3.6.16

temos de ter paciência com a taróloga

Carla Duarte é uma taróloga que tem um programa na SIC e que aconselhou paciência a uma senhora de 64 anos que ligou para o programa e disse ser vítima de violência doméstica. Entre outras coisas, Carla Duarte disse à senhora para nutrir o marido e para não procurar discussões nem conflitos. O vídeo deste momento quase passava despercebido nas redes sociais ocupadas a desejar a morte a José Cid e também à “cabra” da Marta Melro que ousou chamar anjinho à falecida cadela.

Nota prévia. Nada tenho contra pessoas que procuram ajuda junto de tarólogas através de consultas telefónicas. Mas acho que este triste episódio levanta diversas questões. A primeira é a quantidade de pessoas que (ainda) gastam dinheiro em chamadas telefónicas na esperança de resolver os problemas da vida através de algo tão impessoal como uma chamada telefónica. Será desespero? Não sei. Mas acredito que ande algures pelo desespero e falta de informação de algumas pessoas.

Além disso, olho para estas chamadas como um mero negócio em que pouco se presta atenção às palavras de quem liga. Este não é o primeiro episódio do género. E refiro-me ao que aconteceu e não ao conteúdo. E acho que fica evidente que a conversa quase que passa ao lado de quem está a receber as chamadas. É como ligar para uma qualquer linha de apoio ao cliente em que as respostas e os passos a seguir são sempre os mesmos. Do género, “desligue a box da tomada e volte a ligar”.

Foi com esta senhora tal como poderia ter sido com outra e com outro tema. A resposta andaria sempre pela calma, paciência, amor, carinho e que tudo isto misturado irá resultar numa vida e num futuro melhores. Está-se a falar mais deste episódio porque a pessoa que ligou queixou-se de violência doméstica, um crime público. É bom que se debata isto. Mas também é importante que se debata a essência deste tipo de programas, dos muitos, muitos, muitos, mas mesmo muitos euros que dão a ganhar e a forma como funcionam.

14 comentários:

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    Vi. Acho lamentável o episódio. Espero que a dita taróloga desapareça da TV, e que seja ocupada no mínimo com um programa sobre animais. É muito mais instrutivo. Enquanto o povo for ignorante, nunca terá capacidade de ir tratar dos seus assuntos nos locais proprios para esse efeito. Mas quem são os culpados? Enfim...

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  2. Sinceramente quando vejo coisas desse gênero penso que essas pessoas não vivem neste mundo só pode, não existe outra justificação.

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  3. Uma jovem a pedir paciência?! Vai na volta, também leva quando chega a casa ahahahhahahahahahahahhahaha

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  4. É triste, o episódio em si e os conselhos que a taróloga deu, e todo o programa. Não sei como ainda há pessoas que se deixam enganar por esquemas assim.


    Um beijinho* BATIK by Olívia Muniz

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  5. Ora aí está uma bela questão. Haver debate sobre a dita é que é um tanto ou quanto problemático. Então e os interesses envolvidos? Então como é que se entretém o "zé", o tal que convém manter assim, exactamente como está, ou seja, desinformado, ingénuo, crédulo?

    Sou outra coisita que me intriga: as redes sociais não podem ser consideradas a praga, a peste, do séc. XX? Por este andar, do XX, do XXI, XXII...

    Até quando este descalabro? Até quando este non sense que pode levar uma sociedade por caminhos tudo saudáveis?
    Temo o futuro, muito principalmente das nossas crianças e adolescentes.
    Não estamos a seguir rumo ao abismo no que respeita a valores, a princípios, a lealdade, honestidade, verticalidade de carácter, etc.? É que chegados a um determinado ponto o caminho não tem retorno.

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    1. As pessoas que percam tempo a procurar as notícias que revelam os milhões que os canais ganham com as chamadas telefónicas.

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    1. Se o programa existe é porque há audiência para ele. E isto leva a muitas questões.

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  7. Na minha opinião, é sem dúvida o desespero e a falta de as quem ouça nos desabafos, e que, naquela altura de desespero as encaminhe para o sitio certo.
    A solidão leva a esses "pedidos de ajuda", a quem nos aparece tão proximo e nos oferece a ajuda tão esperada.

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    1. Acho que passa muito por aí. O desespero leva a que se acredite em tudo como a solução que nos falta.

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