12.8.14

quando elas fazem cocó

Existem pessoas que não têm certas imagens associadas. Até porque existem coisas que certas pessoas não fazem. Pelo menos na nossa mente. Por exemplo, uma mulher não faz cocó. Ninguém imagina uma mulher a fazer cocó, por mais natural e real que isso seja. Muito menos se imagina uma mulher como a Charlize Theron, por exemplo, a fazer tal coisa. O cenário fica ainda mais estranho quando é a própria mulher que puxa o assunto.

Ainda não vi a primeira parte de Sal mas vi um trailer na televisão. Nele aparecia a personagem de Diana Chaves que, entre outras coisas, diz a dois homens, se não me engano, que ia “fazer cocó”. Já vi a Diana Chaves em muitos papeis mas nunca a vi dizer tal coisa. E provavelmente não voltarei a ver. E fartei-me de rir com o momento porque, lá está, é daquelas coisas que não se associam às mulheres e que uma mulher nunca diz. Em momento algum. Nem na sua intimidade. Nunca informa se vai fazer o número um ou o número dois.

Quando vi isto, recordei-de de um amigo que tinha um hábito estranho. Desafiava os amigos a pensar na mulher mais bonita e de quem mais gostavam. Perdia alguns momentos a aprimorar o sonho. Puxava palavras que faziam com que o sonho fosse a visão do paraíso. Até que, no auge da imaginação, mudava a voz e dizia: “agora imagina que ela está a fazer cocó”. As reacções eram sempre iguais e passavam por ruídos difíceis de reproduzir em palavras. “Perdeu a piada não foi?”, e a forma como concluía a sua brincadeira.

E fazer isto a um homem (provavelmente passa-se o mesmo com as mulheres) prova que existem imagens que não se associam a ninguém. Muito menos a pessoas que só existem em nós pela suposta perfeição que vemos nessas mesmas pessoas. Isso impossibilita que se pense em coisas tão naturais como uma ida à casa-de-banho. Mesmo que essa ideia seja associada a alguém bastante presente na nossa vida.

Porém, se em vez de dizer que ia fazer cocó, Diana Chaves aparecesse nua numa cena de sexo, já ninguém ia reagir dessa forma. Porque pensamentos desses já toda a gente teve com alguém a quem acha piada, mesmo que seja uma celebridade. Aliás, pensamentos desses não têm limites. Toda a gente imagina tudo e mais alguma coisa, dentro do seu desejo. Agora, ir à casa-de-banho é que não.

34 comentários:

  1. Ainda ontem à noite vi o episódio e pensei exatamente o mesmo, o que me ri.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É daquelas coisas que não somos capazes de imaginar, por mais naturais que sejam.

      Eliminar
  2. As mulheres, definitivamente, não fazem dessas coisas. A Diana Chaves enganou-se!
    Já os homens são sempre associados a essas badalhoquices; de preferência com o acrescento de coçar a micose - com a devida exceção para, por exemplo, o Channing Tatum. :P

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Além da frase é a forma como ela o disse. Está fantástico :)

      Com os homens vale tudo ;p

      Eliminar
  3. Ahah, tens que ver este vídeo da Porta dos Fundos! https://www.youtube.com/watch?v=2YmH2T21ZBA

    ResponderEliminar
  4. Um dos momentos marcantes da minha infância foi quando me apercebi que a Rainha de Inglaterra também fazia cocó como os outros! Nunca consegui apagar a imagem que se formou na minha cabeça então...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Duvido que seja um amigo meu a deixar este comunicado mas conheço alguém que diz o mesmo.

      Eliminar
  5. Credo que ideia.. As mulheres jamais fariam algo tão impuro como isso do cócó.. ou dar traques sonoros.. ou bufas mortíferas. Heresia!! Somos seres mágicos, como os unicórnios, parem lá de nos borrar a imagem com essas fantasias de mau gosto!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O vídeo da porta dos fundos mostra tudo isso na perfeição :) Recomendo!

      Eliminar
  6. Por favor, promete-me que uma coisa assim tão clichê só é verdade na tua cabeça e na de crianças até aos 5 anos e que os amigos que referes são imaginários porque imaginar mais homens a pensar assim chega a ser doloroso. Que disparate.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Mia, tudo bem?

      Em primeiro lugar, agradeço o teu comentário.

      Não te faço promessas porque isso não é para mim. Mas, quero acreditar que não sou o único. E não devo ser. A avaliar pelos guionistas de Sal que decidiram colocar Diana Chaves a dizer que ia fazer cocó. E também a avaliar pelos guionistas da Porta dos Fundos que fizeram um sketch sobre a mesma temática.

      Não me quero comparar com eles porque não tenho um décimo do talento. Mas pelo menos fizeram-me sorrir com algo que também me passa pela cabeça.

      Quanto à dor que sentes. Não posso resolver. Posso apenas dizer-te que os amigos são bem reais e proporcionam-me momentos nada dolorosos que outras pessoas não têm capacidade para proporcionar porque vivem apenas no cinzento, onde a vida não aquece nem arrefece.

      Obrigado!
      Beijos

      Eliminar
    2. Uma coisa é fazer disso humor, coisa que devemos reservar a quem, de facto, consegue ter piada e, para tal, devemos imprimir ao texto essa capacidade de fazer rir. Podemos concluir, quer pelo texto, quer pela resposta, que não é o caso, logo, não estará em causa o propósito de fazer rir. Eu tenho certeza que qualquer um dos humoristas que referes estava, apenas e só, a reinar com a situação. Usar isto das mulheres não fazerem cocó no intuito de entreter, como exagero da realidade, com a intenção de fazer rir, eu entendo. Agora, que homens adultos toquem no assunto tratando com seriedade o facto de não conseguirem sequer imaginar uma mulher (o ser bonita nem vou valorizar que os trambolhos também o fazem e devia fazer a mesma impressão imaginar ambos os cenários) a fazê-lo, acho infantil e foi isso que me motivou a comentar. Foi a primeira vez que aqui comentei e já percebi que devia ter usado um tom mais floreado, mas não é para mim. Também me causa alguma impressão que as pessoas não entendam frases retóricas e respondam a uma estranha que lhes pede uma promessa (a dor também não era verdadeira, já agora). Eu, como entendo perguntas retóricas, não respondi ao 'tudo bem'. Quanto ao último parágrafo, considero-o passivo-agressivo e, por isso, merece-me apenas que te diga que gosto muito de viver no cinzento (incluí-me nas ‘outras pessoas’ porque, se não me fosse dirigida essa 'farpa', nem fazia sentido ter escrito). Acho mais genuíno viver no cinzento e ir percebendo que há, pelo menos, branco e preto, do que achar que junto em mim todas as cores do universo esquecendo-me que isso resulta num preto absoluto.

      Eliminar
    3. Mia,

      Existem alguns factores a destacar do teu comentário. "Podemos concluir" é algo teu. Não falas por mim nem por mais ninguém. E, na minha modesta opinião, que vale o que vale, não concluis nada. Presumes o que quiseres presumir. Porque, fui eu que escrevi o texto. Como tal, o objectivo que pretendia com o mesmo é apenas conhecido por mim. O resto, leia-se opiniões sobre o propósito do mesmo, não passam disso mesmo. De opiniões. Se não gostas, não gostas. Nem és obrigada a gostar. Lamento apenas que a única vez que te deu para comentar tenha sido logo com algo de que não gostaste e que te criou uma ilusória dor de pensamento. Mas, nada contra. Até porque me mereces o mesmo respeito e tempo do que outra pessoa que comente de forma diferente.

      Se é infantil? Para ti será. Para outras pessoas será também. Para mim não é. Para os meus amigos não é e já nos motivou diversas gargalhadas. E isso preenche-me muito mais, porque são pessoas que fazem parte da minha vida, do que a tua ideia de infantilidade e amigos imaginários e o que quer que seja. É uma opinião que respeito. Que assimilo mas que nada muda na minha maneira de ser.

      Eu não tenho de compreender o que quer que seja de ti porque não te conheço e o único contacto que temos é para dizeres que a possibilidade de existirem homens infantis como eu te provoca dor. Isso é algo com que terás de viver. Não eu nem sequer tenho de compreender o que quer que seja em relação a ti. Dedico algum tempo a tentar explicar algumas coisas mas não passo disso.

      Quanto ao passivo-agressivo, mais uma vez é uma consideração tua. E achaste por bem incluir-te no grupo de pessoas que vivem no cinzento. É uma decisão tua. Volto a dizer que pessoas que vivem no cinzento nunca me vão preencher como os meus amigos. Quanto ao resto, nada tenho a dizer porque não percebo nem me revejo em nada.

      De resto, tudo de bom para ti. Uma vida genuína e cheia de coisas boas que não sejam infantis nem provoquem qualquer dor.

      Um beijo e tudo de bom!

      Eliminar
    4. Estás enganado, posso concluir o que quiser baseada na interpretação que fizer do que me for dado a ver (neste caso a ler), que é minha, individual e à qual tenho todo o direito e ninguém, por mais arrogante que pretenda ser, me vai dizer que tenho de presumir antes de concluir se me apetecer concluir primeiro e apenas. Depois, podes aceitar a conclusão ou não, isso sim, porque, de facto, o texto é teu. Concordamos no 'não me revejo em nada' porque realmente é isso. Não me identifico com pessoas que dizem mas não dizem, não me identifico com pessoas afectadas, com excesso de sensibilidade, que não lidam com um comentário honesto e frontal que, embora curto e conciso, não era mal intencionado e não merecia a condescendência da resposta que recebeu. Por isso, e porque me dou mal com textos longos que dizem pouco ou argumentam ao lado, concluo que foi uma perda de tempo. Tu agora presumes o que mais te aprouver.

      Eliminar
    5. A tua piada está muito boa mas não vou partilhar. Fica entre nós ;)

      Obrigado pelo momento de boa disposição.

      Eliminar
    6. Alguém acordou com os niveis de sentido de humor em baixo...
      Mas o que eu gosto mesmo é destes "primeiros comentarios"... deixam-me sempre numa duvida enorme: se já são leitores assiduos mas pouco comentadores, ou se chegaram, leram o post e comentaram tudo assim à primeira. Mas acho que uma pessoa inteligente que se encaixa no primeiro grupo já conhece a tua escrita e a forma como encaras situações. É quase tão bom como acreditarem que os verdade ou mito são duvidas tuas!

      Enfim... sabes que te digo? Beijinhos e boa noite que amanha há mais :p

      Eliminar
    7. Havia muito a dizer-te sobre isto e já te expliquei um pouco no facebook. Mas não vale a pena perder mais tempo com quem o procura das mais variadas formas ;p

      beijos

      Eliminar
    8. HSB..nunca a expressao " os caes ladram e a caravana passa" fez tanto sentido qd aplicado a certos comentarios de malta aqui no teu spot...gabo-te a paciencia e acima de tudo a boa onda com que lidas com isso ;)

      Abraço

      Eliminar
    9. Existem coisas que aprendo com coisas que acho que são descabidas. É agradecer não ser assim, desejar não o ser e rir-me um pouco.

      Abraço

      Eliminar
  7. Ahahahahah, está demais sim senhor...

    ResponderEliminar
  8. "Por exemplo, uma mulher não faz cocó. Ninguém imagina uma mulher a fazer cocó, por mais natural e real que isso seja. Muito menos se imagina uma mulher como a Charlize Theron, por exemplo, a fazer tal coisa. "

    Isto!
    A Diana Chaves acabou de destruir uma "verdade universal" do mundo masculino: as mulheres não fazem o nr 2!
    xD

    ResponderEliminar
  9. Engraçado deixei de escrever no chat com amigas " já volto, vou ao wc" precisamente pq qd elas escrevem isso eu fico a pensar "humm vai fazer cocó....":o

    ResponderEliminar
  10. Cada um escreve o que quer e lhe apetece, mas admito que me mete alguma confusão generalizações absurdas. "... que uma mulher nunca diz. Em momento algum. Nem na sua intimidade. Nunca informa se vai fazer o número um ou o número dois." A sério?? Não devo ser um caso raro, já que acredito que há muita gente como eu, mas quando estou em casa e tenho que ir ao wc digo sempre ao namorado o que vou fazer. Não vejo nem ele vê mal algum nisso. Tudo depende da confiança e intimidade das pessoas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É a ideia que tenho. E acho que não ando muito longe da realidade quando digo que "ninguém" diz vou ali fazer cocó. E acho que mais facilmente um homem diz isso a outro homem do que uma mulher diz isso a outra mulher. É a minha ideia e não uma verdade universal. Se achas que é absurdo pensar assim, só tenho de respeitar.

      De resto, e falando de casais, concordo que passa pela intimidade. Mais do que confiança. Não preciso de confiar em alguém para lhe dizer que vou fazer o número dois. Basta a intimidade. Mais uma vez, é apenas o meu ponto de vista.

      Eliminar
  11. Uma boa forma de gozar com o meu noivo "amor espera, vou fazer cocó". Fica doente lool

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Confesso que tenho algumas brincadeiras do género. Até porque é giro ver a reacção das pessoas.

      Eliminar