28.2.22

casey stoner e o desejo de morrer no motogp

Casey Stoner sagrou-se campeão do mundo de MotoGP em 2011. Na altura, o piloto australiano tinha apenas 27 anos e um ano depois anunciava, com grande surpresa, o adeus ao circuito mundial. Poucos foram aqueles que perceberam o final da carreira naquele que era considerado o ponto mais alto da vida desportiva do atleta. Na época foi dito que já tinha ganho tudo e que chegara a hora de se dedicar à família. Agora, é dado a conhecer aquilo que realmente aconteceu.

Em tempos, Casey Stoner disse sofrer de fadiga crónica. Recentemente, numa conversa para o podcast “Gypsy Tales” o ex-piloto assumiu problemas de saúde mental. “Diagnosticaram-me ansiedade, mas naquela altura não sabia que isso existia. Pensava que era stress e, claro, convencia-me de que todos estavam stressados de alguma forma”, começa por dizer. “Mas agora a ansiedade chega a bloquear-me as costas, ao ponto de ter as vértebras em mau estado”, acrescenta.

“Diagnosticaram-me ansiedade, mas naquela altura não sabia que isso existia”

Casey Stoner vai mais longe nas revelações. “Durante a maior parte da minha carreira, e seguramente nos últimos dois anos no MotoGP, quanto melhor me corria o fim de semana, mais queria morrer”, desabafa. “Não foi fácil para mim entender por que motiva me custava mais do que aos outros pilotos. Há pessoas, como o Marc Márquez e o Valentino Rossi, que não são afetados por isso. Penso que teria sido mais fácil se tivesse estado ciente disto. Poderia ter lidado melhor com a situação. Nunca estive confortável com a imprensa, rodeado de gente”, diz.

“Não sabemos exatamente o que se passa com o meu corpo”

O antigo campeão do mundo refere mesmo que era uma situação insuportável. “Estava doente como um cão, não queria correr. Sentia muita pressão da equipa, de toda a gente que me ajudava. Às vezes juntavam-se umas 100 pessoas. Quando és o piloto número um e toda a gente espera que ganhes, isso pode afetar-te como aconteceu comigo”, conta. Referindo ainda que a vida de piloto de MotoGP deixou marcas. “Não sabemos exatamente o que se passa com o meu corpo. Mas seguramente tem a ver com aquela forma de desconectar o que tinha. Não queria saber se estava mal, nervoso ou com dores. Simplesmente dizia para mim: ‘aguenta e aceita’”, conclui. Agora, Stoner vive com limitações e a fadiga até o impede de correr.

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