14.6.16

quando elas ficam sem cabelo

Num destes dias conversava com uma especialista em transplantes capilares. Uma mulher que trabalha numa área que pessoalmente associava mais ao universo masculino. E algo que muitos consideram mera vaidade. Estive numa clínica e reparei que entrara diversas mulheres. E quando conversei com a mulher, dizia-me que enquanto mulher não imaginava nada pior do que o cabelo começar a cair. Dizia mesmo que preferia perder o emprego e ficar fechada em casa do que andar na rua sem cabelo.

Num passado que desejo cada vez mais distante assisti a algo semelhante de perto. E refiro-me ao momento em que a minha mãe ficou sem cabelo por causa do cancro. E realmente considero que devem existir poucas coisas que incomodem mais uma mulher do que a queda de cabelo. E este incomodar está associado à auto-estima da pessoa. Ou seja, e por outras palavras, poucas coisas devem baixar mais a auto-estima de uma mulher do que a queda de cabelo.

E isso era perceptível na clínica. Os homens estavam muito mais descontraídos do que as mulheres. Elas estavam mais recatadas. Mais envergonhadas. Mais fechadas. Até porque naquele dia existia um aparto maior na clínica. Muitas pessoas olham para este problema como algo meramente estético. Dizem que se resolve com uma peruca. Ou que podem rapar o cabelo e está o problema resolvido que ninguém se preocupa com isto.

Olho para isto como algo que pode “destruir” uma mulher. Que a pode tornar em algo que não é. Que pode transformar a pessoa mais divertida e simpática do mundo no pior dos “animais” que passam o dia fechados numa caverna escura. Que transforma uma pessoa sociável em alguém que tem medo de falar com todos. E que faz com que uma mulher linda possa acreditar que é muito feia aos olhos do mundo.

É por isto que acho que este “drama” é das piores coisas que podem alterar a auto-estima de uma mulher. Não estou muito por dentro deste tema. Ou seja, não sei até que ponto existem ajudas. Sei apenas que os tratamentos são bastante “dispendiosos” para a carteira do comum dos mortais. E digo isto tendo em conta a realidade nacional. O que é pena. Mesmo aceitando que tudo tem um preço.

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