6.5.16

volta ponderação que estás perdoada

O motivo deste texto não é um caso isolado. Aliás, é algo cada vez mais comum junto de diversas pessoas com uma forte presença mediática. A actriz Bárbara Norton de Matos partilhou na sua página oficial, na rede social Facebook, uma fotografia de um agente da Polícia Municipal de Cascais, a passar uma multa de estacionamento pois o seu carro estava parado numa zona destinada aos veículos de transportes de crianças. Bárbara realça o ar de gozo do agente explicando que grávida de quase nove meses, deixa a filha na escola e que tinha ido ao café comprar uma garrafa de água. E que saiu apressadamente do café, dentro do que a gravidez lhe permite, mas que nada disso demoveu o agente.

Este desabafo de Bárbara Norton de Matos deu origem a diversos comentários com diversas pessoas revoltadas contra a polícia e contra aquele agente em particular. Ou seja, todas aquelas pessoas acreditaram cegamente no relato da actriz. E o mesmo, a ser verdade, não pode justificar tanto ódio pois Bárbara Norton de Matos não nega que tinha a viatura mal estacionada. Tal como não refere que estava a deixar a filha, dizendo sim que estava no café a comprar água.

Agora é Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, quem conta a sua versão, recorrendo à mesma rede social. Explica o edil que um pequeno autocarro estava parado na faixa de rodagem à espera para estacionar no lugar devido. Acrescenta também que Bárbara estava acompanhada pelo pai que insultou o agente e rasgou a multa. E que começou a tirar fotografias dizendo: "Já está! Vai já para o Facebook!" Carlos Carreiras diz ainda que ninguém tem mais ou menos direitos devido à notoriedade pública motivada pelas profissões.

Não presenciei este caso. Não posso dizer se a versão correcta é a de Bárbara Norton de Matos, de Carlos Carreiras ou outra qualquer ali pelo meio. Aquilo que sei é que bastam três segundos para que um grande número de pessoas acredite cegamente naquilo que é dito por uma figura pública. Pessoas que conhecem apenas o lado público de alguém mas em quem acreditam cegamente. Só isso prova que se ofenda imediatamente alguém com base num desabafo. E também se aplica o inverso. Ou seja, pessoas que acreditam cegamente em tudo aquilo que acabam de ler, mesmo que seja de uma fonte duvidosa. Volta ponderação que estás perdoada!

10 comentários:

  1. nos dias de hoje que é consumido tudo a mil-à-hora, esquece que não volta, isso é "coisa" do nosso tempo. :)

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  2. A avaliar pelos senhores agentes que temos no nosso "mercado" sou mais de acreditar na Bárbara... Não é anormal um agente ignorar um cidadão e ter um ar de gozo perante uma multa... Isso é o que mais há por aí.

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    1. Tudo isso pode ser verdade. A partir do momento em que o pai dela está com ela perde qualquer razão que possa ter.

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  3. Nestes casos não largo mão de uma máxima minha: as histórias são como as moedas, têm sempre duas faces.

    Jinhooooosssss

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    1. Costumo dizer que as histórias têm três versões: a de uma parte, a de outra e aquilo que realmente aconteceu.

      Beijos

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  4. A ponderação tb já emigrou há muito para terras longínquas....


    A estupidez humana não tem fim....: (

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  5. Para mim o que é incrível, são as pessoas que não respeitam os direitos dos outros, e ainda acharem que devem ser desculpadas. Se o lugar é reservado, é como se estivesse ocupado.

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