1.4.19

este estranho ritual laboral que quase parece ser obrigatório

Não sei se é por passarem muito tempo nos locais de trabalho, mas fico com a ideia de que as pessoas confundem cada vez mais os conceitos de amizade. E estou a juntar a amizade às relações profissionais porque parece que existe um ritual laboral que quase parece ser obrigatório. E que passa pela amizade virtual.

Hoje em dia, uma pessoa chega a um emprego novo e uma das primeiras “tarefas” passa por estabelecer amizade virtual com todos os colegas. Como se o novo emprego fosse sinónimo de amizade com pessoas que se conhecem há cinco minutos e com quem se trocou duas ou três palavras. É disparar pedidos de amizade em tudo e mais alguma coisa. É no Facebook, é seguir no Instagram e Twitter, se existir. E em todas as redes sociais possíveis e imaginárias.

Parece que é obrigatório ser amigo das pessoas com quem se trabalha. Mesmo que não exista uma relação que vá além do profissional e cordial. E mal daqueles que não entram nesta onda. “Aquele(a) não aceita o meu pedido de amizade porquê?”, perguntam. E depois criam teorias em torno disto. Quando são amigos, surgem novos problemas.

“Já viste o que aquele(a) escreveu? De certeza que é uma boca para fulano ou sicrano!” E está assim montada uma telenovela venezuelana dobrada em brasileiro, que passa na televisão à hora de almoço. Comecei por dizer, no título, que é um estranho ritual laboral. E mantenho esta opinião. Porque não sou obrigado a ser amigo de todas as pessoas com quem trabalho. Tal como não tenho que saber detalhes pessoais das suas vidas nem eles das minhas. E, por mais que algumas pessoas confundam as coisas, as redes sociais pessoais não são ferramentas de trabalho. Para ninguém e em lado nenhum.

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