muita culpa nisto tudo. Porque as suas palavras estão sempre carregadas de ódio. São ataques constantes aqueles que deveria proteger acima de tudo.

Quando depois de um escândalo daqueles um presidente diz algo como "foi chato", está tudo dito. Volto a dizer. Tenho pena e vergonha do estado a que chegou o futebol português que mais parece um reality show (dos maus). E não mudava uma vírgula a este texto caso o cenário da guerra de ontem tivesse sido o centro de treinos do Benfica ou do Porto. Pessoas destas não fazem falta ao futebol. Todos nos rimos quando vemos jogos na Turquia ou América do Sul que acabam à pancada. Mas hoje, somos nós a anedota mundial.

13.5.18

a gorda estúpida que ganhou a eurovisão

As pessoas precisam de parar de confundir convicções pessoais com certezas técnicas e conhecimentos musicais. Uma opinião é isso mesmo... uma opinião. E, acima de tudo, precisam de deixar de olhar para a ofensa como barómetro da verdade. Não é por ofender alguém que se tem mais razão. Na realidade, este tipo de postura acaba por dizer mais sobre quem a utiliza do que dá razão a qualquer argumento.

Para dizer que prefiro a canção da Áustria – porque é o tipo de música que consumo – não preciso de dizer que ganhou uma gorda estúpida. Isto não revela conhecimento musical. É meramente um sinal da falta de muita coisa que vai além da música.

De resto, em vez de ouvir pessoas a discutir o gosto musical, gostaria de encontrar entusiastas que discutam o evento em si. Por exemplo, por que motivo é que um festival dedicado à música não tem músicos em palco? Por que motivo só podem estar 5 pessoas em cima do palco? (regra que existe, se não estou em erro, desde 1991). A Eurovisão não é mais do que entretenimento televisivo. E se tiver boas músicas, melhor. O evento está pensado na grandeza televisiva e não musical.

Mas do mal o menos. A Eurovisão deixou Portugal. O último lugar foi nosso. Por isso, a partir de agora, o Festival da Canção e a Eurovisão voltam a ser fenómenos ignorados pela maioria. Que só se lembram de vir a público para falar mal de quem ganha.

11.5.18

provavelmente é o melhor videoclipe de sempre

Conheço o trabalho de Donald Glover enquanto actor e argumentista, mas confesso que desconhecia a sua faceta musical na pele de Childish Gambino. Até que o youtube me aconselhou a ver "This is America", o videoclipe mais recente do artista. E foi o melhor que me podia ter feito pois estamos perante aquele que provavelmente será o melhor videoclipe de sempre!

A música é boa e fica no ouvido. Mas o vídeo é qualquer coisa do outro mundo. Childish Gambino já fez saber que apenas queria fazer uma música que as pessoas gostassem de ouvir no dia 4 de Julho, mas acabou por criar algo fenomenal que está nas bocas do mundo. Em seis dias, "This is America" conta com quase 75 milhões de visualizações. E os elogios chegam dos quatro cantos do mundo.

O vídeo coloca o dedo na ferida para a realidade norte-americana. E faz isso com mestria. Tudo está pensado ao pormenor e não basta uma visualização para que se consiga apanhar tudo. E existem cada vez mais explicações para cada detalhe do vídeo. Desde a roupa e acessórios usados até ao passos de dança e cada um dos momentos do vídeo. O melhor é ver mesmo o vídeo. E provavelmente vão achar o mesmo do que eu, ou seja, que é algo genial.


9.5.18

entrevistei uma actriz de la casa de papel

Quando comecei a ver "La Casa de Papel" achei imensa piada à Mónica Gaztambide (Esther Acebo). Toda a gente falava da Tóquio sem que percebesse bem porquê. Apesar de ter a opinião de que gostos não se discutem.

Pouco tempo depois fui pesquisar mais sobre Esther Acebo. Quis conhecer melhor o percurso e a actriz. Acabei por dar com o seu site. Onde tinha um e-mail que será (ou já foi) o seu pessoal. Como sou jornalista enviei email para perceber a possibilidade de a entrevistar.

Pouco tempo depois recebia resposta da agente a agradecer o interesse e a revelar total disponibilidade. Enviei as questões, recebi fotos e respostas. E tinha o trabalho pronto para publicar. Até que contei a colegas, que ficaram surpreendidos com a entrevista. Tal como alguns amigos.

Mas a verdade é que segui passos básicos. E tudo correu bem, como já me aconteceu com diversas entrevistas internacionais. Isto para dizer que as pessoas já se esqueceram dos passos mais simples. Já não acreditam neles. Quando continuam a ser a melhor (e primeira) opção.

Mas também não escondo que é, por norma, muito mais fácil fazer isto com artistas internacionais do que com nacionais onde o vedetismo ainda impera e onde não se responde à pergunta "tem horas?" sem o consentimento do agente.

7.5.18

no futebol como na vida (e nas redes sociais)

Cada vez mais acredito que a forma como as pessoas encaram o futebol não é mais do que o espelho daquilo que são nas suas vidas. E as reacções que têm nas redes sociais não são mais do que uma prova daquilo que são longe delas.

Uma coisa é festejar uma conquista. Uma coisa é aproveitar a euforia para brincar com os adeptos de clubes rivais. Outra completamente diferente é partir para a ofensa gratuita sem qualquer incentivo para isso.

Existem pessoas que nem festejam conquistas. Simplesmente destilam ódio para os derrotados. E isto diz muito dessas pessoas. Daquilo que são e daquilo que as move. São pessoas que não sabem estar quando perdem e muito menos sabem estar quando ganham.

4.5.18

sabes quanto tempo passas agarrado ao telemóvel por dia?

Toda a gente dirá que mal mexe no telemóvel por dia. Todos vão dizer que só mexem quando assim tem de ser. Mas a realidade é bem diferente. Estudos revelam que as pessoas olham para o telemóvel entre 80 a 110 vezes por dia. E que passam quase 5 horas por dia a mexer neles. Algo que até poderá parecer um exagero até ao momento em que se começam a somar jogos, redes sociais, mensagens e telefonemas.

Não vou dizer que este estudo não se aplica a mim. Porque sei que mexo bastante no telemóvel durante o dia e não apenas por questões profissionais (ainda que tenham bastante relevo no meu caso). É o grupo de amigos no whatsapp, é o instagram e por aí fora. Mas também assumo que tenho, cada vez mais, tentado não mexer tanto no telemóvel. Especialmente quando estou em casa. Aí tento não mexer nele. Tento limitar o uso ao mínimo possível.

E se há quem fique escandalizado com estudos destes, já eu fico satisfeito. Porque é o alerta de que as pessoas precisam. De modo a que percebam que passam muitas horas por dia com a cabeça para baixo. O que até pode resultar em tantas oportunidades (e tão diversificadas) que se perdem. Hoje em dia quase toda a gente percorre as ruas e os centros comerciais de cabeça para baixo. Já para não falar dos que conduzem com uma mão e um olho (ou os dois) centrados nos telemóveis.

E só com estudos destes é que se percebe a barbaridade de tempo que se está a dedicar a algo com tão pouca importância nas nossas vidas. E acho piada quando alguém diz que não se imagina a viver sem telemóvel. E digo isto porque faço parte da geração que ainda viveu sem ele. E os amigos encontravam-se à mesma. Combinavam-se saídas, jogos de futebol e tudo e mais alguma coisa. Com uma grande diferença... todos chegavam a horas!

3.5.18

se existem homens eternos, este é um deles

Relembro o dia 1 de Maio de 1994 como se fosse hoje. E era tão bom que o acidente de Ayrton Senna acontecesse hoje. Porque provavelmente teria saído do carro a andar sem sofrer qualquer mazela. Até porque é o acidente do piloto brasileiro que acaba por mudar a história da Fórmula 1. Se fosse hoje, Senna não teria levado com o pneu na cabeça depois de embater num muro de cimento a uma velocidade de 200 quilómetros hora. Hoje, os pneus estão presos aos carros com cabos bastante resistentes que impedem que se afastem muito em caso de acidente. Se fosse hoje, a cabeça do piloto também não teria tido o movimento que teve.

Mas infelizmente não foi hoje. Infelizmente, naquele dia morreu um dos melhores desportistas de todos os tempos. Um homem que era praticamente admirado por todos. Por outro lado, o seu talento faz com que seja eterno. Com que Senna viva para sempre. E na semana em que se assinalam os 24 anos da morte do piloto brasileiro, recupero algumas das suas frases mais marcantes. Com especial destaque para uma, a última.

"Para ser honesto, não me sinto o maior ídolo brasileiro. Não me sinto uma pessoa tão importante assim para merecer uma festa durante uma noite toda no Brasil."

"Não sei conduzir de outra maneira que não seja arriscada. Quando tiver de ultrapassar vou ultrapassar mesmo. Cada piloto tem o seu limite. O meu é um pouco acima do dos outros."

"Acidentes são inesperados e indesejados, mas fazem parte da vida. No momento em que você se senta num carro de corrida e está a competir para vencer, o segundo ou o terceiro lugar não satisfazem. Ou você se compromete com o objectivo da vitória ou não. Isso que dizer: ou você corre ou não."

"Vocês nunca conseguirão perceber como um piloto se sente quando vence uma prova. O capacete oculta sentimentos incompreensíveis."

"O facto de acreditar, o facto de ter fé em Deus não quer dizer que seja imortal, não quer dizer que seja imune, tenho tanto medo de me aleijar como qualquer pessoa."

"O importante é ganhar. Tudo e sempre. Essa história de que o importante é competir não passa de pura demagogia."

"Uma maneira de preservar a própria imagem é não deixar que o mundo invada a sua casa. Foi um modo que encontrei de preservar ao máximo os meus valores."

"Se a quisermos modificar alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar. Devemos respeitar e educar as nossas crianças para que o futuro das nações e do planeta seja digno."

"Se a morte deve levar-me, então que seja com toda força, numa curva, porque vejo me mal a acabar a minha vida numa cadeira de rodas."

E a minha preferida
"Seja quem você for, seja qualquer posição que você tenha na vida, nível altíssimo ou mais baixo social, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."

2.5.18

aquilo que já disseram sobre a minha tatuagem

Fiz a minha primeira tatuagem com mais ou menos 18 anos. Na altura decidi tatuar algo na perna direita. E durante muitos anos foi a única tatuagem que tive. Não se tratou algo feito ao acaso, mas com o passar dos anos fiquei com vontade de fazer algo diferente por cima dessa tatuagem. A esse desejo juntou-se o de fazer uma outra tatuagem no braço. Algo que se proporcionou primeiro.

Quando tatuei a âncora no braço esquerdo, surgiu a possibilidade de fazer aquilo que queria na perna. Que basicamente passa por tatuar a perna direita do joelho para baixo. Com símbolos que dizem respeito à minha vida e aquilo que tenho vivido. Porque para mim só faz sentido tatuar algo com significado. Algo que esteve presente em todos os momentos em que decidi fazer uma tatuagem.

Outra das coisas que decidi foi tatuar em zonas do corpo que não estou sempre a ver. Por exemplo, raramente me lembro de que tenho uma âncora tatuada no braço. Tal como não estou sempre a ver a tatuagem que tenho na perna. Que já conta com 16 horas de arte e que ainda não está concluída. E esta tatuagem maior já deu origem a algumas questões.

Já me perguntaram se não tenho receio de me arrepender. E a resposta é um redondo não. Já me perguntaram como vai ser quando for velhinho. Confesso que não penso nisto, mas acredito que serei dos velhinhos com menos tatuagens da minha geração. E também perguntaram se não cansa. E a resposta também é não. Porque, apesar de ser grande, está numa zona do corpo que raramente vejo. Até porque ninguém passa a vida a olhar para as pernas. Por outro lado, já me disseram que ver a tatuagem é sinónimo de força e garra. Que é algo que transmite energia.

Por questões como estas é que aconselho que quem queira fazer uma tatuagem deve saber muito bem aquilo que quer. Deve pensar muito bem na zona do corpo a tatuar. No significado da tatuagem. E na escolha do tatuador. Porque se gastamos largas centenas de euros em telemóveis, não devemos querer fazer uma tatuagem por cinco euros. Porque a realidade é que uma boa tatuagem é cara.

No meu caso, e porque é a realidade que conheço, recomendo o trabalho do Gury (facebook e instagram), tatuador que está a trabalhar comigo e que praticamente tem desenhado a tatuagem na pele, bem como a equipa que trabalha consigo. E a prova de que existe muito talento aqui é o tempo de espera necessário para conseguir uma marcação. De resto, que seja uma decisão tomada por quem quer fazer e não com base nos comentários das pessoas que rodeiam e têm palpites para tudo e mais alguma coisa.

as mulheres só nos f**** a cabeça

Cruzei-me com um amigo de infância que não via há muito e de quem fui colega no secundário. Recordamos alguns momentos dessa época até que chegou aquela altura em que surgem as perguntas habituais como o local onde estamos a viver e em relação a filhos. Respondi que só tinha uma sobrinha e devolvi a pergunta. Fiquei a saber que tinha já tinha sido pai. E não só...

"Já me casei, separei, voltei a casar e já cheguei à conclusão de que mais valia não ter casado", disse-me. "As mulheres só nos f**** a cabeça", acrescenta em tom de desabafo. E não é a primeira vez que ouço um desabafo deste género. Até porque cada vez menos pessoas acreditam em relações longas e sólidas. E creio que existem diversos motivos para isso.

Acho que as pessoas deixaram de ter paciência para as outras. E ao mínimo problema - e eles existem sempre - vai cada um para seu lado. As pessoas acreditam que outras relações vão ser diferentes, mas a realidade comprova que os problemas são praticamente sempre os mesmos. E as pessoas também começam a ter dificuldade em habituar-se a partilhar rotinas com outras. E isto acontece quanto mais velhas as pessoas são. Já têm as suas vidas, os seus espaços e não sabem lidar com a divisão de tudo isso com outra pessoa. A isto junta-se o facto de que muitas pessoas simplesmente não foram feitas para relações longas.

Independentemente destes ou de outros motivos, quando chegamos ao ponto em que dizemos que alguém só nos f*** a cabeça, o melhor é mesmo cada um seguir o seu caminho. Porque o final nunca será feliz.

sem palavras. só suspiros #6











Ana de Armas