17.6.19

madonna, madame x, portugal e velhice

Nunca considerei Madonna uma cantora de excelência. Na minha modesta opinião, não tem uma voz por aí além. Mas quando o tema é entretenimento e espectáculo, coloco-a lá no topo. Não podendo ignorar a importância que teve, especialmente numa fase inicial da carreira, para muitas outras mulheres. Se colocar tudo no prato de uma balança, irá tender para o lado da excelência. A tal que lhe falta na voz mas é compensada em muitas outras coisas que fazem com que seja a rainha da pop.

Que agora sentimos como nossa. Até porque veio viver para Portugal. E a partir desse momento é nossa. A partir daqui misturam-se conceitos e ideias. Pensamos que o facto de viver por cá obriga a que qualquer trabalho que faça seja português. Ou seja, tem também que ser nosso. Ideia com que não concordo. Madonna refere que o novo disco é uma carta de amor a Portugal. Existem ainda diversos apontamentos que fazem a ligação aquela que é a sua nova casa. Mas isto não chega. Nós queremos que Madonna canta em português da primeira à última palavra do disco. Se não for assim, não está a respeitar Portugal nem os portugueses.

Enquanto isso, há quem lhe chame velha. Existem rádios que recusam colocar os seus temas na playlist pelo simples facto de que querem baixar a média de idades dos ouvintes. E entendem que isso não vai lá com uma "velhota" de 60 anos a brincar à música dos mais novos. Madonna defende-se e afirma que se fosse homem ninguém falava da sua idade. Entre uma situação e outra, existe ainda espaço e tempo para gozar com o português de Madonna no seu novo trabalho e para fazer piadas com as actuações da artista.

O que é certo é que Madame X é o disco mais vendido - no iTunes - em 60 países.Tudo isto só acontece com artistas que não são indiferentes a ninguém. E Madonna não passa ao lado de ninguém. Mesmo daqueles que dizem que não gostam e que lhe chamam velha. E isso é que faz uma rainha. Neste caso, da pop.

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