22.9.16

queres conhecer a tua namorada? e a tua mulher?

Certo dia estava a almoçar, num daqueles espaços em que todas as pessoas ficam ao balcão, perto umas das outras, quando ouvi algo dito pelo homem que estava mesmo ao meu lado. "Queres conhecer a tua namorada? Casa com ela! Queres conhecer a tua mulher? Pede o divórcio!", foi aquilo que disse ao amigo que o acompanhava. Pelo desenrolar da conversa, que era impossível não ouvir, deu para perceber que era um homem em processo de divórcio. E que estava a ter muitos problemas com a mulher, descobrindo, segundo as suas palavras, facetas que a mulher nunca tinha revelado.

Este é apenas um exemplo de uma pessoa que se separa/divorcia. Mas acredito que muitas pessoas vão rever-se nestas palavras. Muitas mulheres vão dizer que estas palavras aplicam-se na perfeição ao ex-marido. Tal como muitos homens vão dizer que assenta que nem uma luva na ex-mulher. A percentagem que não se identifica com isto será muito menor. E refiro-me às pessoas que não tiveram qualquer problema/guerra no momento do divórcio. E numa análise de memória recordo-me de diversos amigos que tiveram problemas, alguns graves, na hora do divórcio.

Não sei o que move estas guerras mas acredito que quase todos os caminhos vão dar à mágoa pelo final de uma relação, independentemente de ser por desgaste ou por outro motivo qualquer inesperado. Acredito que seja a rejeição que leve alguém a dificultar ao máximo a vida a outra pessoa. E digo isto porque idealizo o final de uma relação como um momento em que cada um segue a sua vida da melhor forma possível. Sem dramas ou guerras que tornem praticamente impossível qualquer relacionamento, por mais cordial que seja, quando as coisas acalmarem pois defendo que no imediato, quando uma relação termina, não existe espaço para a amizade.

E estas guerras, cada vez mais comuns, levantam a questão: a pessoa foi sempre assim e estava disfarçada pelo amor ou será apenas um reflexo de um inesperado mau momento? Se bem que podem levantar muitas outras. O que é certo é que existem guerras que são espectáculos muito feios, em especial aquelas que envolvem crianças que não pediram para nascer e que passam a ser armas de arremesso na mão dos pais que se separaram.

2 comentários:

  1. Eu tive uma relação de 3 anos e meio com o pai do meu filho e separámo-nos em paz e harmonia. E assim continuou nos 2 anos seguintes. Mas à medida que o meu filho foi crescendo e que mil e uma coisas aconteceram nos 7 anos de vida dele, fui conhecendo as tais facetas da outra pessoa que nunca tinha visto... Enfim, é triste e desgastante, mais quando existem crianças, porque isso significa que temos que ter um cuidado extra para não as atingir e também que temos que levar com a outra pessoa toda a vida.

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    1. Infelizmente é em momentos destes que se conhece verdadeiramente uma pessoa.

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