27.12.12

lutar pela família

Durante meses entrei no clube de vídeo e olhei para um filme em particular. Meses a fio centrei o meu olhar na capa de Warrior – Combate Entre Irmãos. E ao longo de todos esses dias nunca fui capaz de pegar no DVD desta longa-metragem. “O filme é bom. Mas é sobre luta”, dizia-me o dono do espaço que está sempre disponível para me aconselhar na escolha. “É sobre combates de MMA (Mixed Martial Arts)”, acrescentava. “Mas a história é muito boa”, insistia.


E como sempre pensei tratar-se de um simples filme de lutas, nunca o aluguei. Porém, há poucos dias tive oportunidade de ver Warrior, que estava a dar num dos canais TVCine. Fiquei rendido do primeiro ao último segundo. E depois chamei nomes a mim próprio por não o ter visto mais cedo. Realmente é um filme de luta e de batalhas travadas. Mas, batalhas pela vida e não apenas na arena.

Este filme tem tudo. Além de três desempenhos exemplares: Nick Nolte, Tom Hardy (brilhante!!!) e Joel Edgerton, este filme tem uma história que mexe com as pessoas. Um pai bêbado que abandona os filhos. Um progenitor bêbado que tenta recuperar tudo aquilo que trocou por algumas garrafas de whisky. Uma mãe que morre cedo demais quando está apenas com um filho. Um filho que sente que o pai sempre preferiu o irmão. Esse mesmo filho que abandona a família para dar início à sua. Esse mesmo filho que corre o risco de perder o emprego e a casa onde vive com a mulher e as filhas. Um filho que se vê obrigado a afastar o avô das netas. O filho, abandonado pelo pai, que vê a mãe morrer-lhe nos braços e que se sente abandonado por tudo e por todos. Uma pessoa que se fecha e que só consegue viver através da raiva causada por tudo aquilo por que passou. Por mais que tentem, não conseguem imaginar isto tudo misturado. Mas digo-vos que o resultado é espectacular.

Este filme é um grande murro no estômago. É daqueles que nos emociona. Que nos faz perceber que há problemas na vida que não passam de merdas (desculpem a linguagem) sem qualquer importância. Merdas que nós achamos serem suficientes para fazer desabar o mais sólido dos castelos mas que nem uma pequena pedra conseguem mover. Este filme é daqueles que nos ensina a lutar pela família, pela união e pelos valores que realmente são importantes na vida. Este filme é daqueles que qualquer pessoa deve ver, rever e voltar a ver um número de vezes sem conta.

Aproveito para divulgar a música que acompanha o momento mais marcante do filme. Não coloco esse excerto porque merece ser visto no filme. E quem estiver atento à letra da música, percebe aquilo que é o filme. Aquilo que, em parte, é a própria vida.

20 comentários:

  1. Há filmes assim... que nos dão um murro no estômago!
    vidademulheraos40.blogspot.com.

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  2. Viste há muitos dias? Vou já ver a programação para ver se repete... Fiquei curiosa, parece ser realmente bom. E sim, há mesmo muita coisa que nos passa ao lado e que faz os nossos "problemas" parecerem piadas. Às vezes não parecem, às vezes são mesmo e nós é que não temos a noção porque estamos demasiado preocupados a dramatizar por pouco ou nada... Há muito que tento deixar-me disso. É um exercício constante, mas há que tentar e manter a mente viva com histórias destas (apesar de ser apenas um filme com certeza que deve dar que pensar). Excelente partilha :)

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    1. Ontem voltou a dar num dos TVCines. Aproveita para rever se fores cliente Zon.

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  3. Não conheço. E agora fiquei com vontade de ver!

    dreamerthing.blogspot.pt

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  4. Vi o filme pouco depois de ter saído e fiquei fascinada. Ao início achei que não ia gostar e que ia ser só luta, mas fiquei maravilhada com as histórias que retrata. Sem dúvida que nos abre a mente para um patamar bem acima do que estamos habituados... E só de pensar que na vida real existem histórias dessas... =(
    Quanto à banda sonora... A que puseste é L I N D A! Também foi a música que me prendeu de uma forma especial! =)*

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    1. A música podia ser a história do filme. O momento em que toca no filme é perfeito. Não conhecia a música e estou fã.

      Tens razão. Faz-nos pensar em quem vive realidades daquelas.

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  5. é há filmes assim... eu fiquei colada ao ecran a ver " one million dollars baby" e que história!!

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  6. Vi este filme numa das minhas muitas idas ao Cinema, numa noite em que fiquei desiludida com o cartaz e pensei que ia apanhar uma banhada daquelas. Passei o filme a pensar "quem diria??"!! Adorei. Está perfeito. A interpretação do Nolte, então, está genial.
    Comentei na altura e volto a afirmar : parte da idéia errada que a maioria das pessoas tem sobre o filme antes de vê-lo, está relacionada com o nome, que é fica muito aquém do argumento e induz em erro.

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    1. Tens razão. A pessoa olha para a capa e vê dois lutadores. Depois, em letras garrafais Warrior. E não percebe o real valor do filme.

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  7. Adorei este filme. E o que podia ser apenas mais um filme de luta, no final de contas é uma lição de vida. A história prende-nos do princípio ao fim. Dos melhores que vi nos últimos tempos. E também concordo que o Tom Hardy está brilhante no papel.

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    1. Partilho a tua opinião. Gostei do Tom Hardy em vários filmes, entre eles o último Batman mas aqui está brilhante. É o melhor desempenho dele.

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  8. É mesmo muito bom este filme. Dentro do mesmo género aconselho o "The Fighter". É bom mas não tanto como este, além disso conta com o Christian Bale, logo vale a pena :)

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    1. Esse também é bom. Adorei os dois mas acho que prefiro este.

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  9. Vou ver. Fiquei mesmo curiosa! Gracias pela partilha:)

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