3.5.14

foste tu e não eu. yessssss!

Não sei se é um comportamento comum a outras pessoas mas tenho mais cuidados num restaurante de luxo do que num restaurante mais simples. Com isto não quero dizer que me comporto como um homem das cavernas no tasco perto da minha casa, onde pago oito euros pela refeição completa, nem que me comporto com a etiqueta de um membro de uma família real num espaço onde uma refeição pode custar cinquenta euros.

Aquilo que pretendo dizer é que, por exemplo, preocupa-me menos sujar uma toalha de papel com azeite do que sujar uma toalha de tecido igualmente com azeite. Acho que o espaço onde estamos inseridos acaba por modificar a nossa forma de pensar e avaliar as mesmas situações. Assim sendo, o que é completamente normal num local, parece um “drama” de enormes proporções (apesar de não ser nada de extraordinário) noutro.

Nesta edição da Lisboa Restaurant Week fui experimentar o restaurante Tágide, em Lisboa. Posso dizer que foi perfeito e que recomendo a todas as pessoas mas sobre isso falarei mais tarde. Ficámos numa mesa de frente para o Tejo, num local onde se conseguia ver o nosso prédio na margem sul. As entradas vieram para a mesa. Vários tipos de pão, cada um mais delicioso do que o outro, e um taça de azeite para mergulhar o pão. Por outras palavras, o paraíso para mim. É o suficiente para me fazer feliz.

Estávamos à conversa e, de um pedaço de pão da minha mulher, pingou uma pequena gota de azeite para a toalha branca. A verdade é que mal se notava mas comecei automaticamente a rir-me.

“O que foi?”, pergunta-me.

“Há pouco deixei cair uma gota de azeite. Mas caiu-me em cima do dedo. Fiquei tão contente por não ter sido o primeiro a sujar a toalha”, respondi entre risos. (No momento em que isto aconteceu senti-me o Tom Cruise, na cena do filme Missão Impossível, em que apanha a gota de suor antes desta tocar no chão e disparar os alarmes da sala onde estava).

A minha mulher riu-se. Eu parecia um puto todo feliz por não ter feito uma asneira. Mas, tal como um puto que fez uma asneira, peguei numa faca e tapei a nódoa. “Problema resolvido”, disse.

6 comentários:

  1. Sempre pronto a defender a honra da senhora! Muito bem! :)))

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    1. Sim, mas primeiro fiquei feliz por ter sido ela e não eu :)

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  2. ahahahaha!
    Se isso me acontece,tento tapar a manhca com o objecto que esteja mais à mão.
    Eles deven estar habituados a pequenos, ou grande, precalços.
    Beijinho

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    1. Para eles é do mais normal que pode existir. Nós é que pensamos que é o fim do mundo.

      beijos

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  3. Olá. Venho sempre ler os teus comentários aos nossos .
    Reparei que cometi um erro grave(não dou nem posso dar erros), em "precalço", quando deveria ser "percalços", além falhas em algumas palavras.
    Desculpa.
    Se escrevo no tablete , este lê e ok, corrijo, se escrevo no pc, já velhinho e com as letras do teclado gastas (vai para a revisão), não reparo.
    Muitas vezes leio o que escrevo,outras comento á pressa, é no que dá.
    Desculpa, prometo ter mais cuidado.
    Beijinho

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