saber vender aquilo que somos

Hoje falei de desemprego. Daquilo que entendo ser a postura correcta de um desempregado perante um determinado tipo de ofertas. É certo que cada caso é um caso. Isso nunca poderá ser esquecido. É certo que cada qual sabe as despesas que tem e aquilo que ambiciona para o futuro. Mas entendo que há certas situações que não podem ser recusadas. E dei-me como exemplo dessa postura que descrevi e que pauta a minha forma de ser.

O texto cresceu muito mais do que o esperado e li comentários muito importantes de pessoas que vivem situações complicadas. E isso levou-me a pensar noutro assunto que acaba por estar relacionado com a mesma temática. Do meu ponto de vista, uma das lacunas mais profundas de quem procura emprego é não saber vender-se. É não saber vender aquilo que as empresas querem comprar. É não ter cuidado com algo muito importante: a sua marca pessoal, que é aquilo que cada um de nós é mas com que poucos se preocupam.

O curriculum é desactualizado. Usam-se fotos de redes sociais, muitas vezes em clima de festa ou mesmo em trajes menos próprios. Não é feita uma apresentação apropriada. Diz-se apenas “aqui vai o meu cv” e espera-se que o telefone toque. No momento da entrevista, muitas pessoas passam uma clara imagem de derrota e desânimo. É certo que os momentos são complicados mas naqueles minutos, o candidato tem de passar a imagem de que é a pessoa mais confiante do mundo. Mesmo que já tenha ido a cinquenta entrevistas nessa semana. Porque as empresas não querem mais problemas, querem alguém que tenha soluções. Querem alguém que respire confiança e que não dê respostas formatadas.

Mais do que nunca é preciso pensar e agir “fora da caixa”, e isso aplica-se à procura de emprego. Podem dizer que é apenas mais uma teoria no meio de muitas. Aceito que pensem dessa forma. Aceito até que pensem que estou a insinuar que a pessoa seja falsa na entrevista. Mas, a mensagem que pretendo passar é outra. É que uma atitude desleixada na candidatura e no envio do cv e derrotista na entrevista é meio caminho andado para que tudo corra mal.