9.6.16

o plágio dos pequenos e o plágio dos grandes

Sempre acreditei existir apenas um tipo de plágio. É certo que o plágio passa por, de acordo com o dicionário, “copiar ou imitar, sem engenho, as obras ou os pensamentos dos outros e apresentá-los como originais”. Mas a verdade é que nem sempre é assim. Aprendi com o tempo que existem dois tipos de plágios. Aquele que é feito pelos grandes e outro, aparentemente completamente diferente, que é feito pelos pequenos.

Vou começar por explicar o que é o plágio dos pequenos. Por exemplo, se escrever algo no blogue que possa ser ligeiramente semelhante a algo existente sou logo rotulado de “plagiador”, mesmo que não o seja. Sou imediatamente ofendido e rotulado de pessoa sem originalidade que só sabe escrever algo copiando o que já foi feito por outros e apresentando essas ideias como minhas, sem referência ao autor original. Por exemplo, recordo-me de, em tempos, ter partilhado no blogue uma infografia muito bem feita. Partilhei o link do sítio de onde tinha retirado a mesma. E mesmo assim fui acusado de plágio. E estou a dar este exemplo para que seja fácil perceber.

Agora passo para o plágio dos grandes. Vamos imaginar alguém muito conhecido que copia, de forma mais ou menos descarada, aquilo que já foi feito por um pequeno. E que oferece aos outros como sendo seu. O que acontece? Nada! O grande nunca é visto como plagiador. Aliás, aqueles que dão a conhecer o plágio ainda conseguem ser ofendidos. Neste caso o plágio é sempre considerado duvidoso. Fica sempre a dúvida no ar. E poucos dão atenção (ou crédito) aquele que foi plagiado.

Escrevo este texto por causa de um amigo, a pessoa que decidiu criar o Ruim, uma divertida página de Facebook, com muito humor, que tem crescido imenso desde a sua criação. Hoje fiquei a saber que um texto seu foi citado na rádio, em directo, num programa das manhãs. E quem decidiu aproveitar o trabalho do meu amigo disse apenas ser “um texto que lhe tinha chegado da net”. É certo que a pessoa não disse que o texto era seu. Mas não é correcto dizer que é um texto que lhe chega. Era muito mais justo dizer quem é o autor de tal texto.

No molde em que aconteceu não existe problema nenhum. Tudo está bem. Mas se fosse o inverso? Se fosse o meu amigo a ir à página de Facebook daquela pessoa, roubando um qualquer texto dizendo que era algo que tinha visto na net. Seria o fim do mundo. O meu amigo seria “destruído” em segundos. Seria uma pessoa sem piada que vive do trabalho dos outros. O mundo está formatado para os grandes. Em tudo! Até na arte de plagiar.

5 comentários:

  1. Compreendo o que dizes e não duvido que se passe como dizes, mas, na situação que referes, não sabes se o texto do teu amigo chegou a quem o leu ainda com identificação do autor... (é uma hipótese, não?)

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    1. Duvido porque a pessoa não é virgem nestes casos. Além disso a pessoa diz que o texto lhe chegou num comentário de facebook. Acho que assim fosse seria fácil que a partilha de um texto automaticamente fizesse menção à página.

      Pior ainda. A pessoa justificou (no facebook) que estava a ler um texto jornalístico e não humorístico, como tal a menção não é necessária. Tem piada que o tal texto "jornalístico" seja realmente um texto humorístico escrito na página de facebook de alguém que se assume como "animal de estimação".

      Tudo isto misturado faz com que não acredite nessa hipótese.

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  2. Ninguém mandou o Ruim passar de uma página com 10 seguidores, onde as piadas eram quase private jokes, para uma pagina em que ele vai mesmo ter que comer um gajos, por atingir os 20mil seguidores :D

    Já o avisei... A fama só agora está a começar ahahah

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