10.4.13

agora escrevo eu #10


Quando lancei o desafio Agora Escrevo Eu estava longe de imaginar a quantidade de textos que iria receber. O número bem como a diversidade dos temas tem sido uma gigantesca surpresa para mim. E confesso que a temática de hoje toca-me em particular. Será que o instinto maternal é comum a todas as pessoas?, questiona a CD, do blogue Desabafos sobre tudo e mais alguma coisa.

“Instinto maternal: será que todos o temos?

Afinal as noites (muito) mal dormidas da M. tinham uma razão: uma otite. Maldita otite!

Ser mãe tem que se lhe diga.

Como diz Eduardo Sá (como eu adoro os seus livros!!) “O instinto maternal é tão natural como a sede. Está guardado em todos nós como se fosse um “agente secreto” ao serviço da nossa bondade. Assim ele encontre nas experiências de vida as avenidas largas com que possa manifestar-se e crescer.”

Recordo os meus últimos dias de gravidez e a minha preocupação acerca do instinto maternal que teimava em não surgir até ao momento em que me tornei mãe.

Sim defendo que o instinto surge quando nasce o bebé. Assim se passou comigo. De repente, tudo aquilo que ouvimos sobre o amor, é verdade. Profunda e majestosamente verdade. A partir daquele momento tudo se transforma e passamos a dedicar a nossa vida àquele novo ser. Se associo algum acontecimento à minha entrada na idade adulta, sim. Tornei-me adulta quando a M. nasceu. Faz precisamente 2 anos que sou adulta. Nada mais que um filho nos ajuda a crescer.

Mas não, não será de todo verdade que o instinto maternal seja um requisito e um sistema automático em todas as mulheres. No entanto, se todos nascemos com a capacidade de amar, todos deveríamos ter a capacidade para sermos mães. Infelizmente muitas mulheres por este mundo fora transmite para os filhos a falta de amor que pauta as suas vidas. Não são amadas e por isso não podem ser boas mães. Por melhor pessoa que seja a mãe, mãe mal-amada, é pior mãe.

Por outro lado, acredito que se não fosse o sentimento de amor de mãe, muitas mulheres passariam uma vida inteira sem conhecer o amor: sentimento que nos faz amar outro ser de forma incondicional e de forma intemporal. Eu amo assim.”

Obrigado a todos e relembro que este desafio irá durar enquanto tiver textos para publicar.

23 comentários:

  1. Bom dia,
    "Não são amadas e por isso não podem ser boas mães. Por melhor pessoa que seja a mãe, mãe mal-amada, é pior mãe."

    A firmeza com que esta afirmação é feita arrepiou-me e magoou-me, só não me ofende, porque quem a escreveu não me conhece, não conhece o meu passado, a minha história, não lhe reconhecendo eu portanto autoridade para aferir a minha capacidade de amar.

    Para mim, é portanto, apenas isso, uma afirmação infeliz.

    jinhos HSB

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    1. Ia agora mesmo fazer um comentário a essas frases, não concordo de todo, acredito que tenha sido em sucedâneo de frases infelizes.
      HSB certamente terias outros textos para premiar com a publicação no teu blogue ;)

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    2. Suricate,

      Pessoalmente, acho que nem todas as pessoas têm instinto maternal. Algumas adquirem quando estão na iminência de ter de cuidar um filho. Outras sempre o tiveram e há aquelas que nunca vão ter, por mais que o desejem.

      Também acho que uma pessoa que tenha sofrido pode ser uma mãe extraordinária por querer dar aquilo que nunca teve. Tal como acho que uma pessoa que tenha sofrido muito não se sinta com força para ser mãe por ter medo de não conseguir dar mais do que o recebeu.

      De forma resumida, esta é a minha opinião sobre um tema apaixonante. No teu caso, e baseando-me no que conheço de ti, acho que és uma mãe muito melhor do que tu própria poderias imaginar. E isso é muito bom.

      beijos

      Tita,

      A magia desta rubrica é o debate que nasce da mesma. Com base num texto, surgem opiniões e gera-se uma conversa interessante. E isso é muito bom.

      Eu não faço escolha de textos. Publico pela ordem que recebo.

      E lanço-te um desafio. Envia um! :)

      beijos

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    3. Pois... eu também tinha vontade de dizer uma coisa à CD... mas é melhor não.
      Concordo contigo, HSB, isto é um espaço de debate onde se partilham opiniões.

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    4. É a magia de um blogue. É poder discutir algo.

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    5. HSB
      Peço desculpa, sempre pensei que seleccionasses de alguma forma, os textos que recebias.
      Só acho que a dona destas palavras, não vai ficar bem vista aqui no meio, pelo menos da minha parte.
      Em relação ao desafio, não tenho jeito nenhum para as palavras, dscpa ;)

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    6. Acho que seria injusto escolher. Há temas que me dizem mais do que outros mas adoro aquilo que se gera após cada texto.

      Tens jeito sim. Perde o medo!

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  2. Amor de mãe é realmente algo inexplicável e enorme. há 3 anos k o sinto e nunca pensei vir a sentir por ninguem pois nunca fui uma pessoa de mostrar os meus sentimentos. agora sou uma mae melosa e cheia de mimos para dar. contudo concordo com a suricate, amor de mae nao tem a ver c a educaçao, amor de mae nasce kd vemos a nossa "cria" e esse laço kd nasce muda-nos totalmente.

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    1. Concordo com a tua forma de pensar Eve. Acho que cada caso é um caso mas sou da opinião que nem todas as mulheres conseguem sentir o desejo de ser mãe nem tão pouco conseguem ser mães. E isso está relacionado com muitos factores.

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    2. concordo, nem todas possuem ou adquirem o instinto maternal.. alias, conheço uma amiga k foi mãe e sente-se desiludida exactamente pk axa k nao adquiriu nenhum instinto maternal. não sei como acontece e porque acontece, só sei que no meu caso (k sempre kis ser mãe) apaixonei-me pelos meus filhos logo que engravidei, e o instinto maternal tornou-se pleno assim k vi a cara deles, os tive ao meu colo, e saimos da sala de partos um em cada braço, os meus filhos, 2 partes do meu mundo, por quem eu vivo e morro.

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    3. Espero que essa desilusão deixe de pairar sobre a tua amiga e fico muito feliz por saber que és assim.

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  3. Ate eu q sou gajo ( e nos nao percebemos nada disto lol ) achei que a pessoa q escreveu este texto tem alguma coisa mal resolvida no passado, o que acabou por transpor para um texto que de inicio começou bem, discursando sobre o tema de ser-se mãe e as preocupaçoes inerentes desse estado mas no fim se assemelhou a um ataque contra mulheres que em algum dado momento da sua vida nao deram o seu melhor como mães...

    É verdade que á maes ( e pais ) q simplesmente nao têm o factor X para isso, mas ha mts outros que apesar de estarem errados, tratam os filhos da maneira que acham correcta...e isso ninguem os pode condenar.

    PS: Quem escreveu o texto que me desculpe a sinceridade.

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    1. O texto expressa a opinião da autora e permite que se debata o assunto.

      Pessoalmente, acho que há más mães e pais. Tal como há pessoas que têm tudo para serem óptimos pais mas não querem ter filhos. Tal como há aquelas pessoas que não nasceram para serem pais mas que o são. É um tema complexo e apaixonante.

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  4. Achei lindo o texto e o tema doce que a "desabafos" partilhou aqui. Obrigado. Apenas faço dois reparos:
    - O instinto maternal não é exclusivo das mulheres/mães, por incrivel que vos possa parecer existem homens com um instinto maternal apuradissimo e de fazer inveja a muitas mulheres/mães;
    - Discordo que uma mulher mal-amada não tenha capacidade para transmitir amor aos seus filhos ou a quem quer que seja. O Amor vem de dentro e não de fora.
    bjs

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  5. A este texto eu tenho que responder, porque sinto-me e revejo-me em muitos dos comentários (eventualmente posso ser dura).
    Não posso nunca concordar que o facto de uma pessoa ser mais ou menos amada seja factor essencial para ser mãe.
    Instinto maternal, tem-se ou não se o tem. Ponto final. Eu assumo sem rodeios que não tenho instinto maternal, se eu engravidasse eu não saberia o que fazer a minha vida pela minha própria vida. Contudo,isso não pressupõe que eu e muitos não tenhamos sido amados enquanto filhos.
    E digo mais: este texto é quase como rotular quem não quer ser mãe ou não o pode ser como uma pária da sociedade, uma insensível, um et.
    E não me venham com a máxima de que se fosses mãe logo saberias, isso raia a uma insensibilidade de bradar aos céus.

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    1. Gosto da tua forma de pensar mas acho que o instinto maternal pode ser adquirido do longo da vida.

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    2. Quando era mais nova gostava de ter dois filhos, mas agora com todas as condicionantes deixei de ter o instinto e confesso alguma vontade.
      Contudo adoro miúdos, e a semana passada soube-me pela vida ter a minha prima de 3 anos a dar-me um abraço de urso e a dizer à educadora de infância que eu estava lá.
      Quando se tem a consciência de que se tem um gene que pode acordar num filho, faz-nos pensar em muito. E isto não é um acto de egoísmo...

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    3. Eu acho que tens tudo para ser uma boa mãe.

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    4. Obrigada!!
      Não sei...talvez possa ser uma boa mãe, mas tenho muitos prós e contras.A minha família não espera que eu me torne, sei lá...
      Mas tenho os meus primos mais novos que me adoram e isso sabe-me pela vida!!!

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  6. Gosto da temática mas, não concordo como facto de ela dizer que uma mãe mal-amada é pior mãe.
    Eu própria já me debrucei sobre o tema, falando da minha experiência pessoal.
    Eu fui mal amada pela minha mãe e, sei que quando tiver filhos serei uma boa mãe (ou plo menos farei por isso) porque eu tenho instinto maternal.
    Lá está isso é algo que se tem ou não se tem.
    mas deixo-te o link do meu texto sobre o assunto.
    depois diz-me o que achas-te. =)

    http://diariodumadevassa.blogspot.pt/2013/03/vocacao.html

    um beijo*

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    1. É um tema apaixonante. Acho que há muito para dizer. Eu sou da opinião de que a forma como nos tratam não diminui a nossa forma de amar. Tal como acho que há coisas que se ganham ao longo da vida.

      Vou ler :)

      beijos

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  7. Só hoje vi este post. Descobri este blogue há pouco tempo e tenho vindo a descobri-lo. Antes de continuar o meu passeio pelo blogue, e porque é um assunto para mim sensível, não quis deixar de dar a minha colherada. Vale o que vale...
    Não sou mãe nem sei se algum dia virei a ser. Nunca me imaginei nesse papel nem sei se tenho "jeito" para o desempenhar. Aprendi na psicologia (rudimentar do liceu)que a mulher não tem instinto maternal. Estudei na altura (e fez-me sentido) que se tivesse não haveria mulheres que abandonam/matam os filhos. As fêmeas de outras espécies (isto soou estranho) comportam-se da mesma maneira com os filhos, os humanos não... Ou então estou a dizer tudo ao lado.
    É certo que as mães e os pais vão sabendo como lidar com os filhos, mas há muitas coisas que não sabem. Aprendem a mudar fraldas, alimentar, adaptam as rotinhas, mas a amar, acho que não se aprende.

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