24.2.14

é possível separar a emoção da razão?

A vida é feita de decisões. Umas fáceis, outras complicadas e algumas delas que as pessoas dispensavam ter de tomar. E é bastante comum ouvir pessoas dizerem que tomaram decisões com base em dois factores: razão ou emoção. “Coloquei a emoção de lado e tomei esta decisão com base na razão”, diz-se. A minha dúvida é só uma: alguém consegue separar a razão da emoção? Ou seja, alguém consegue tomar decisões sem que o factor emocional esteja presente?

Pessoalmente, não acredito na razão sem emoção. Pelo simples facto de que aquilo que nos distingue enquanto pessoas são as emoções que vivem dentro de nós. E que são diferentes de pessoa para pessoa. A minha razão, tem por base, mesmo que seja numa dose mínima, a minha emoção. Que, por mais que tente, não a consigo separar da razão. A meu ver, é por isso que existem conversas onde ninguém se entende, apesar de todos acharem que têm razão e da razão de cada um ser diferente da razão que os outros defendem.

No caso do amor. Não deve existir uma única decisão tomada apenas com base na razão. E a vida sentimental de cada pessoa fala por si e é capaz de ser o melhor exemplo para isso. Se houvesse somente razão não existiam tantos momentos de dor no coração. Porque, sem emoção, seria tudo fácil de resolver. E assim não existiam problemas para ninguém. Mas, como existe emoção, o que aparenta mais simples acaba por se transformar no maior caos. Sendo que é esse caos que acaba por dar sentido à vida, fazendo com que as pessoas se diferenciem das outras.

E acho que o exemplo do amor aplica-se a quase tudo, para não dizer tudo, na vida. Acaba por ser a emoção de cada um que cria igualmente a razão de cada um. Sendo que existem razões que, apesar das diferentes nuances, são partilhadas por muitas pessoas. Para mim, razão sem emoção só existe em máquinas. Que não têm piada nenhuma quando comparadas com pessoas.

16 comentários:

  1. Nem preciso dizer mais nada.
    De acordo.

    Bjs

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  2. Tem que existir obrigatoriamente uma linha que separa razão de emoção. Quando misturadas só trazem problemas, desconforto. Em determinadas decisões que tomamos é fundamental que se saiba quando aplicar a razão e quando aplicar a emoção. Sermos assertivos também passa por aí.

    Quando não conseguimos separar uma da outra estamos literalmente lixados (peço desculpa pela expressão).

    Dou um exemplo muito prático. Se eu tiver que escolher entre um amigo que adoro, em quem confio, mas que profissionalmente é uma autêntica nulidade, e uma outra pessoa que não conheço de parte alguma, que até nem é simpática, mas profissionalmente é a pessoa ideal para ter como braço direito, eu não escolho o amigo, embora o adore. É tão simplesmente saber separar águas.

    Por isso é que em Portugal o factor C abunda. A cunha nada mais é do que não saber separar águas. O misturar a emoção com razão. O amigo pode não saber fazer nada, mas como é nosso amigo, damos-lhe um belo lugar na empresa, com um bruto ordenado e deixamos de fora gente com muito mérito. Ah, pois é!

    No amor é a mesma coisa, estou convencida que uma grande parte das melhores não é feliz e permanece ao lado de quem não a respeita, apenas por não querer separar a razão da emoção. Por um lado gosta da criatura, por outro a criatura bate-lhe... mas continua a gostar da criatura. Ora, bastava agir com a razão e dar um pontapé na criatura. Pontapé no sentido de sair dali para fora e dar a si própria uma oportunidade de ser feliz.

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    1. Isto dá uma série de questões. Por exemplo, no exemplo dos negócios não entra também o lado emocional que te liga mais ao negócio do que ao amigo? :)

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  3. Acho que isso depende muito da decisão que tem de se tomar e em que "área" está inserida. Se for no âmbito pessoal acredito que seja difícil, para muitas pessoas, separar a razão da emoção, apesar de achar que não é impossível. Mas no âmbito profissional já não acho que seja assim tão complicado. Há profissões que assim o obrigam ou pelo menos separando esses dois elementos a decisão torna-se mais fácil ou menos dolorosa. Não significa que a emoção não exista, mas simplesmente por momentos, é necessário colocá-la de lado para um bem maior.

    Kisses B!

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    1. Eu não acredito na razão vazia de emoção. Era muito mais fácil mas não acredito.

      beijos

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  4. Quando ouço este tema penso logo no meu ex-namorado... Não me esqueço das cruéis palavras que disse: "estou a sobrepor a razão à emoção" porque é melhor para nós. Como sou uma pessoa ligada a emoções, afectos, cumplicidades, amizade, amor, carinho, (...), dou muita importância à emoção...
    Mas, infelizmente, com a vida complicada que tenho tido ao longos destes três últimos anos, posso dizer que continuo a pensar muito com a emoção no meu dia-a-dia, pois sou uma pessoa de sentimentos e com sentimentos, mas agora dou mais importância à razão...
    No entanto, continuo a ser a mesma tótó de sempre! Digo uma coisa mas faço outra, porque não gosto de ver as pessoas a sofrer. Prefiro ser eu a sofrer a outra pessoa...

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    1. Eu prefiro ter a emoção a guiar-me. Pode doer em alguns casos mas prefiro que assim seja.

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  5. A RAZÃO tira EMOÇÃO à vida. (Nietsche)...:-))

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  6. A razão não serve para mais nada, a não ser controlar (um pouco) as emoções. São elas que nos fazem chegar à consciência o que nos diz o inconciente. Não somos máquinas, somos humanos. É no cérebro que habitam e se reproduzem as emoções. Quanto mais leio sobre isso, mais percebo que pouco temos de voluntário, na realidade. Somos mais formatados, do que achamos que somos ;)

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  7. A resposta em minha opinião é ...não...não se pode, não se consegue separar uma coisa da outra...pelo menos foi o que ensinou a vida:))
    Bjs
    Maria

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  8. Tudo depende da situação...
    Mas eu, como pessoa que vive mais com a emoção, sigo pouco a razão, confesso :/

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