28.11.13

is this love? (capítulo onze)


Miguel e o pai de Alexandra continuavam na varanda. Com os copos de whisky cada vez mais vazios. E com os charutos já apagados e esquecidos no cinzeiro improvisado com um monte de papel prata, bastante útil nestas ocasiões. Na sala, Alexandra continuava a preocupar a mãe com a súbita má disposição. “Filha, queres que te prepare um copo com solução Stago? Pode ser que te sintas melhor”, perguntou. “Deixa estar mãe. Não é preciso. Isto já passa. Deve ter sido do vinho”, respondeu. “Quando o Miguel chegar não lhe digas nada. Sei como ele é e obriga-me logo a ir ao hospital”, acrescentou.

Menos de uma hora depois, Miguel e Alexandra estavam de partida para a casa dela. Sem que a indisposição de Alexandra fosse notada pelo namorado. Que estava excitado com o facto do jantar ter corrido muito melhor do que tinha pensado. “O jantar correu bem, não achas?”, perguntou Miguel enquanto conduzia. “Sim. Mas depois da conversa que tive com os meus pais não esperava outra coisa. Tu é que estavas demasiadamente e desnecessariamente nervoso”, referiu. “E conta lá o que conversaste com o meu pai na varanda”, acrescentou Alexandra. “Conversa de homens”, gracejou Miguel. “Não brinques”, pediu Alexandra. “A sério. Foi mesmo uma conversa séria. O teu pai pediu-me uma coisa que não te irei contar e que irei cumprir se esse dia chegar”, disse.

“Sabes que não gosto que me digas algo que não pretendes desenvolver. Se não me queres chateada contigo é melhor contares tudo”, explicou. “Ok. Se queres mesmo saber, o teu pai pediu-me para afastar de ti se algum dia tiver dúvidas em relação a nós”, revelou Miguel. “Não tinha nada que te dizer isso. Vou chatear-me com ele”. “Não vais nada. Não vais dar a entender que sabes o teor da nossa conversa. E além disso, ele tem razão no que diz e que me pediu. É teu pai e não te quer ver a sofrer, mais do que já sofreste”, referiu.

Minutos depois chegavam a casa. “Vi na programação que vai estrear um filme porreiro hoje. Vamos ver?”, perguntou Miguel. “Estou cansada. Fica tu no sofá que vou deitar-me”, respondeu Alexandra, ocultando do namorado a indisposição que a levava a querer deitar-se. “Está bem. Vou ficar por aqui um pouco. Até já. Amo-te muito”, disse Miguel antes de beijar a namorada. Enquanto via o filme acabou por se deixar dormir no sofá. Quando acordou já o filme tinha terminado. Ensonado e apenas com um olho aberto, foi para a cama. Chegado ao quarto ficou alguns minutos a observar a namorada. Antes de apagar a luz, beijou-a na testa. Depois, aninhou-se ao lado dela até se deixar dormir.

Pela manhã, Miguel acordou mais cedo. Era dia de ir jogar à bola com os amigos. Quando Alexandra acordou tinha um bilhete na almofada. “Esqueci-me de te dizer que era dia de futebol. Não te quis acordar. Tive de ir a casa buscar a roupa do futebol. Depois venho buscar-te para almoçar. Até já. Amo-te muito e já tenho saudades tuas”, era o que estava escrito. “Já não me sinto mal-disposta”, disse para si mesma Alexandra. Porém, sentia os seios doridos. Algo a que não deu muita importância.

Perto da uma da tarde, Miguel ligou a Alexandra. “Desce que estou a chegar. Vamos almoçar”, disse. Quando Alexandra entrou no carro, Miguel começou a falar do jogo. “Joguei muito bem. Marquei vários golos. Podia ter sido jogador de futebol”, brincou sem obter qualquer reacção da parte da namorada. “Que tens?”, perguntou. “Nada. Essa conversa não me interessa para nada”, respondeu bruscamente. “Desculpa. Estou de mau humor”, disse apercebendo-se de que tinha sido injusta.

O mau humor prolongou-se durante o almoço, alternando com poucos momentos de boa-disposição. E fez que quando chegassem a casa cada um fosse para o seu lado. Miguel agarrou-se à Playstation que tinha acabado de trazer da sua casa enquanto Alexandra levou o portátil para o quarto. Enquanto ouvia música na televisão ligou o portátil. Agora, começava a dar mais importância aos sintomas que sentia e que a preocupavam. E como costumava fazer escreveu tudo aquilo que sentia no Google. “Sintomas indisposição variações de humor peito dorido”, foi o que escreveu. Tudo aquilo que tinha escrito apontava para gravidez. Algo que a assustou. “Vou ter de sair. Tenho de ir a casa buscar mais umas coisas. Queres vir?”, gritou Miguel da sala. “Se não precisares de mim fico por aqui”, disse. “Estão fica a descansar. Até já.” Assim que Miguel saiu, Alexandra vestiu-se à pressa. Da janela observou o namorado afastar-se. Saiu de casa. Entrou no carro. E rumou à farmácia do centro comercial. Quando chegou a sua vez pediu, meio envergonhada, um teste de gravidez. Que logo escondeu na mala. Rumando a casa ainda mais depressa para que o namorado não notasse que tinha saído.

Minutos depois Miguel chegava a casa. O resto do dia foi passado com nervosismo. Que Alexandra se esforçava para esconder do namorado. “Será que estou grávida?”, era a única coisa em que pensava. Chegada a noite foram ambos deitar-se. Miguel começou a insinuar-se à namorada. Com as suas mãos a percorrerem o seu corpo por baixo do pijama. Excitada, Alexandra deixou-se levar. Acabando por finalmente esquecer a questão que a apoquentava. Durante largos minutos entregaram-se um ao outro. Acabando por se deixar dormir agarrados.

Na manhã seguinte foi Alexandra que acordou cedo. Prontamente agarrou o teste de gravidez que tinha escondido na sua mesa de cabeceira. Na gaveta da roupa interior. Alexandra cumpriu todos os passos. Seguiram-se os minutos mais longos da sua vida. Pouco tempo depois dois traços era aquilo que via. “Positivo. Estou grávida!”, exclamou. Alexandra encaminhou-se para o quarto. Sentou-se na cama ao lado de Miguel. E começou a chorar. Todavia, eram lágrimas de alegria que escorriam pelo seu rosto. O choro acabou por acordar Miguel. “Porque choras?”, perguntou.

Alexandra não conseguia dizer nada. Chorava e soluçava. Miguel estava cada vez mais nervoso. “Que se passa? Fala comigo. Que tens?”, insistiu. “Estou... grávida”, disse Alexandra. “Estás grávida? Estás a brincar comigo não estás? Estás mesmo grávida?”, perguntou Miguel sem que Alexandra tivesse tempo para responder. Sem dizer qualquer palavra, Alexandra passou o teste de gravidez para a mão do namorado. “Estás mesmo grávida”, disse Miguel. “Não me leves a mal a pergunta mas... é meu?”, perguntou.

17 comentários:

  1. Já previa…rrsrsr
    Terminou bruscamente esse capítulo...
    Achei indelicada a pergunta…não pela dúvida, mas pelo momento em que foi feita…!
    De qualquer forma agora saberemos de que é feito o Miguel, e esse amor que o faz derramar lágrimas amargas à chuva…
    Se for feito do que eu acho, ele nem deveria ter feito a pergunta (no fim das contas acho que não é dele) mas sim colocar-se ao lado dela e enxugar-lhe as lágrimas!

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  2. Ahahah adivinhei quando disse que ela estava grávida :P
    E esta questão do filho ser ou não do Miguel, ainda vai fazer correr muita tinta... A começar por ela se chatear com ele por causa da pergunta :P

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    1. Será que se vai chatear? Ou será que a pergunta tem lógica?

      Abraço ;p

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    2. A pergunta tem lógica (basta lembrar alguns capitulos anteriores), mas ela - se é uma mulher normal :p - vai chatear-se por causa da pergunta.... :$ ahahah

      (e eu também pensei logo na gravidez no ultimo capitulo. Mas tenho só que rectificar uma coisa: peitos doridos, indisposição e mudanças de humor, também pode ser menstruação xD)

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    3. Será que se vai chatear?

      Mas ela ficou a pensar na gravidez ;p

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  3. a pergunta tem lógica mas foi feita com imensa insensibilidade masculina lolol =P

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  4. ......isto tem mesmo de ser semanal, não pode ser diário?!!!!!!
    Gostei!

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    1. Por acaso é uma das poucas vezes em que o próximo capítulo já está na cabeça. Obrigado.

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  5. ...ai, ai.. isto tem de ser semanal, não pode ser diário???
    Parabéns muito bem escrito, adorei.

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  6. Concordo, isto devia ser diário! É que uma Pessoa fica presa a historia ;)

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  7. Nunca mais saiu nenhum :(

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