nada bate a inocência delas

Nada bate a inocência das crianças. A falta de filtros. O modo como dizem tudo aquilo que pensam. As tentativas de se equipararem aos mais velhos. A vontade de mostrar que não são crianças. E as gargalhadas que tudo isto motiva. Partilho algumas coisas ouvidas ao longo dos últimos dias.

“A minha mãe chateou-me tanto a cabeça que tive de tomar um comprimido”, a minha sobrinha em jeito de desabafo.

“És tão chato como o avô”, a minha sobrinha para mim.

“Avó podias comprar-me aquilo.”

“O Natal está aí à porta.”

“Qual porta?”, diálogo entre a minha sobrinha e a minha mãe.

“Alguém sabe o que é um engenheiro civil?”

“Simmmmmmmmmmmmmmmmmm”

“É o que?”

“É um engenheiro”

“E é mais o quê?”

“Civil”, diálogo entre actor e o público infantil numa peça de teatro.

“Queres que o pai te leve às costas?”

“Não mãe. Se não te aleijo nas costas também não vou aleijar o pai. E já não tenho dois anos para andar às cavalitas”, diálogo entre mãe e sobrinha emprestada.