17.5.21

mourinho e os quatro despedimentos britânicos que lhe renderam mais de 89 milhões de euros

Setembro de 2000. Foi nesta altura que José Mourinho deu o pontapé na carreira de treinador principal. Depois de largos anos a trabalhar como adjunto, o setubalense fazia a estreia no banco do Benfica. E por lá ficou até Dezembro desse ano. Avanço agora para Abril de 2021. Existem mais de duas décadas a separar o primeiro do último (ou mais recente) clube da carreira do Special One. Neste período de tempo, Mourinho conta com quatro despedimentos que lhe renderam mais de 89 milhões de euros.  

Eleito quatro vezes o melhor treinador do mundo, José Mourinho pode gabar-se de ter sido despedido em poucas ocasiões. Que curiosamente aconteceram todas em solo britânico. Depois de dois despedimentos no Chelsea, o português foi despedido do Manchester United. E agora, do Tottenham. Se é verdade que os despedimentos não foram muitos, o mesmo se pode dizer dos clubes que José Mourinho treinou ao longo dos 21 anos de carreira. Benfica, Leiria, Porto, Chelsea, Inter de Milão, Real Madrid, Manchester United e Tottenham são os oito clubes treinados pelo setubalense. 

 

“Se amanhã me despedirem fico milionário” 

 

Sem papas na língua, José Mourinho sempre lidou bem com os momentos que era questionado sobre possíveis despedimentos. “Se amanhã me despedirem fico milionário e tenho outro clube a pretender-me, por isso vou estar pressionado porquê?”, disse em 2007. Pouco tempo depois destas palavras era despedido do Chelsea e recebia qualquer coisa como 25 milhões de euros. O segundo despedimento acontece em 2015 e novamente no Chelsea. A indemnização foi de 14 milhões de euros. Ficando ainda a receber o ordenado semanal de 344 mil euros até encontrar novo clube.  

 

“Se me mandarem embora, tem ideia da quantidade de dinheiro que me teriam de dar?” 

 

Um ano depois, Mourinho abraçava novo projecto em Inglaterra, desta vez ao serviço do Manchester United. Conquistou uma Liga Europa, uma Taça da Liga e uma Supertaça de Inglaterra. Algo que não foi suficiente para evitar novo despedimento. Que lhe valeu mais uma pequena fortuna. Os diabos vermelhos pagaram 27 milhões de euros para despedirem o treinador português. “Muita gente diz que estou em perigo, mas não estou de acordo. Se me mandarem embora, tem ideia da quantidade de dinheiro que me teriam de dar?”, disse aos jornalistas pouco antes de ser despedido. 

 

Em Novembro de 2019 foi escolhido para liderar o Tottenham. A pouco menos de uma semana de disputar uma final pelo clube londrino acaba despedido. Mais uma vez, irá receber uma indemnização milionária. Caso falhasse os objetivos propostos, o clube poderia despedir o treinador português por uns “económicos” 12 milhões de euros. Assim, os londrinos irão pagar, de acordo com a imprensa britânica, 23,2 milhões de euros ao treinador português. Fazendo as contas, os quatro despedimentos britânicos renderam 89,2 milhões de euros a José Mourinho. 

 

Segue-se a Roma

 

Nos três primeiros despedimentos José Mourinho revelou vontade de voltar rapidamente ao trabalho. E com este não foi diferente.  “Não há necessidade, não há necessidade [de parar]. Não preciso de pausas. Estou sempre no futebol”, disse nas primeiras declarações depois da saída do comando técnico do Tottenham. Menos de duas semanas depois, José Mourinho é anunciado como novo treinador da Roma. O português irá assim regressar a Itália. E se na primeira vez chegou como heróis, agora aterra em solo transalpino depois de três despedimentos consecutivos.

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