31.3.14

dieta versão 2.0

Voltei ao consultório da Dr. Mariana Abecasis para aquela que foi a segunda avaliação, desde que iniciei a minha reeducação alimentar. Antes de subir para a balança, tivemos a nossa conversa habitual. Motivadora como sempre (acho que consegue motivar qualquer pessoa no mundo), a Mariana ficou extremamente feliz pela reacção do meu corpo ao processo por que está a passar.

Gostou também de saber que treino diariamente sem sinal de fraqueza, que não salto refeições, que bebo muita água e que não tenho nenhum desejo alimentar louco. Aliás, fico feliz por destacar que nota que não estou nada nervoso, dizendo até que estou autorizado a ser um pouco permissivo no meu plano alimentar.

No momento de subir para a balança fiquei a saber que já perdi dez quilos. A gordura corporal desceu 4%, ganhei 600 gramas de massa muscular, mantenho um bom nível de percentagem de água corporal sendo que o índice de massa corporal continuar a descer, estando cada vez mais perto do ideal.

Nunca tive dúvidas mas agora tenho uma avassaladora certeza de que fiz bem em recorrer a um especialista (acho que não podia ter feito melhor opção) para melhorar a minha vida. O dinheiro que gastei até agora não podia ter melhor destino. A motivação continua alta e os resultados dão-me um alento ainda maior. Quem está na dúvida, não hesite. Não perca mais tempo a ponderar dar um passo extremamente importante.

fui ao inferno. e quero regressar

Há algum tempo que andava a ser desafiado para dar início a um programa de treinos CrossFit. Quando me lançaram o desafio, não sabia o que era. Foi-me explicado que se tratavam de treinos curtos com cerca de vinte minutos. Em alguns deles, existe um número de repetições para fazer em cada exercício. Noutros, é fazer o máximo de repetições que se aguentar. Ao informar-me melhor, soube que se podem perder quatro quilos por mês com estes programas, que ajudam também a definir o corpo.

Hoje, fiz o primeiro treino. Olhei para o esquema e reparei que os diferentes treinos têm nomes de mulheres. Ri-me! Apesar de saber que era algo intenso, pensei que vinte minutos iam passar a correr. Soube que ia dividir o meu tempo entre séries de 12x na barra solta (supino) e séries de 10x de elevações no TRX, no meu caso foi numa barra pois éramos três e só existem dois TRX. O cronómetro iniciou a contagem. Eu, depois de um aquecimento de cinco minutos na máquina de remo, estava cheio de pica. Fiz as primeiras séries e pensava que não ia ser assim tão duro.

Numa altura em que já começava a ficar dorido, ouço isto: “já só faltam 15 minutos!” Pensei que era brincadeira para motivar mas faltavam realmente 15 minutos. Acho que aos dez, já descansava um pouco. Aos 15 rezava para que acabasse. Aos 18 pensava que já não era preciso fazer mais. Aos 20, quando acabou, quase gritei “aleluia.” No total, fiz 14 séries completas, ou seja, 168 levantamentos na barra solta e 140 elevações.

Estava dorido mas as pernas estavam frescas. Como tal, ainda fui correr mais vinte minutos. E se tive esta vontade é porque o CrossFit, apesar de bastante exigente, deixa-nos motivados e com desejo de mais. No duche, tive o primeiro sinal da exigência do treino, ao ter dificuldade em levantar os braços para lavar a cabeça. Além disso, as mãos, apesar de usar luvas, ficaram com três pequenas bolhas.

Mesmo assim, quero mais. Fui ao inferno. Voltei. E vou regressar, já na próxima quarta, que amanhã é dia de aula de bicicleta. O CrossFit tem o aliciante de cada pessoa testar as suas capacidades. E, apesar de cada um fazer aquilo que consegue, não recomendo este treino a quem não costuma treinar. Pelo simples facto de que, nesse caso, as dores pós-treino vão ser muito fortes. Para quem está habituado a treinar e quer experimentar algo novo, entreguem-se ao CrossFit. Só não subestimem os vinte minutos nem o facto dos treinos terem nomes de mulheres.   

quem recomendam?

Abril será um mês de novidades no blogue. No dia dez festejo o segundo aniversário enquanto homem sem blogue. Com este marco, chega outro que tem ligação para o meu aniversário, que tem lugar em Maio. E, neste momento, pondero uma alteração a nível de imagem, que também está ligada ao que referi anteriormente. Sendo que, e pela primeira vez, não quero ser eu a fazer essa alteração. Quero entregar essa missão a quem perceba do assunto. Como tal, quem recomendam dentro desta área? Obrigado!  

lisboa nunca foi tão doce

Cartuchos do Príncipe é o nome do novo espaço de doçaria tradicional da Capital. Situado no EntreTanto (Rua da Escola Politécnica, nº42), este negócio, em formato de quiosque, com uma pequena mas acolhedora esplanada, assegura que Lisboa nunca foi tão doce. A aposta forte de Cartuchos do Príncipe é um doce conventual confeccionado à base de ovos e amêndoas. Existem ainda bolos, outros doces e compotas. Estão também disponíveis aquelas que prometem ser as melhores empadas à venda em Lisboa. Cartuchos do Príncipe abriu portas na passada quinta-feira. Estive lá no Sábado. Provei, adorei, fiquei cliente, voltarei em breve e recomendo uma visita a todas as pessoas.



Mais do que um espaço onde posso saciar o meu desejo por doces, Cartuchos do Príncipe é uma aposta de um grande amigo. E mais do que aposta de um grande amigo, é um espaço de qualidade num local que vai dar que falar. Por isso, se não têm planos para os próximos dias, conheçam o EntreTanto (abriu no dia 28), descubram as 23 lojas (só falta abrir o restaurante) e deliciem-se com um - duvido que consigam devorar apenas um - delicioso cartucho.  

30.3.14

só elas é que são saudáveis?

Quer seja num restaurante ou num café, sempre que peço algo mais saudável, ficam sempre com a ideia de que é para a minha mulher. Acho que este é um dos motivos que leva muitos homens a esconderem que fazem dieta e a terem vergonha de assumir que o fazem. Existe uma ideia muito vincada de que só elas é que têm este tipo de preocupações.

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29.3.14

mulheres...

Cenário: jardim do Príncipe Real, em Lisboa, onde existe uma feira.

Ela - está ali uma bancada cheia de coisas de que gostas.

Durante alguns segundos, fiquei orgulhoso e até inchado por dentro. A minha mulher tinha reparado em algo interessante para mim.

Eu - o que é? (ia a conduzir)

Ela (com um sorriso maroto) - montes de coisas sem qualquer utilidade, tal como tu gostas.

Depois de ter conhecido o novo negócio de um amigo, fui espreitar a referida banca. Curiosamente, no meio das tais coisas sem utilidade nenhuma, estavam dois objectos de que gostou tanto ou mais do que eu. Mulheres...

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os amigos são como as fraldas

Numa fase, passa-se isto:
- Tal como uma fralda que protege o rabo, os amigos protegem nas alturas de maior aperto.

- Tal como as fraldas, os amigos fazem com que os outros se sintam seguros e mais confiantes. Sabem que se algo correr mal, ambos estão lá para o que for necessário.

- Tal como uma fralda, os amigos agarram-se aos outros com todas as suas forças, cedendo apenas quando não aguentam mais.

- Tal como uma fralda, os amigos “limpam” a merda que os outros fazem, impedindo que a sujidade se alastre.

Até que se chega a esta fase:
- Tal como uma fralda, os amigos também são descartáveis.

- Tal como uma fralda, só se usam os amigos enquanto se precisa. Ninguém quer andar com uma fralda quando já não precisa dela.

- Tal como uma fralda, os amigos acabam quase sempre ao abandono num balde do lixo, quando já não servem um propósito.

- Tal como quando é necessária uma nova fralda, existe uma prateleira de amigos prontos a serem utilizados, passando pelas etapas anteriores.

Haverá quem olhe para isto como um disparate. Existirá quem partilhe da minha visão, encontrando semelhanças entre amigos e fraldas. Haverá quem grite aos quatro ventos que tem centenas de amigos que são os melhores de sempre e que nunca faltam, mesmo faltando e estando sempre ausentes. E existirá quem acredite que a amizade não é descartável, tendo apenas dois ou três amigos. Pelo menos comigo é assim.

28.3.14

pensamento da semana #22


A vida é muito curta. Excessivamente curta para ser passada com pessoas de quem não gostamos mas que entendemos que devemos cair nas boas graças dessas mesmas pessoas por alguma razão. Por sua vez, pessoas que só nos querem por perto porque gostam de estar rodeadas daquelas que lhes dão graxa, fazendo com que se sintam de certo modo superiores.

A vida é muito curta. Excessivamente curta para não ser passada junto daqueles que nos fazem felizes. Junto daqueles que nos fazem rir quando só queremos chorar. Junto daqueles que estão lá, sobretudo quando as coisas correm mal. Ou seja, junto daqueles que nos fazem felizes.

a moda das separações

Ao longo dos últimos tempos tem-se verificado um grande número se separações e divórcios. A começar pelos casais famosos, que todas as pessoas conhecem. Neste domínio, confesso que a maior parte das separações não me surpreendem. O casal assume o romance. Passados dois dias estão a publicitar o amor como sendo a mais linda história de amor alguma vez vista. Pelo meio – em alguns casos - existem negócios entre o casal. E dez dias depois, a relação chega ao fim por “incompatibilidades impossíveis de solucionar” Como tal, a maior parte destas separações não me chocam.

Noutro domínio, estão as separações e divórcios das pessoas que me são mais próximas. Algo que tem vindo a acontecer. Por exemplo, ainda ontem fiquei a saber da separação de mais um amigo de longa data. Quando se trata de separações de amigos, faço sempre a mesma pergunta: “existe a hipótese de se reconciliarem?” É sempre a primeira coisa que digo. E é algo que serve para perceber se foi uma decisão ponderada ou se foi uma opção tomada a quente num momento menos bom.

Quando a pessoa começa a gaguejar muito, sem saber o que dizer e sem saber justificar a opção, leva-me a acreditar que foi uma decisão tomada mais ou menos a quente. E que ainda está a ser estudada, apesar de já ter existido uma separação física. Quando me respondem prontamente “não”, explicando detalhadamente o que levou aquela situação e que preferiram a separação às crescentes ofensas mútuas, percebo que foi uma decisão complicada mas ponderada. Algo que será melhor para o casal e para os filhos, quando existem, preservando o que ainda existe de bom.

O que me leva a fazer aquela pergunta é achar que as pessoas têm cada vez menos paciência. A vida é levada a correr, o tempo é pouco e a paciência nenhuma. Isto leva algumas pessoas a resolverem tudo da forma mais “fácil” e “simples.” Os problemas são todos resolvidos da mesma forma, quer seja mandar fora um par de sapatos velhos ou decidir acabar com uma história de largos anos. Acho que as pessoas precisam de fazer pausas. Sobretudo nos momentos quentes onde é muito fácil mandar tudo para trás das costas como se não houvesse amanhã. Porque existe amanhã e muitas coisas são irreversíveis. 

meus queridos

Bom dia meus queridos? Tudo bem meus queridos? Como estão meus queridos? Precisam de alguma coisa meus queridos? Espero que tenham uma grande sexta-feira e um fim-de-semana ainda melhor meus queridos? Tudo de bom para vocês meus queridos!

Mesmo depois de ter vivido o meu momento Pedro Proença, continuo sem perceber o que leva alguém a chamar “querido” a todas as pessoas com quem se cruza. Algo comum em alguns cafés, onde o “querido” e o “menino” estão em pé de igualdade, mesmo que seja a primeira vez em que se entra no estabelecimento.

27.3.14

alguém sabe onde está?

Estou à procura da Primavera. Não a vejo há alguns dias mas faz-me muita falta. Se souberem dela avisem-me se faz favor. Muito obrigado.

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beyoncé e benfica

A expectativa era muita. Tinha ouvido maravilhas da Mrs. Carter Show World Tour e, mesmo não sendo o maior fã de Beyoncé, trata-se de uma artista que admiro, fui ver o primeiro de dois concertos em Lisboa. Se foi um dos melhores espectáculos a que já assisti? Sim. Sem qualquer dúvida. Se foi um dos melhores concertos a que já assisti? Não. Nem de longe. Pode parecer contraditório. Mas não é.

Acredito que poucos artistas conseguem estar à altura da qualidade do espectáculo protagonizado por Beyoncé. O palco é assustadoramente maravilhoso. Nada falta. Luz excelentemente preparada. Fogo. Câmaras ao estilo das melhores competições desportivas do mundo. Um coro divinal. Uma banda extraordinária. Bailarinas que nos deixam boquiabertos. Até agora, tudo mulheres. E dois bailarinos que são um pouco a alma do espectáculo e os grandes animadores quando Beyoncé não está em destaque. A isto junta-se uma gigantesca vídeo wall, que está "sempre" em movimento. Tudo isto está estudado ao mais ínfimo detalhe, e nada falha.

E tudo isto faz com que seja um espectáculo como poucos no mundo. Beyoncé – perdi a conta ao número de vezes que mudou de roupa – está divinal. Elegante. Perfeita em todas as roupas que escolhe. Dança, canta, dança, canta, dança, canta e por aí fora, sempre num registo de excelência A interacção com o público cumpre os mínimos olímpicos. Neste domínio, podia fazer mais. É uma opção que não me choca. Encore é também coisa que não existe. Mais uma opção que não me choca. Nós é que estamos habituados a um ou dois encores.

Quando digo que não é o melhor concerto é porque existem muitos momentos a separar uma música da outra. Momentos que são aproveitados para vídeos e danças. Não contabilizei o tempo mas acredito que quase que existe um empate entre o tempo em que Beyoncé está a cantar e aquele em que são exibidos vídeos ou em que está a dançar. É apenas por isto que digo que não é o melhor concerto a que já assisti. Gostava de menos momentos "mortos" porque Beyoncé abre a boca, ouve-se perfeição. A sua voz é tão perfeita que até arrepia e sabe sempre a pouco.

Gostei da homenagem a Whitney Houston. É um momento marcante. E acho que é um concerto que todas as mulheres adoram. É certo que os homens também mas a mensagem inicial do espectáculo e o próprio discurso de Beyoncé é especialmente dirigido para elas. Em jeito de conclusão, não saí de lá desiludido. Pelo contrário. Mas, não assisti a um grande concerto mas sim a um enorme espectáculo que poucas pessoas conseguem protagonizar.

Quanto ao Benfica, pouco a dizer. O Porto ganhou bem. Mas fico feliz pelo facto de Jorge Jesus não se ter deixado dominar pela rivalidade. Ou seja, percebeu que o jogo de Domingo, com o Braga, é muito mais importante do que este e guardou jogadores chave para esse encontro. Levou a eliminatória para a Luz e isso é que importa. Deixo apenas uma sugestão aos portistas que parecem ter ganho três ligas dos campeões em simultâneo. Foi apenas um jogo. Isto vai a meio. Ainda falta o jogo em Lisboa. Estão em vantagem. Mas é muito curta. Festejar em exagero pode dar mau resultado. E acreditem que os benfiquistas sabem o que dizem neste aspecto. Foi uma vitória justa. Não eram os piores do mundo. Mas também não passaram a ser os melhores.

26.3.14

b de be...

21 horas. Estádio do Dragão. Porto e Benfica entram em campo para disputar a primeira mão da meia-final da Taça de Portugal. Este é o primeiro duelo, de um conjunto de dois, de onde vai resultar um dos finalistas daquela que considero ser a prova mais bonita de Portugal. Quem já foi ao Jamor assistir a um jogo e viveu aquele ambiente, sabe certamente ao que me refiro.

20 horas. Meo Arena. Beyoncé sobe ao palco com a sua digressão The Mrs. Carter Show World Tour 2014, sendo que os dois concertos em Lisboa (hoje e amanhã) colocam um ponto final nas actuações europeias. Diz a crítica que se trata de uma tour em bom com a cantora e exibir a excelente forma física que tanto trabalho lhe deu a alcançar.

Desconhecia a coincidência destas datas. Aliás, quando a minha mulher comprou os bilhetes para o concerto não havia a certeza de que o Benfica estaria na meia-final nem sequer, acho eu, as datas estavam agendadas. Como tal, devia estar no meu sofá a vibrar com o jogo e a gritar quando os lances assim o exigissem, para desespero dos meus dois vizinhos (o do meu prédio e o do prédio ao lado) que são do Sporting. Faço esta avaliação porque ouço ambos gritarem com os lances do Sporting. Em vez disso, vou estar no antigo Pavilhão Atlântico a assistir ao tão aguardado concerto de Beyoncé.

E não há nada que não se resolva. Como o B dá para o Benfica e para a Beyoncé, optei por dividir-me. Os ouvidos e o olho direito vão ficar a cargo de Beyoncé. Podiam ser apenas os ouvidos mas a excelente forma física e a sensualidade da cantora pedem mais do que ouvidos e seria um desperdício não olhar para ela. O olho esquerdo fica para o meu Benfica, com actualizações constantes no telemóvel. Quanto ao coração, esse fica todo para o Benfica. Não há cá divisões. O que me pode levar a ter comportamentos menos adequados para um concerto de uma diva.

sou um grande vulto

Hoje, no trânsito matinal, ouvi aquela que provavelmente é a melhor mixórdia de temáticas de sempre. Pelo menos, é aquela com que mais me identifico. Porque fala dos grandes vultos do ping-pong português. E digo isto porque me considero um grande vulto do ping-pong português. Quer dizer, fui um grande jogador de ténis de mesa. Quer dizer, fui um atleta assim assim. Quer dizer, joguei algumas vezes. Bem, na verdade fui uma nódoa neste desporto.

Quando era puto joguei ping-pong. A minha grande vantagem era ser canhoto. Era algo que o meu treinador explorava e que chegava a irritar os meus colegas que tinham dificuldade em jogar contra mim, pois eram todos destros. A aventura no ping-pong não teve muitos episódios. Participei apenas num torneio. Quase que apostava que se chamava Dartacão, mas não sei precisar. Sei que ganhei apenas um jogo. Pelo simples facto de que o meu adversário não apareceu. Provavelmente seria fã dos desenhos animados e quando percebeu que era um torneio de ténis de mesa, pirou-se para ir ver mais um episódio do Dartacão.

No segundo jogo levei uma grande tareia. Como não sentia uma grande paixão pela modalidade, apesar de ainda adorar jogar, acabei por mudar de desporto. Como prémio de consolo, recordo as palavras do meu treinador, na hora da despedida. “Pelo menos chegavas a campeão distrital”, disse-me. Quem não ouviu a mixórdia, pode ouvir aqui.

isto vai mudar

Quase ninguém sabe mas estás a ganhar três a zero. Não que isto seja um jogo, porque não é. Mas, neste momento contabilizo a minha derrota em três remates certeiros da tua parte. E se quase ninguém sabe que estás a ganhar, quase ninguém vai perceber o significado deste texto, ou desabafo, se assim preferires. Como te disse, estás a ganhar. Mas isto vai mudar. Podes ter a certeza que vai. Podes dizer-me que se aprende algo com as derrotas. Em certa parte até podia concordar contigo. Mas não neste caso. Por isso, poupa-me esse discurso. Só nesta ocasião, pode ser? Pode ser que até venha a aprender algo com o actual resultado deste nosso jogo, que não o é, mas agora sou incapaz de o fazer. Quem sabe no futuro. Mas podes ter a certeza de que vou ganhar. E quando isso acontecer, vais levar comigo até não te aguentares. Prepara-te para isso!

a ansiedade é uma cabra

O coração bate mais depressa. O ar parece faltar. O discernimento perde-se. A realidade onde estamos inseridos deixa de existir e nem sequer faz sentido. As pessoas falam connosco. Nós não ouvimos. Pensamos num cenário. Noutro. Em mais um. E ainda em mais dez completamente diferentes dos anteriores. O coração continua a acelerar. A pessoa, por mais certezas que tenha, duvida do que quer fazer. Por isso, ansiedade não me leves a mal mas és uma cabra.

25.3.14

verdade ou mito #53

A temperatura aquece. O calor é muito. O desejo sexual é cada vez maior. Até que a mulher começa a chorar porque está triste com alguma coisa. A mulher quer a relação mas não controlou o choro. E isto faz com que o homem perca a excitação que sentia. Isto será verdade? Será que as lágrimas delas cortam a excitação deles porque perdem vontade de ter sexo com a mulher que amam porque esta chorou? Ou será mito? Porque na realidade o choro não alteram o desejo deles? Verdade ou mito?

uma questão de respeito

Não sou pessoa de grandes lamentos. Mas isso não me impede de ter os meus momentos em que acho que isto ou aquilo está mal e que certas coisas deviam estar mais do que resolvidas. Nesses momentos, e quem me conhece, sabe do que falo, lamento-me. Retiro-me do mundo em que vivo e só interessa o meu umbigo. Nesses instantes, o mundo só eu e só existem os meus problemas para resolver. Felizmente, tenho a lucidez necessária para, em pouco tempo, regressar à realidade e tentar ver as coisas com outra perspectiva.

Num passado recente vivi dois momentos que me impedem de exagerar. Quando fui ver o espectáculo do Luís Franco Bastos diverti-me imenso. Eu, a minha mulher e as outras 798 pessoas que lotaram a sala. Quando saí do São Jorge, virei à esquerda para ir para o carro e dez passos depois deparo-me com dois homens que dormiam na rua. Qualquer um deles com idade para ser meu pai. Não interessa o motivo pelo qual ali foram parar. Mas ali estavam, enquanto dezenas de pessoas passavam por ali ainda a rir do que tinham ouvido nos últimos minutos. Ontem, tive um trabalho à noite. Quando saí do mesmo, passei no Saldanha e vi um grupo de voluntários a alimentar cerca de duas dezenas de pessoas que aguardavam ansiosas pela chegada da carrinha. Estes momentos impedem-me de perder a lucidez.

Não vivo com dificuldades. Nunca vivi, felizmente. Mas também não vivo rodeado de luxos. Vivo com o que tenho. Com o que a família me dá e com aquilo que o meu trabalho me permite ter. Para algumas pessoas pode aparentar ser muita coisa. Para mim, não é. Mas, momentos como os que referi fazem com que me dê por agradecido sempre que coloco a chave na porta e entro em casa. Existem problemas, não o nego. Alguns de complicada resolução. Mas assim que entro em casa, agradeço o que tenho e tento ignorar aquilo que está por resolver. Não se resolve hoje, resolve-se amanhã. Mas, agora vou aproveitar o que tenho. É assim que sou.

Além disso, situações como as que vi, fazem com que respeite muito quem tem menos do que eu. Tenho um grande respeito por todas as pessoas que têm uma vida mais complicada do que a minha. Sei que pode soar a discurso de candidata a miss mundo que diz ter pena dos pobrezinhos para ficar bem na fotografia. E não me importa que pensem isso. Porque é mesmo respeito que sinto.

quem me explica a utilidade disto #22

Hoje em dia é bastante comum os casais partilharem o banho. Há quem o faça por questões de poupança de água. Existindo também quem goste de partilhar o banho com a pessoa amada por outras razões. É verdade que se poupa água em caso de um duche rápido. Mas não é menos verdade que existe o risco do banho ser mais demorado devido à subida da temperatura e de uma eventual relação sexual no banho.

Foi a pensar nesses momentos mais quentes que foi criado o Sex in the Shower. De acordo com o fabricante, nem sempre é fácil encontrar posições que mantêm o casal feliz e livre de lesões. Como tal, este suporte para o pé garante, dizem, uma maior estabilidade durante o sexo no banho. Assim, tudo será perfeito. Ou seja, a troco de menos de dez euros encontra-se a solução para o sexo no banho.


Este produto levanta-me algumas dúvidas. O casal está no duche. A temperatura aquece e aumenta o desejo de sexo. Nessa altura fazem uma pausa, testam uma posição e aplicam o suporte? Ou o suporte está sempre colocado no mesmo local e a posição é sempre a mesma? Ou sempre que pretendem mudar de posição fazem uma pausa para aplicar o objecto? Como tal, quem me explica a utilidade disto?

mas a dieta também faz bem à carteira

No último texto brinquei com o facto de a dieta fazer mal à carteira. Baseei-me na necessidade de ter de vir a comprar roupa quando chegar ao objectivo que estipulei para mim. Isto é um facto que não posso negar. Se o corpo muda, a roupa fica mais larga. Recuperam-se algumas peças que já não se vestiam, compram-se outras consoante a disponibilidade da carteira e tudo se resolve.

Brincadeiras à parte, defendo também que a dieta faz bem à carteira. Ou seja, uma alimentação saudável sem cortes radicais permite poupar dinheiro. Como já referi, não passo fome. Nem me alimento de barras de cereais. Nem como apenas sopa e peixe. E muito menos tomo comprimidos para perder peso. Até como mais vezes do que comia. Ao dizer que poupo dinheiro com a dieta, várias pessoas costumam perguntar-me como é que isso é possível pois têm a ideia de que uma alimentação saudável é mais cara. Por isso, vou tentar explicar a minha opinião.

Nas compras
Vou ignorar os produtos para o lar. De resto, o carrinho de compras vem cheio de frutas, legumes e outras verduras. Além disso, compro embalagens com pacotes individuais de bolachas de água e sal. Papas de fruta. Iogurtes vários. Embalagens com aqueles triângulos de queijo. Embalagens individuais de tostas das pequenas. Só para dar alguns exemplos.

Faço seis refeições fora de casa. Lanche antes do ginásio. Pequeno-almoço. Lanche antes do almoço. Almoço e dois lanches da parte da tarde. A maior parte destas refeições são feitas com os produtos que compro e que levo de casa. Que por sua vez, têm um preço “baixo” tendo em conta o número de unidades que trazem. Como as minhas refeições são variadas, os produtos duram bastante tempo. Por exemplo, posso dizer que a embalagem de queijos que tenho é a mesma desde que comecei a dieta.

Ao comer estes produtos, deixei, por exemplo de tirar alimentos das máquinas de vending. Chegava a tirar uma sandes de manhã e algo da parte da tarde. Isto, em média, fazia-me gastar dois euros por dia. Noutras situações, como não tinha nada para comer, depois de almoço comprava algo no supermercado que levava para a redacção. Mais uma despesa.

Este é apenas um exemplo. Levo a comida de casa. Não gasto (sem contar com o pequeno-almoço e almoço e quando me apetece ir jantar fora – despesas que sempre tive e que agora têm um custo mais baixo) um cêntimo em comida fora de casa. Antigamente, era raro o dia em que não gastava. Se fizer a conta a dois euros por dia, consigo poupar, por mês, dinheiro suficiente para mais um carrinho de compras no supermercado. É por isto, e podia dar mais exemplos, que defendo que a dieta faz bem à carteira. E volto a reforçar a ideia de que não passo fome. Pois não abdico de nenhuma das refeições. 

24.3.14

just smile and wave boys

Nasci em Lisboa mas ao longo dos meus 32 anos vivi sempre na Margem Sul do rio Tejo. Para mim, é a margem certa. Nada tenho contra a outra, que adoro mas não a troco pela minha. E por ser um defensor da minha margem, não falo mal da outra. Simplesmente defendo aquilo de que gosto bastante. Em puto, o meu grupo de amigos costumava dizer que a nossa terra é que era a Capital de Portugal. Era aqui que tudo acontecia, dizíamos.

Mas o que é certo é que desde puto que me habituei a ouvir falar mal da Margem Sul. Para muita gente, sem qualquer conhecimento de causa, trata-se de uma margem do demo onde até existem monstros que saem da água para comer as pessoas. Há até quem jure a pés juntos que já viu um monstro de sete cabeças a passear na marginal num domingo pela manhã.

Ainda hoje, muitas pessoas dizem “deves ser mitra” quando sabem que alguém é da Margem Sul. Já para não falar daqueles que defendem que “isto” é um deserto. Nada tenho contra quem diz que é uma terra de mitras (como se os outros sítios só tivessem gente séria). Também nada tenho contra quem fala mal disto ou daquilo. Até porque ninguém vem aqui obrigado. Só espero que este deserto de mitras nunca mude nem perca este beleza. De resto, é como dizem os pinguins do Madagascar. “Just smile and wave boys.”






fazer dieta faz mal

Esta é a sexta semana em que estou a fazer dieta, continuo a preferir chamar-lhe reeducação alimentar pois não estou privado de praticamente nada. Este tempo já é mais do que suficiente para perceber que fazer dieta faz mal. Essa é a conclusão a que chego. E faz mal ao quê? Simples. Faz mal à carteira. A roupa está cada vez mais larga. E começa a ser praticamente impossível não ter que renovar a minha roupa. Por isso, fazer dieta faz mal. Mas deixa-me muito feliz!

23.3.14

ainda te lembras?

É apenas uma pergunta. Simples. Fácil. E até banal para muita gente. Mas, para mim, trata-se de uma questão bastante interessante e que nos deixa a pensar em algumas coisas. Por isso, ainda te lembras da última vez que fizeste algo pela primeira vez?

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21.3.14

pensamento da semana #21


No blogue já falei sobre beijos. Sobre a química dos mesmos e sobre o impacto que um primeiro beijo pode ter em duas pessoas. Como pode aproximar ainda mais, quando é bom. Tal como pode afastar quando o beijo é mau, sem qualquer química. Acho que os beijos são um óptimo medidor da sintonia entre duas pessoas.

Quanto aos abraços, tenho uma visão semelhante. Acho que a forma como duas pessoas se abraçam diz o que sentem uma pela outra. E isto tanto se aplica a duas pessoas que se amam como a amigos, por exemplo. O abraço, sendo um simples gesto, diz muito. O apertar ou o tocar quase como uma obrigação. O avançar para um gesto desejado e aquele apertar para não deixar fugir ou a relutância em querer sentir outra pessoa e o desejo que termine depressa são dados mais suficientes para saber muito sobre os sentimentos de alguém.

(des)conhecidos que valem a pena (des)conhecer

Ontem fui assistir à estreia de (Des)Conhecidos, a nova peça, de Hugo Barreiros e Rui Luís Brás, que está em cena no Teatro Turim. De forma resumida, trata-se da história de quatro pessoas (dois homens e duas mulheres) que acordam num quarto decrépito de onde não conseguem escapar. Em comum têm o facto de não se lembrarem de nada, quer seja do que os levou até ali ou mesmo os próprios nomes. Até que tudo muda... Como? Isso só se descobre no Teatro Turim. Acrescento apenas que esta peça é uma divertida comédia que consegue explorar a sensibilidade e o lado mais perverso do público. O brilhante humor mistura-se na perfeição com momentos que nos deixam pensativos e que nos levam a questionar diversas coisas.

O elenco é composto por Alexandra Rocha, Mafalda Vilhena, Pedro Bargado e Rui Luís Brás. Mafalda Vilhena e Rui Luís Brás dispensam apresentações. São dois “monstros” da representação portuguesa e valem cada cêntimo do preço do bilhete de um espectáculo, independentemente de custar dez (como é o caso) ou cem euros. Não sabem trabalhar mal. Se tentarem, não conseguem. Por sua vez, Alexandra Rocha é uma actriz que tenho gostado de descobrir. Já a tinha visto em A Bela é um Monstro e agora volto a ver o seu talento. O registo é diferente e neste caso está muito bem no seu papel. Por fim, Pedro Bargado é uma espécie de tesouro escondido neste espectáculo. E quanto mais se descobre, mais se quer descobrir, devido ao seu registo que encanta a sala.


Diz que o tempo vai estar mau. Diz que a chuva veio para ficar. Por isso, fica a dica. Este espectáculo vale mesmo a pena. A sala é pequena mas muito acolhedora. O que faz com que toda a gente sinta que está em palco. Aproveitem que está em cena até dia 30 de Março.

vamos ver no que dá

Poemas não sei escrever
Mas vou tentar rimar
É que hoje é o Dia Mundial da Poesia
E esta data não quero deixar passar

Podia rimar sobre as diferentes formas de amar
Sobre desporto ou sobre as saudades de playstation jogar
Mas prefiro rimar sobre o blogue
Que é lá que este poema vai estar

Transformou-se numa espécie de segunda casa
Onde gosto muito de estar
Além disso é uma companhia
Da qual não quero abdicar

Adoro trocar experiências com quem lá vai
É do mais enriquecedor que pode haver
Cada momento de partilha é único
E todos me fazem crescer

E assim chego à última quadra
Sem saber no que isto vai dar
Mas olhando para cima
Percebo que pelo menos deu para rimar

eu, sem tabus

A simpática Indigo desafiou-me para uma entrevista sem tabus. Falámos do blogue mas também de mulheres, do que é uma mulher perfeita, da perfeição dos seus corpos e de sexo. O resultado final pode ser visto aqui.

20.3.14

sejas bem aparecida

Existem diversas maneiras de receber a Primavera. Não me lembrei de uma melhor do que esta. Haverá local mais lindo do que o Estádio da Luz para entrar na estação que traz de volta o calor? Não há, pois não?

Sejas bem aparecida Primavera. Fica à vontade. E mantém isto quentinho se faz favor.

trabalhar com o namorado

Num destes dias, quando acabei de almoçar, foi impossível não ouvir uma conversa protagonizada por mulheres que estavam à minha frente na passadeira rolante. “Em casa discutimos por causa da empresa. Estou farta disto. Não basta trabalharmos juntos e ainda é isto em casa”, lamentava uma delas. Isto fez-me recordar o desabafo de um amigo que dizia que a relação com a ex-namorada era perfeita, até ao momento em que decidiram trabalhar juntos e aí foi cada um para seu lado.

Existem pessoas para quem trabalhar ou ter um negócio com quem se ama é um bicho de sete cabeças. Para mim, é o oposto. Em primeiro lugar, tenho um negócio com a minha mulher. Além disso, o meu pai tem um negócio com a minha mãe. E o meu sogro tem um negócio com a minha sogra. E estes são os melhores exemplos que posso ter. Até porque, o meu pai já teve um sócio e as coisas não correram bem. Tal como o meu sogro também já teve um sócio e as coisas também não correram bem.

Se tenho a oportunidade de ter um negócio com alguém que amo, porque razão hei-de ter com outra pessoa? Com alguém, por mais amigo que seja, que irá acabar por levantar desconfianças ao mínimo acontecimento imprevisto. Algo que também já testemunhei com amigos que não queriam acreditar mas que foram roubados pelos melhores amigos em negócios. Por isso é que prefiro partilhar um negócio com quem partilho a vida. Do meu ponto de vista, a probabilidade de que tudo corra bem é maior. Não existem as eventuais barreiras que se levantam com outros sócios.

Mas, para que tudo corra bem, existe uma regra de ouro de que não abdico. Quando estou a trabalhar com a minha mulher, ela deixa de o ser. Passa a ser a minha sócia. E esta regra tem de imperar sempre. Além disso, a relação não entra no negócio. Só o conhecimento da pessoa. Cumprindo isto, prefiro mil vezes trabalhar com a minha mulher. Sei como pensa, como trabalha e, acima de tudo, sei que deseja o sucesso do que é nosso tanto ou mais do que eu.

solução no fundo da garrafa

Ontem quis deixar o blogue apenas para o meu pai. Foi uma prenda que lhe quis dar. Presente que esteve quase a ser quebrado quando soube que ontem era igualmente Dia dos Alcoólicos Anónimos. Sobretudo quando soube que o consumo excessivo de álcool, em pessoas com mais de quarenta anos, está a aumentar. Começando também cada vez mais cedo o consumo.

Confesso que já bebi mais do que devia em algumas ocasiões. Não porque tentasse esquecer problemas. Mas em ambiente de festa e convívio de amigos. Este comportamento levou amigos a terem que me aturar, tal como já aturei uns quantos noutras ocasiões. Mas, ao longo dos tempos, este comportamento levou-me a mudar algumas coisas na minha relação com o álcool. Isto, para dizer que a minha relação com o consumo de bebidas foi sempre no registo de animação e de uma forma controlada.

Felizmente, não tenho casos próximos de alcoolismo. Não sei o que é ligarem-me para ir buscar alguém a algum sítio porque está caído num bar ou a arranjar confusão. Mas, já vi amigos beberem porque estão descontentes com algo. Inicia-se com uma cerveja. Mais outra. Mais umas quantas. Depois é o vinho e por fim uns quantos whiskies. E durante aquele percurso, e nas horas que se seguem, são extremamente felizes. Acredito que têm a noção que vão entrar numa realidade momentânea que não existe. Mas esquecem os problemas da vida durante algumas horas.

Pegando neste comportamento ocasional que observo em alguns amigos, acrescentando-lhe a crise que vivemos, o desemprego e muitas outras coisas, não me surpreende que o consumo de álcool seja maior em pessoas com mais de quarenta anos. Bebe-se um copo para aliviar. Mais outro. E sem se dar por isso já foram muitos. E sem se dar por isso, acredito eu, torna-se um ritual. Quer seja porque não há emprego ou porque tantos outros problemas aparentam não ter solução.

Aquilo que me choca é ver jovens, que ainda mal entraram na fase das borbulhas, podres de bêbados nas ruas. A ostentar a garrafa como se fosse o maior troféu que têm para exibir. Não sei o que leva crianças, que é o que ainda são, a entrarem no mundo do álcool desta forma. Andam todos tortos, às vezes vão perdendo sapatos e outras peças de roupa pelo caminho, sem terem a noção do que estão a fazer. Numa mão, a garrafa. Na outra, um cigarro ou uma ganza. E assim se sentem os maiores do mundo. Eu, que bebo os meus copos em ambiente de festa, não sei o que isto é. Não compreendo figuras destas. Que eram uma raridade quando tinha a idade deles, mesmo naquelas pessoas que mais bebiam.

Quando vejo aqueles miúdos, a minha reacção é sempre tentar imaginar como vão estar daqui a cinco ou dez anos. Será um comportamento passageiro e fartam-se depressa? Ou será a porta de entrada num mundo de excessos que faz com que se desperdice uma parte importante da vida, colocando em risco o futuro? Depois, penso também nos pais daqueles miúdos. Será que se importam com aquilo que eles fazem ou estão-se nas tintas desde que não aborreçam em casa?

moda culturalmente relevante

Mais do que cores, cortes, modelos e estilos, a moda pode ser uma importante e interessante forma de marcar uma posição que acaba por ter algum relevo e interesse cultural. Como em tudo na vida, as opiniões dividem-se e, quando alguém usa a moda para marcar uma posição por norma existem dois grandes grupos. De um lado os que amam aquilo que é feito. Do outro, os que consideram ridículo usar um negócio para passar uma mensagem.

Acredito que é isso que irá acontecer com o artista Saint Hoax, o criador de um projecto único, de nome War Drags You Out, cujo nome pode ter diferentes conotações, dependendo da leitura de cada pessoa. De forma simples e resumida, esta iniciativa – do meu ponto de vista com um enorme relevo cultural – consiste em ilustrações digitais que retratam líderes mundiais como drag queens.

Saint Hoax poderia ter escolhido apenas alvos fáceis, algo que não teria impacto. Em vez disso, escolheu pessoas com um enorme impacto na sociedade, algo que já lhe valeu mais de setenta ameaças de morte e até a destruição de algumas peças.

Queen Abby (Abdallah da Arábia Saudita)

Baricka O´Bisha (Barack Obama)

Ossie B´ (Osama Bin Laden)

Poppette Benny (Bento XVI)

Hitleria Hysteria (Hitler)

Madame O´Sane (Saddam Hussein)

Georgia Buchette (George W. Bush)

Vladdy Pushin´ (Vladimir Putin)

Kimmy Jungle (Kim Jong-Un)

Quem quiser saber mais sobre Saint Hoax, pode visitar o site e também o facebook do artista onde vão descobrir mais imagens. O projecto, que teve início na pintura de uma tela de Bin Laden irá crescer para uma loja online, que tem o lançamento marcado para hoje.


19.3.14

amo-te muito anhuca

Quando recordo aquilo que fui e os meus tempos de puto, tenho imagens muito boas. Recordo-me de dezenas de brincadeiras contigo. Recordo-me das idas ao futebol. Recordo-me das horas passadas a jogar às raquetes na praia. Recordo-me da ajuda e apoio para que realizasse o sonho de jogar futebol num bom clube.

Não me recordo de ter levado palmadas ou estalos teus. Nem sequer quando passávamos a noite inteira no hospital Dona Estefânia para que eu bebesse um copo de soro. Eu, que tinha pavor a agulhas e que tinha a opção de beber em vez de estar ligado ao soro. Não me lembro de uma má cara nas imensas visitas a esse hospital, quando tive hepatite ou quando tive outros problemas. Logo eu, que fazia do hospital uma segunda casa em alguns momentos.

Relembro ainda o teu esforço incansável para que ficasse bem curada uma lesão que me impedia de tocar com o pé no chão por causa das dores e que ficou curada sem qualquer sequela até aos dias que correm. Nunca irei esquecer o que me disseste quando falhei a primeira grande penalidade que tive oportunidade de marcar. Cheguei ao pé de ti a olhar para o chão e disse: “falhei.” Tu, prontamente disseste que não tinha falhado, que o guarda-redes é que tinha defendido. E isso soube-me melhor do que se tivesse sido golo.

Mas nem tudo foi fácil. Recordo-me também de te sentir apenas duas vezes por dia. Quando me beijavas antes de ires trabalhar e numa altura em que estava a dormir. E quando me beijavas no regresso a casa, numa altura em que também já dormia. Lembro-me também das férias em Lagos, que tinha de interromper para regressar a Lisboa, para trabalhar. Voltando dias mais tarde. São coisas de que me lembro bem. Mas destaco o facto de nunca teres tentado comprar esta ausência com uma nota que tiravas do bolso ou com o brinquedo que mais queria. A tua forma de me compensar era só com amor, sempre que tinhas tempo.

E isto impediu-me de sentir em demasia a tua ausência. E cedo percebi que fazias aquilo que fazias para que nada faltasse aos teus filhos. É certo que não posso esquecer tudo o que foi feito pela mãe, que está no mesmo patamar do que tu, mas hoje é o teu dia. Como estava a dizer, percebi que fazias aqueles esforços para que nunca faltasse comida na mesa, roupa no corpo, que não ficassem contas por pagar e que não tivéssemos uma vida apertada. E foste muito bem sucedido nessa missão.

E isso fez-me perceber que quero ser como tu. Quero ser o pai que és. Quero ser o homem que és. Quero ser o chefe de família que és. Quero que te orgulhes de mim e que vejas em mim aquilo que és e aquilo que vejo em ti. Para mim, o meu herói não usa capa, não tem uma nave espacial nem super-poderes que permitem salvar o mundo. O meu super-herói é de carne e osso. E usa bigode. Quer dizer, ao longo dos últimos tempos tem mais barba. Esse herói és tu e mais depressa acho que podes salvar o mundo do que se juntarem todos os super-poderes dos outros heróis num só.

Sonho com o dia em que vou viver este dia numa perspectiva dupla. Ou seja, em que diga que te amo mas que ao mesmo tempo seja acordado por um puto que está em pulgas para me dar um beijo e mostrar o desenho que fez no colégio para mim. Enquanto esse dia não chega, continuo feliz porque vivo apenas uma perspectiva. A de filho. E, no local onde estou, a olhar para ti, é a melhor perspectiva do mundo.

Se hoje ouvires alguém dizer que tem o melhor pai do mundo, não ligues que é mentira. Vamos fingir que acreditamos nessas pessoas para que ninguém fique triste mas ambos sabemos que o melhor pai do mundo és tu.

Amo-te muito Anhuca. És o melhor pai do mundo e um dos meus maiores orgulhos é dizer que sou teu filho.

Até já, que não dispenso o nosso jantar.

beijos
Bruno

18.3.14

verdade ou mito #52

O sexo consegue ser viciante, é o que dizem algumas pessoas. Isto será verdade? Será que que o sexo pode chegar a um estado de dependência tal que é necessária medicação e psicoterapia? Ou será mito? Porque o sexo nunca causará dependência em ninguém, por mais que se goste e faça. Verdade ou mito?

o que dar ao pai

Amanhã celebra-se o Dia do Pai. Uma data especial que, como tantas outras, acaba por ter um cariz comercial ao qual quase ninguém fica indiferente. Assumo que faço parte do grupo de pessoas que gosta de oferecer algo para assinalar uma data, neste caso o Dia do Pai. Mas não faço dessa prenda o símbolo maior do meu amor. Esse simbolismo fica para as palavras e sobretudo gestos. Talvez por isso, seja adepto de prendas com algum simbolismo associado.

E é nesse sentido que vão as minhas sugestões. Por exemplo, se for um pai benfiquista que há muito não vai ao futebol com o filho(a), porque não oferecer um bilhete para o jogo de quinta-feira para a Liga Europa ou para Domingo à tarde para o campeonato, levando-o ainda a comer uma sandes de courato, acompanhada de uma cerveja fresquinha naquele ritual típico do futebol. Ou oferecer uma camisola do clube do pai com o nome “pai” estampado nas costas, acompanhado do número “1”.

Se for um pai que passe os fins-de-semana a ver a Formúla1 na televisão, porque não oferecer a experiência de conduzir um carro veloz num autódromo. Se for um pai que adore pesca mas que há muito não sai do sofá, porque não oferecer duas canas de pesca com o convite para uma pescaria, algo que faziam antigamente. Ou oferecer roupa desportiva, agendando planos a dois.

Se o pai for um bom garfo, porque não marcar um jantar no seu restaurante favorito. Ou marcar um jantar surpresa naquele restaurante especial onde o pai gostava tanto de ir quando os filhos eram mais novos e passavam o tempo a riscar as toalhas de mesa com canetas. Estas são apenas algumas sugestões que envolvem mais do que simplesmente dar um presente e dois beijinhos.

a verdade (que ninguém conta) sobre os cursos universitários

Se as brochuras e publicidades aos diferentes cursos universitários fossem sinceras, estes seriam os verdadeiros slogans dos diferentes cursos. Confere? Fartei-me de rir com o meu.

Engenharia Electrotécnica: toneladas de raparigas, mas não muitas.

Bioquímica: Passar quatro anos a aspirar descobrir a cura para o cancro e o resto da vida a fabricar shampoo.

Arqueologia: Se não sabes o que é, provavelmente é cerimonial.

Tecnologia Informática: Deixa-me procurar isso no google para ti.

Ciências Informáticas (para mulheres heterossexuais): As chances são boas, mas os bons são estranhos.

Ciência Informáticas (para homens heterossexuais): Não tens chances com ela.

Química: Onde o álcool é sempre a solução.

Ciência Política: A tua opinião está errada.

Engenharia Aeroespacial: “Na verdade, é rocket science.”

Engenharia: A arte de descobrir quais os parâmetros que se podem ignorar em segurança.

Engenharia de Estruturas: Porque os arquitectos não sabem o que é a física.

Filosofia: Pensa nisso...

Comunicação: Vamos ensinar-te tudo o que precisa de saber para convencer os seus amigos de que o seu curso é realmente significativo.

Higienista: Algo para fazer até engravidar.

Fonoaudiologia: Temos maneiras de te fazer falar.

Linguística: Estudo 17 línguas e não sou fluente em nenhuma delas.

Direito: Estamos aqui por causa dos episódios de Lei e Ordem.

Fotografia: Vale a pena um disparo.

Estatísticas: Onde tudo é inventado e os números não importam.

Antropologia: Vai levar-te para a cama, mas não te vai pagar as contas.

Zoologia: Porque é impossível ser licenciado em gatinhos.

Psicologia: Boa sorte para fazeres qualquer coisa antes de acabar o curso.

Pre-Med: Provavelmente vais mudar de curso em dois anos.

História: A história pode eventualmente repetir-se, mas tu vais definitivamente repetir.

Inglês: Com que então queres ser um professor.

Cinema: Garfos à esquerda, facas à direita.

Astrofísica: Eh , eu estou dentro de uma ordem de magnitude.

Escrita Criativa: Porque segurança no trabalho é para fraquinhos.

Latim: Porque o útil está sobrevalorizado.

Física: Tudo o que aprendeste na semana passada estava errado.

Enfermagem: Aprender a salvar vidas, enquanto se luta para não acabar com a própria.

Biologia Marinha : Eu queria brincar com golfinhos, em vez disso estou a olhar para algas.

Contabilidade: Vender a alma por dinheiro.

Finanças: Porque a contabilidade era muito difícil.

Jornalismo: Aprender a construir um argumento que ninguém vai pagar para ouvir.

História de Arte: E pensavas que fazer arte era inútil.

Gestão de processos na área da música: Se não te odeias, estás a fazer qualquer coisa errada.

Design Gráfico: Não, nós não somos artistas. Somos designers.

dicionário falhadês-português

Gosto de críticas. Defendo que uma boa crítica é uma das formas mais eficazes de fazer alguém evoluir. E, ao longo dos anos, fui ensinado a criticar de forma construtiva. E a apenas criticar quando tenho algo para acrescentar. Como tal, para mim, “és uma merda” ou “isso que fizeste é uma grande bosta” - coisas que se ouvem com frequência - não é uma crítica. É apenas e só uma opinião, vazia de conteúdo, quando dita desta forma. Respeito e aceito que qualquer pessoa possa considerar outra uma merda, ou que defenda que outra pessoa só faz porcaria. Mas qual é a validade dessas palavras quando ditas dessa forma? Nenhuma! Terá eventualmente algum valor se for acrescentado de uma argumentação que leva à conclusão e que ajuda que a outra pessoa evolua.

Nos dias que correm, existe uma grande confusão entre o que é uma crítica e uma opinião. Sendo que muitas pessoas opinam com a ideia de que criticam. E o pior é que as tais opiniões, que se julgam críticas, são muitas vezes baseadas num vazio dominado por sentimentos nefastos. Sendo que estes sentimentos são, em muitos casos, os responsáveis pela ausência de evolução de algumas pessoas. As tais pessoas que preferem ver alguém cair em vez de lutar para chegar mais alto do que alguém já chegou.

É por isso que, há muito tempo, não abdico do meu dicionário de falhadês-português, que me tem permitido ao longo dos anos perceber aquilo que move algumas pessoas. Abrindo, ao calhas, o dicionário em questão, deparo-me com exemplos, que aqui partilho, que certamente todas as pessoas conhecem e já testemunharam num emprego ou na vida pessoal.

Falhadês:
“És uma grande merda!”
“Porquê?”
“Porque sim.”

Na realidade, aquilo que se queria dizer, em português, é:
“És minimamente bom naquilo que fazes mas não o quero assumir.”

Falhadês:
“O teu trabalho está uma grande merda!”
“Podes dizer-me como seria para ficar bom? É que assim aprendo e não repito o erro”
“Não sei. Mas isso é uma grande merda.”

Na realidade, aquilo que se queria dizer, em português, é:
“Parabéns. Está bem feito e estou com azia porque não fui eu que fiz.”

Falhadês:
“Essa é a ideia mais parva que já ouvi. Não tem pernas para andar”
“Ok! O que propões?”
“Nada. Mas a tua ideia é parva.”

Na realidade, aquilo que se queria dizer, em português, é:
“Boa ideia. Como é que não me lembrei disto antes.”

Falhadês:
“Como é que aquela pessoa é bem sucedida no trabalho e na vida? Só pode dar graxa aos patrões, dormir com todos os funcionários da empresa. E os projectos pessoais não passam de cópias que são promovidas por amigos igualmente estúpidos e parvos.”

Na realidade, aquilo que se queria dizer, em português, é:
“Que cabra/cabrão! Está bem na vida e luta por isso. Eu não passo da cepa torta mas a verdade é que não faço nada para ser melhor.”

O mundo seria muito melhor se as pessoas dissessem és isto ou aquilo, mas podias ser melhor se fizesses isto ou aquilo. Se as pessoas dissessem esse trabalho ficou péssimo, mas da próxima vez faz isto e aquilo que fica muito bom. Se as pessoas dissessem essa ideia é meio descabida, mas se aproveitar-mos isto e aquilo e acrescentarmos isto de que me lembrei temos uma bela ideia em mãos. E o mundo seria muito melhor se as pessoas olhassem para o sucesso dos outros, quer seja do vizinho da frente, do padeiro ou mesmo das pessoas mais conhecidas como uma inspiração para ser melhor do que essas pessoas. Porque elas estão bem no patamar em que estão. Não precisam de cair. Nós é que precisamos de escalar para lá chegar.

só se estraga uma casa

Manhã cedo lá em casa.

Ela – Ajudas-me a ligar o dedo do pé?

Eu – Sim. Depois colocas-me o emplastro nas costas?

Minutos mais tarde.

Eu – Não te esqueças dos comprimidos.

Ela – Ok! E tu não te esqueças do voltaren.

E assim só se estraga uma casa.

17.3.14

há por aí mãos de ouro?

Dei um jeito às costas, provavelmente pelo esforço físico no fim-de-semana. Como consequência, fiquei cheio de dores na parte inferior das mesmas e fui aconselhado a fazer massagens, como complemento ao emplastro e ao voltaren. Alguém recomenda um espaço onde existam mãos de ouro, dentro daqueles parâmetros de que todos gostam e que passam pelo bom e barato? Obrigado!

Enviado do meu iPhone

quem me explica a utilidade disto #21

Vibradores, dildos ou outros artigos quaisquer fazem parte do universo dos brinquedos sexuais a que as pessoas recorrem para obter prazer ou para apimentar uma relação. Cada pessoa compra o que quer. Cada qual sabe o que gosta de usar. São coisas que fazem parte da intimidade de cada pessoa ou casal. Acredito que, nos dias que correm, bastantes pessoas ou casais têm artigos deste género.

Só que, lá está. São coisas pessoais. Íntimas. Ou seja, não é o tipo de artigo que se tem em exposição na mesa da sala quando se recebem visitas. Como tal, quem tem este tipo de brinquedos sexuais costuma optar por um local “secreto” onde os guarda. De preferência um sítio onde nenhuma visita se lembre de ir mexer quando visita a casa da pessoa.

Foi a pensar nas pessoas que têm brinquedos sexuais que foi criado este Teddy Bear. Mais do que ser um tradicional ursinho de peluche, este Teddy Bear tem uma bolsa secreta (na nuca) onde podem ser escondidos os vibradores, por exemplo. De acordo com a marca, este sucesso de vendas, é o mais indicado para esconder os brinquedos sexuais. Por pouco mais de 28 euros está encontrada a solução, dizem.


Quanto às outras pessoas, não sei. Mas, na minha casa é habitual ter a presença de uma criança. Ou seja, a precisar de esconder um brinquedo sexual, o meu primeiro pensamento seria para um lugar onde ela nunca mexe. E também num objecto que não seja atractivo para ela. Como tal, nunca iria esconder, por exemplo, um vibrador num ursinho de peluche. Com o qual a criança iria querer brincar. E que provavelmente iria apertar, ficando a pensar no que seria aquele volume dentro do urso. E aposto que não ia descansar – que é isso que as crianças fazem – enquanto não chegasse ao tal objecto estranho dentro do urso, acabando no meio da sala com um vibrador na mão, a perguntar ao tio, à tia e às restantes visitas o que era aquilo. Como posso estar a ver isto tudo mal, quem me explica a utilidade disto?

a minha relação com a roupa interior

A minha relação com a roupa interior já viveu diferentes fases. Já fui fã de cuecas. Depois, fartei-me delas e passei para os boxers. Primeiro, numa espécie de grito de liberdade, era adepto dos modelos mais largos e compridos. Tivemos os nossos momentos e mudei-me para os boxers mais justos, igualmente compridos. Vivemos dias felizes até que me mudei para os modelos justos mas mais curtos, com quem namoro actualmente. A minha relação com a roupa interior só não mudou no futebol. Aí, as cuecas foram sempre rainhas. Ao contrário do que acontece no ginásio, onde as cuecas deram lugar aos boxers justos, especialmente concebidos para a prática de desporto, algo que não consigo usar no futebol porque uso uns calções térmicos.

Tal como a maioria dos homens – pelo menos é nisso que acredito – quando gosto de um modelo, de uma qualquer marca, que esteja a usar naquela altura, é um amor sem fim. É um sentimento tão forte que até nos rouba o discernimento necessário para perceber que o tempo de vida daquela peça de roupa interior já atingiu o seu limite. Quando um homem gosta, usa a roupa interior quase que de forma eterna. Por mais que a mulher diga que é melhor deixar de usar. Ou mesmo que não compre roupa interior há anos.

Por isso, quando gosto de algum modelo, compro diversas unidades, mesmo que sejam iguais. Isto faz com que a minha roupa interior – neste momento – se divida entre os boxers pretos da “just” que se vendem no continente e os modelos mais justos, e com outras cores, da Tezenis. Depois, existem aqueles momentos em que penso que preciso de comprar mais alguns exemplares. Algo que acontece quando estou na secção de roupa interior do Continente ou quando entro numa loja Tezenis. Nesses instantes, destaca-se a minha faceta de que a roupa interior é eterna. Chego a pegar em alguns exemplares para comprar mas, rapidamente desisto, dizendo: “os que tenho em casa estão praticamente novos e ainda vão durar muito tempo.”

Ontem, tive um raro momento que esta forma de pensar foi vencida pela lucidez. E a culpa foi de uma promoção da Tezenis. Quatro boxers iguais aos que costumo usar, ficam por 19,90 euros em vez dos habituais 31,60, caso comprasse um de cada vez. E decidi partilhar este momento porque só devo voltar a comprar roupa interior daqui a dez anos e porque acredito que existem muitos homens assim. Por isso, se desse lado estiverem homens que mantêm uma relação igual à minha com a roupa interior ou mulheres que têm um homem assim em casa, fica a dica para dar um pouco de vida à gaveta da roupa interior deles.

alentejo é...

 ...ser recebido assim

...andar de mini na mão

...partilhar petiscos em animados jantares (galo e galinha)

...acordar com uma vista fantástica e com a companhia perfeita

...praias fantásticas

...croissant e bola de berlim da Mabi

...é fazer ginásio de campo e carregar 25 sacos de terra

...é entrar no Verão com o primeiro mergulho do ano

...é distrair e perceber que um cão ou provavelmente um gato comeu parte dos chouriços

...é nunca recusar uma rapidinha

...é encontrar paz nas paisagens de sonho

...é ver os morangos crescer

...é ir ao mercado para levar coisas para casa

...é não resistir a fotografar mais uma paisagem

...é regressar a casa, colar um emplastro nas costas e namorar com o sofá

Para mim, o Alentejo, especificamente Vila Nova de Milfontes, é tudo isto e muito mais. É adorar ir, é amar o regresso a casa e ficar a pensar na próxima viagem ao refúgio. Ao refúgio perfeito.