5.1.17

a merda da inércia

A inércia é um dos maiores problemas da minha geração. Digo mesmo que a inércia é o maior problema dos portugueses. E não tenho problemas em assumir que esta preguiça, esta falta de movimento chega a enojar-me. É algo que me tira do sério. Até porque é algo que não pode ser combatido de forma individual.

As pessoas da minha geração comem e calam. Vivem com medo. E aquilo que mais me assusta é que vivem com medo quando têm razão. O problema não está no medo em si. Mas no medo de agir quando a razão está do seu lado. E quando digo que isto não pode ser resolvido de forma individual é porque quem está bem, quem rema contra a maré acaba por ser o marginal.

Infelizmente existe um número muito reduzido de pessoas que combatem a inércia que abomino. E infelizmente são sempre os maus, os arruaceiros, as ovelhas negras. Quando na realidade são os que têm razão. São os que estão bem. Estão sozinhos mas estão certos. E o que acontece a estas pessoas? São sempre as penalizadas. Porque ousam lutar pelas injustiças que os outros engolem em seco. E de sorriso estampado no rosto.

Quando me deparo com este cenário só me dá para dizer uma coisa: as pessoas têm o que merecem. Os portugueses gostam de gritar, de abanar os braços, de protestar mas apenas no plano teórico. No momento de agir todos se escondem. Todos se amedrontam. E não percebem que isto serve apenas para que sejam (ainda mais) abusados e explorados. É o que digo... as pessoas têm o que merecem.

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