26.1.15

os mínimos olímpicos da inteligência. isso ou o bin laden é o papa

No trânsito matinal estava a ouvir “+ ou – 2 minutos”, uma rubrica humorística da autoria de Joana Marques onde se abordam momentos caricatos que tiveram lugar num canal televisivo, numa rádio ou mesmo notícias publicadas nos diferentes jornais. Como acontece com alguma frequência, Joana Marques recordou um episódio protagonizado pelos concorrentes do Desafio Final 3 (Secret Story). Em específico, o momento em que a Voz quis saber o nome do Papa.

Como se chama o Papa foi a pergunta. Ouviram-se coisas como Dom Paulo, Ratzinger, aquele alemão que era general e outras coisas. Saliento desde já que um concorrente (cuja voz não reconheci mas parecia ser a de Carlos) parecia saber os nomes dos últimos Papas. Mas, aquilo que me “chocou” não foi chamar Dom Paulo ao actual papa ou chamar general ao antigo líder da Igreja Católica. Foi algo muito pior do que isso.

Uma concorrente do reality show disse que nome do Papa era Bin Laden. Realço que não defendo que os concorrentes deste tipo de programas tenham licenciaturas nas melhores universidades do país. Também não defendo que tenha de saber tudo e mais alguma coisa. Além disso, todas as pessoas, em algum momento das suas vidas, já deram uma patacoada. Já escreveram mal uma palavra ou já disseram um pequeno disparate em algum momento. Quem diz que nunca fez algo do género que atire a segunda pedra porque já todos atirámos a primeira.

Aquilo que defendo é algo como mínimos olímpicos da inteligência. Confundir Francisco, o nome do Papa, com o nome de um dos maiores terroristas de sempre é algo que me custa aceitar. Ainda por cima é escolhido o nome de um terrorista que morreu em 2011. Por mais que tente, não consigo perceber como é que alguém se recorda do nome de um terrorista quando lhe pedem o nome de um dos maiores (ou mesmo o maior) símbolos mundiais da paz e união. Um homem que já ajudou a derrubar barreiras que muitos julgavam impossíveis de fazer cair.

Não sei se é uma estratégia pessoal fazer-se de burro num programa deste género. Não sei se os concorrentes têm interesse (ou se ganham algo com isso) em mostrar uma ignorância muito maior do que a real. Aquilo que sei é que dizer que Bin Laden é o nome do Papa é algo que está muito longe dos mínimos olímpicos da inteligência. E que é algo que deveria envergonhar quem o diz.

16 comentários:

  1. Se eles fossem minimamente inteligentes, não estavam ali ;)
    Se já houve os que não sabiam nem o nome do Presidente da Republica e do Primeiro Ministro, saber o nome do Papa era digno de doutoramento.
    É de sentir vergonha alheia por eles jovens que não podem representar todos os outros

    Ana

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  2. Eu quero acreditar que seja estratégia...

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  3. Eu ainda tenho esperanças que essa ignorância que praticamente todos eles transmitem seja uma forma de chamar a atenção, porque caso não seja é muito preocupante. Ainda no outro dia um amigo meu ouviu uma menina de 14/15 anos a dizer que a mãe era burra porque lhe disse que o sol era uma estrela, segundo ela o sol é o sol e uma estrela é uma estrela. É nestes momentos que fico preocupada com a educação e cultura do nosso país.

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  4. Pipocante Irrelevante Delirante26 de janeiro de 2015 às 16:32

    Piores do que os que lá estão dentro, são os que cá estão fora a ver aquilo.
    (e digo eu, que vejo muita trampa inútil na TV)

    PS. isso dos mínimos é relativo, conheço muito boa gente que não sabe o que se comemora no 1º Dezembro, e não acha relevante sabê-lo. Por outro lado, hoje em dia, não saber quem é a Violetta é tão ou mais cultura geral do que saber quem é o Papa. Isto vindo de quem convivia com pessoas que achavam o mínimo dos mínimos saber o nome dos ministros do governo em funções.

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    1. Será uma questão de prioridades? De interesses? Eu gosto de acreditar em mínimos olímpicos que todos deveriam conhecer.

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  5. Por estas e por outras, deixei que ver TVI há anos.

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    1. Isto tem a ver com a cultura (ou a falta dela) de algumas pessoas.

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  6. mau demais para ser verdade... eu não me consigo rever em nenhum daqueles jovens que está ali... e as pessoas mais velhas que eventualmente vejam o programa acreditem que nem todos os jovens são assim, como aqueles, que todos os dias têm tempo de antena privilegiado...

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  7. É por estas e por outras que já vomito pelos olhos este programa (como vivo com colegas, volta e meia sou "obrigado" a ver, porque a minoria submete-se à maioria)... Eu fico estúpido com as coisas que oiço... Caramba, exige-se um mínimo de cultura geral. Há uns tempos, um dizia que o 25 de Abril foi em 1975, outra não sabia dizer a tabuada do 2, e por aí fora... Acho lamentável, no minímo. Sobretudo vindo de muitos que se dizem licenciados. Mas isto dava pano para mangas!

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  8. Hoje, estava a contar isto à minha sobrinha, de 16 anos, e ela respondeu-me " Essas respostas são dadas de propósito. Eles estão num jogo".
    Comentei :"Não sei, nem me parece. Mas é uma vergonha. Ainda ontem vi um pouco, ao final da noite e duas das concorrentes estavam pegadas e, simulação ou não, os colegas tiveram de se meter entre elas e separarem-nas. Penso muitas vezes como será que estas mulheres e homens vão educar os seus filhos".
    Responde a minha sobrinha "Isso é verdade!".
    Já disse aqui várias vezes que não sigo o programa, mas por volta das 00.40h, antes de desligar a TV, vou espreitar e é nestes pequenos momentos que vejo "tudo".
    Já pensei naqueles que foram os professores destes jovens . O que pensarão eles?!
    Beijinho

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    1. Quero acreditar na forma de pensar da tua sobrinha mas tenho muitas dúvidas.

      Beijos

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