28.5.20

sextorsão (trocar casa por sexo) aumenta com o coronavírus

A pandemia de coronavírus levou a que muitas pessoas ficassem fechadas em casa ao longo de meses. Muitas destas viram os seus rendimentos reduzidos ou mesmo cortados, devido aos despedimentos. Uma das consequências de tudo isto é o medo de perder a casa onde se vive. Por sua vez, este cenário fez com que aumentassem os casos de sextorsão. Fenómeno em que as pessoas (normalmente mulheres) são convidadas a trocar sexo pela manutenção da casa em que vivem.

De acordo com o jornal O Globo, existem cada vez mais donos de imóveis que estão a pedir sexo em troca de casa. Esta é a oferta que está a ser feita aos inquilinos, com aproveitamento da crise económica que nasce da pandemia de coronavírus. O artigo refere que as mulheres acabam por ser as mais vulneráveis neste quadro. Acabando por ceder por não conseguirem manter as habitações.

Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos da América, verificou-se um aumento de 13% das denúncias de assédio sexual durante a pandemia de coronavírus. "Se não fizesse sexo com ele, metia-me fora de casa", conta uma mulher no podcast da Aliança Nacional pela Habitação Justa (ANHJ), que realizou o estudo. Diz ainda ter sido ameaçada de despejo pelo senhorio. "Sendo mãe solteira, não tive escolha. Não queria perder a minha casa", acrescenta.

O que é certo é que este fenómeno tem vindo a ser estudado, ao longo dos últimos anos, nos Estados Unidos da América e Reino Unido. Sendo que, o actual panorama de crise acabou por fazer com que se verifiquem mais situações deste género. "Pessoas que são muito vulneráveis quando se deparam com um despejo, especialmente durante uma pandemia, às vezes lidam com escolhas impossíveis", salienta Morgan Williams, um conselheiro da ANHJ. "Os predadores no contexto habitacional aproveitam-se desta vulnerabilidade", acrescenta.

Por outro lado, este parece ser um problema que está para durar e que não terá resolução fácil. Os dados sobre a troca de sexo por habitação acabam por ser muito poucos. A isto juntam-se as ambiguidades legais desta situação, que fazem com que muitas mulheres possam até enfrentar acusações de prostituição. Além disso, muitos dos abusos nem chegam a ser relatados, devido à pouca informação sobre esta situação.

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