6.4.15

as mamas delas, os rabos deles e as redes sociais

As redes sociais criam as suas regras. Nós aceitamos as mesmas (apesar de não ler pois é muito mais fácil escolher concordar e avançar com aquilo do que perder tempo a ler aquelas longas linhas onde se explica a política da respectiva rede social) e não lhes damos grande importância. Até que acontecem coisas como a censura a certas imagens ou vídeos. E aí debate-se a censura, que uns consideram justa e outros consideram injusta.

Neste momento, o momento alto da censura passa pelas mamas delas. Mamilos nas redes sociais, mais especificamente no instagram, nem pensar. Mas apenas os mamilos delas. Porque eles podem aparecer em tronco nu que não há problema nenhum. Há quem opte pelo caminho da comparação. Do estilo: se eles podem mostrar, porque não podemos nós, as mulheres? Eu não sigo essa estrada. A minha ideia é outra. Acho que se dá uma importância excessiva às mamas delas, aos mamilos para ser mais específico pois basta tapar os mesmos para que esteja tudo ok com a imagem, que não passam disso mesmo, de umas mamas. E de uns mamilos. Que podem ser vistos nas redes sociais, nas revistas, nas telenovelas, nos filmes, nos videoclips e por aí fora. Sem que ninguém, pelo menos na maioria dos casos, fique revoltado com aquela nudez. São apenas uns mamilos. Não são imagens/vídeos de sexo explícito.

Mas não são apenas os mamilos delas que são censurados. Os rabos deles também conseguem ser. Pelo menos o do António Raminhos, que aparece com o famoso mankini verde, celebrizado por Sacha Baron Cohen enquanto Borat, no videoclip do tema Hoje não estou p´ra ninguém, de David Antunes. Quando o artista partilhou o vídeo no youtube, recebeu um email a alertar para a sexualização do seu trabalho (por causa de António Raminhos). Acabou por saber que o seu vídeo não seria banido mas ficou igualmente certo que nunca estaria em destaque, por mais sucesso que tivesse. Agora, fica a pergunta: qual a diferença deste vídeo para tantos outros em que aparecem mulheres quase nuas e que chegam a estar em destaque?

É certo que as redes sociais têm as suas regras. É certo que as aceitamos quando nos inscrevemos mas também é certo que as regras acabam por não ser iguais para todos. Saindo das redes sociais, é igualmente certo que o corpo de uma mulher tem uma conotação sexual muito superior ao corpo de um homem. E para perceber isso basta comparar as diferentes situações onde os corpos delas e deles são expostos e a reacção a essas mesmas situações de exposição corporal.

4 comentários:

  1. Pipocante Irrelevante Delirante6 de abril de 2015 às 16:11

    As redes sociais não existem. Não são um ente.
    São empresas, com regras de conduta, mais moralistas ou mais liberais, consoante o que lhes interessa e mediante o que os accionistas permitem. E também os clientes, claro. Se 51% dos clientes não gosta de ver (.)(.) no ecran, fora com eles. Se o patrocinador não gosta de ver o seu anúncio por baixo do traseiro do raminhos (quem?), que se tape o Raminhos.
    Tudo o resto é conversa de encher.

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    1. Mas porque os mamilos não podem estar no ecrã e os rabos praticamente nus podem? Não se valoriza em demasia os mamilos e desvaloriza-se o rabo? Mas é como dizes, são empresas com regras e quem quer lá estar tem de seguir as mesmas.

      Mas porque é necessário esconder o traseiro do Raminhos enquanto se promove o traseiro, por exemplo, da Nicki Minaj? São várias questões que se colocam.

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  2. Tens toda a razão e isso acaba por ser discriminação, a meu ver claro.

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