4.4.19

peço desculpa, mas o futebol não é o momento

Poucos são aqueles que gostam de ter memória no futebol. “Futebol é o momento”, defendem. E não concordo com isto nem um pouco. Estou a recuperar este assunto depois da derrota do Benfica em Alvaldade, para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. E porque isto deu origem a muitos comentários, nas redes sociais, a criticar Bruno Lage. Como prefiro ter memória, vou usar a mesma neste momento.

Bruno Lage pegou numa equipa mentalmente destruída. O Benfica de Rui Vitória (deste época) não praticava um bom futebol. Os reforços não se destacavam e mesmo aqueles que já cá estão há muito jogavam mal. Até que chegou Bruno Lage, o treinador que muitos acreditavam orientar a equipa até chegar alguém com mais experiência.

Com os mesmo jogadores, Lage conseguiu meter o Benfica a praticar bom futebol em pouco tempo. Até ao momento conta apenas com três derrotas e de sete pontos de atraso, passou para líder do campeonato. Pelo meio, conseguiu ir ganhar a Alvalade e ao Dragão, em partidas a contar para o campeonato. O novo treinador do Benfica recuperou jogadores, deu vida a uns que pareciam perdidos e melhorou ainda mais aqueles que estavam em lugar de destaque. Sendo que teve a coragem de apostar em jovens jogadores, algo aprecio bastante.

Se tudo tem sido perfeito? Não! Se o jogo que ditou a eliminação da Taça de Portugal foi bom? Também não. Mas mesmo nas exibições menos conseguidas, vejo uma equipa com fio de jogo. Jogadores que raramente se desorganizam quando antigamente poucas eram as vezes em que estavam organizados. E é por isto que recuso perder a memória e colocar tudo em causa por causa de um jogo que foi decidido num lance individual de Bruno Fernandes, um grande jogador.

Já tinha dito nas minhas redes sociais e volto a dizer. Não sei se o Benfica irá ser campeão este ano. E posso dizer que não acredito nisso por motivos que não merecem ser partilhados aqui. Mas nada disto tira brilhantismo ao trabalho de Bruno Lage. Que pegou numa equipa sem rumo e sem confiança. Este trabalho não perde relevância por um ou outro jogo menos bom. Ou por um ou outro erro, que fazem parte do futebol e que são comuns a todos os jogadores e treinadores.

De resto, e enquanto benfiquista, gostava muito que o Benfica fosse campeão este ano. Porque há muito que não assistia a uma campanha de ódio deste dimensão no futebol português. E sobre isto também não vale a pena alongar-me. É o que é. Vende quem quer, compra quem quer. Sendo que voltamos à falta de memória nestes momentos.

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