24.6.13

pessoas. desilusões. (des)ilusões. pessoas

Duvido que exista alguém que possa afirmar que nunca se sentiu desiludido em relação a outra pessoa. E estou a referir-me a um namorado. Ou uma namorada. A um amigo. Ou uma amiga. A um marido. Ou mulher. A um colega de trabalho. Ou uma colega. E por aí fora num mar de papéis sem fim. Acredito que todos provámos o sabor da desilusão. E que, se calhar, já deixámos esse mesmo sabor amargo na boca de alguém num determinado momento da nossa existência.

E estas constantes desilusões têm efeitos diferentes em cada pessoa. Há quem precise apenas de uma desilusão para nunca mais acreditar em ninguém, passando a colocar as pessoas todas no mesmo saco. Existem aqueles que continuam a acreditar nas pessoas, na esperança de encontrar uma que seja diferente. E existem aqueles para quem uma desilusão é completamente indiferente. Passam ao lado do ocorrido como se nada fosse.

Pessoalmente, sou um desconfiado. Quero acreditar em toda a gente. Acredito naquilo que podem ser. Naquilo que desejo que sejam. Mas fico sempre à espera do momento em que acabam por se revelar iguais a tantas outras pessoas. Dito por outras palavras, aguardo pelo momento que me dá razão e que confirma que me iludi em relação ao alguém. E digo isto porque chego a achar que ninguém desilude ninguém. As pessoas é que se iludem na esperança de que essa pessoa seja diferente das demais.

E penso desta forma porque já conheci muitas pessoas que julguei diferentes. Pessoas que pareciam diferentes. Até que chegou o momento (seja ele qual for) em que foram postas à prova. Nessa altura, existe o desejo de que sejam diferentes. Mas, em 95% dos casos, revelam-se iguais a todas as outras que já nos (des)iludiram. E acabo por perceber que esta é a lei da vida. Será sempre assim. Pessoas que levam a (des)ilusões e desilusões que nos levam a outras pessoas. É um ciclo vicioso sem fim.

43 comentários:

  1. A vida é feita de desilusões, mas são essas desilusões que nos fazem aprender mais sobre as pessoas e crescer!

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  2. Vamos aprendendo a moderar expectativas. Mas deixar de confiar à partida, recuso-me. Aliás, não consigo. Tenho sempre como base acreditar e não é uma coisa racional, é mesmo emocional, faz parte de mim. Depois valho-me da intuição para ir percepcionando características da outra pessoa, visto que os padrões costumam repetir-se. Quase sempre com uma grande desilusão, foi havendo indícios dela antes da mesma acontecer. Nisto das desilusões, não é fácil conciliar o que é uma característica negativa do outro, daquilo que é uma exigência nossa mais elevad. Tento que o meu corpo e demonstrações de excessivo desconforto no meso me dê a resposta, e até agora, costuma dar.

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  3. Sou desconfiada por natureza. E raramente me engano!

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  4. A vida é feita de ilusões e desilusões. Também já aprendi que as pessoas só nos desiludem quando depositamos demasiadas esperanças nelas...
    No entanto, continuo a ser uma crédula e acredito nas pessoas até prova em contrário. Depois levo na cabeça e fico furiosa.
    Mas recuso-me a desconfiar à partida. Lá por uma pessoa nos desiludir, não quer dizer que todas façam o mesmo...

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  5. eu era daquelas pessoas que, apesar das desilusões por que ia passando, achava sempre que valia a pena dar o benefício da dúvida a quem vinha a seguir.

    a última desilusão que tive foi tão grande e tão inesperada, vinda de alguém que nunca imaginei que o fizesse, que me sinto verdadeiramente mudada... e penso que dificilmente voltarei a acreditar em alguém como até aqui!

    mas sim, acredito que o ir e vir das pessoas nas nossas vidas é uma constante!

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    1. É um risco que corremos quando somos como tu. Chega a uma altura em que se torna quase impossível acreditar em alguém e nas suas palavras.

      Espero que ainda te mudem :)

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  6. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, mas devemos dar sempre o beneficio da dúvida...

    Boa semana!
    Abraço

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  7. Estando eu posta em sossego, qual Leonor, eis que sou obrigada a intervir: as pessoas não nos desiludem. Nós é que criamos expectativas (expetativas para os fãs do AO) sobre aquele ser. Idealizamos aquela pessoa de determinada forma e feitio. Colocamos a pessoa num pedestal tão elevado, que basta a pessoa reagir tal como ela é na realidade e não como nós a queremos ver, que sofremos. Ou melhor, nós acordamos para a realidade. A pessoa foi, é, será sempre assim. Vejamos: quantas vezes não desiludi minha querida progenitora? Todas as possíveis e ainda me faltam algumas. É mãe e aos seus olhos, sua cria é incapaz de a desiludir (tadita). Quantas vezes um amigo não nos desiludiu? Imensas, porque estamos tão magoados com o mundo que nem damos conta que ele apenas está a ser como sempre foi. Quantas vezes não desiludi outras pessoas? Ui, deixei de contar. Sou eu no meu pior. Ou no meu melhor. Depende do quadrante.
    Se já me arrependi de ter conhecido determinadas pessoas? Sim!!!! Mas depois passados anos, dei conta que essas pessoas foram a melhor forma de mudar de vida.
    Se essas pessoas se arrependeram de me terem conhecido? Sim!!! E continuam a pensar da mesma forma (problema delas).
    HSB, tudo na vida tem o seu momento. E se a desilusão bateu, é porque o tempo para essa relação/conhecimento terminou o seu prazo. Os dois lados com certeza que aprenderam alguma coisa. Veja o lado positivo. Depois vá beber uma cerveja e amaldiçoe o dia em que se deixou enganar. Continue a beber e quanto estiver assim para o tocado, já terá esquecido a desilusão.
    Só uma notinha: férias?!?! Férias?!?!?! Não se trabalha?!? Fotos e sugestões?!? Que tristeza!
    MS


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    1. Não resisto a comentar a referência ao AO: a palavra que referiu passou, como tantas outras, a ter grafia dupla, o que significa que "expectativa" está tão dentro do AO como "expetativa". A maneira de escrever depende da maneira como se diz. Eu escrevo "expectativa" porque pronuncio o "c", apesar de ter adotado o novo AO, de uma maneira geral (alguns aspetos ter-me-ão escapado).

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    2. Muito certeira MS. Tens muita razão no que dizes. E acrescento que existem pessoas que não são dignas de uma desilusão à séria. Revelam-se apenas uma simples pedra no nosso caminho que com um ligeiro pontapé voltam para o local de onde nunca deveriam ter saído :)

      Bruxa Mimi, detesto o AO ;p

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  8. Nunca devemos colocar a nossa mão no fogo por ninguém. Afinal, se existem tantas pessoas que pouco se conhecem a si mesmas, como podem elas querer conhecer e confiar cegamente num outro alguém?

    Por outro lado, também nunca devemos ser completamente cépticos em relação aos outros porque, se as deixarmos, ainda há pessoas que nos conseguem surpreender pela positiva.

    Deve partir de nós sabermos separar o trigo do joio e ganharmos estaleca suficiente para entender que não se colocam todas as pessoas no mesmo saco.

    Encaremos as desilusões como oportunidades de recomeços :)

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  9. Tive uma professora que nos dizia que, no que toca a pessoas, devemos sempre confiar, desconfiando. E é mais ou menos isto que eu tento fazer. ;)
    beijinho

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  10. E de desilusão em desilusão vamos vivendo e acreditando que não há pessoas perfeitas, mas que existirão sempre pessoas que marcam a diferença e que uns passam pelo nosso caminho e deixam muito e outros passam e pouco ou nada acrescentam.Mas haverá aqueles, mesmo que poucos, que ficam para sempre. É a lei da vida . Vá pensamentos positivos HSB!
    Boa semana! :)

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  11. "As pessoas é que se iludem na esperança de que essa pessoa seja diferente das demais." é precisamente isto que costumo dizer: as desilusões só existem porque houve antes uma ilusão.

    No entanto, aqui me confesso: sou (já nem sei se feliz ou infelizmente) o eterno ingénuo que acredita que toda a gente tem algo de bom dentro de si :/

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    1. Eu também. Até descobrir que são pessoas que só nos fizeram perder tempo.

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  12. Quando me desiludem, dá-me vontade de partir o mundo. Mas depois a coisa resfria e passado tempos, estou-me a marimbar para o assunto, porém, sempre com os dois pés atrás.
    Está tudo aqui dito e bem dito por ti.

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  13. Eu também sou desconfiada. Não era... mas já tenho idade e experiência suficientes para não acreditar em nada nem em ninguém. E já tive a minha dose de desilusões. Oh se tive...

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  14. Confesso-te que acho que sou um pouco como tu...pode ser pessimismo ou cautela ou desconfiança...mas achoq ue a vida de vez em quando nos dá uns abanões em termos de confiança e quase sempre daquelas pessoas que menos esperamos :(...da mesma forma como há pequenos gestos que volta e meia nos supreendem e que v~em de quem menos esperamos :)

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    1. Tens tanta razão. E é tão bom quando somos surpreendidos pela positiva :)

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  15. É impossível relacionar-mo-nos com outra pessoa sem criarmos uma imagem dessa pessoa que não corresponde 100% à realidade. Pode andar lá perto, mas é quase como aquela cena da mecânica quântica: o facto de estares a olhar já alterou o estado. E depois há sempre as intuições e a vontade de "ser boa pessoa" e dar um benefício da dúvida, mesmo que o nosso instinto diga o contrário. Dependendo dos casos, a desilusão até pode ser culpa nossa.

    No meu caso, tenho a sorte de ser intuitivo e normalmente as minhas primeiras impressões estão correctas, o que já me faz estar minimamente preparado para uma eventual desilusão. No entanto, lido com desilusões dos outros como gosto que lidem com as minhas: gosto que me deixem aprender com os possíveis erros que faça e com as coisas que possa fazer a outra pessoa, por isso deixo que os outros façam o mesmo.

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    1. Eu procuro sempre defeitos nas pessoas. É uma forma de manter os pés no chão em relação a essas mesmas pessoas. Para não criar a tal imagem de perfeição que não existe. O pior é quando os defeitos surgem quando menos esperas e são dolorosos como nunca pensaste ser possível em relação a uma determinada pessoa.

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  16. Eu acho que nem sempre uma pessoa que nos (des)ilude deve ser posta de parte. Depende bastante da forma como a pessoa se comporta a seguir a ter-nos (des)iludido. Uma das minhas melhores amigas magoou-me imenso, certa vez, mas a situação, depois de resolvida, acabou por fortalecer a nossa amizade.

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    1. Eu posso não colocar de parte mas essa pessoa não voltará a ter de mim aquilo que já teve.

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  17. Eu desconfio até me provarem que posso confiar. Há quem me chame pessimista, mas prefiro pensar o pior e ter uma surpresa agradável do que esperar o melhor e desiludir-me. Poupo-me a muitos dissabores.

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  18. Concordo contigo quando dizes que ninguém desilude ninguém... Nós é que nos iludimos a respeito das pessoas, esperando demasiado delas, Eu insisto em não aprender, continuo sempre com expectativas elevadas em relação às pessoas, Espero sempre que sejam capazes de fazer por mim o que faria por elas... E é uma parvoíce, deveria talvez ter expectativas mais baixas e deixar-me surpreender pela positiva.

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    1. Não é uma parvoíce. As outras pessoas é que estão mal. Não tu. E não deixes que te digam o contrário.

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  19. Tive que partilhar parte deste teu texto..É que podia ter sido eu a escrever exactamente o mesmo..Espero que não haja problema xD

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    1. Se estiver identificado não há qualquer problema. Obrigado :)

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  20. A minha maneira de pensar apesar das imensas (des)ilusoes que ja passei é que ate prova em contrario, todos sao inocentes :)

    Abraço

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